A maioria das pessoas conheceu o aleitamento materno durante os primeiros dias de vida, mas, com o passar do tempo, muitas delas não buscaram informações sobre esse ato, embora saibam que ele existe. O aleitamento materno é a prática de uma mãe alimentar a criança dela com o leite que produz e ele pode acontecer mesmo que a mãe não amamente a criança. Se ela não puder amamentá-la por alguma condição médica, por exemplo, ainda pode transferir o próprio leite para uma mamadeira. Embora pareça simples, existe uma série de detalhes que fazem parte desse gesto de cuidado e de amor.
A Organização Mundial da Saúde, a OMS, recomenda que as mães de todo o mundo amamentem seus filhos até os seis meses de vida. Durante esse período, o leite é o único alimento de que os bebês precisam. Eles não devem ingerir água, sopas, sucos ou alimentos sólidos, pois somente o leite da mãe é capaz de fornecer a nutrição necessária para que uma criança se desenvolva, cresça e esteja protegida contra doenças e infecções.
Nesse sentido, o aleitamento materno é responsável por nutrir um recém-nascido durante seus primeiros meses de vida, além de protegê-lo de possíveis danos à saúde. Para a mãe que amamenta, esse processo é responsável por auxiliar na prevenção contra os cânceres de mama e de ovário e contra o desenvolvimento de diabetes do tipo 2. Além disso, o aleitamento favorece a relação entre mãe e filho.
De acordo com o artigo 9º do Estatuto da Criança e do Adolescente, é dever do governo, das instituições e dos empregadores garantir condições propícias ao aleitamento materno. Apesar de todas essas vantagens evidentes para a saúde da mãe e para o desenvolvimento de uma criança, muitas pessoas ainda não compreendem a importância desse ato.
Em muitas partes do Brasil, a hipersexualização do corpo feminino faz com que o ato de amamentar seja visto como algo condenável, principalmente quando feito em público. A partir disso, o aleitamento materno só seria incentivado se a mãe se dispusesse a colocar o próprio leite em uma mamadeira.
Assim, valorizar o aleitamento materno, reconhecer a importância dele e defender que as mulheres tenham direito de praticar esse ato livremente representa um avanço para uma sociedade patriarcal e misógina. Para auxiliar nesse processo de desconstrução sobre o aleitamento materno, continue lendo este artigo e aprenda mais sobre esse gesto!
Tipos de aleitamento materno
O aleitamento materno pode acontecer de inúmeras formas, e existem características que diferenciam cada maneira de nutrir uma criança. Acompanhe!
1) Aleitamento materno exclusivo: a criança se alimenta exclusivamente de leite materno, pela mama ou por uma mamadeira, sem entrar em contato com outros líquidos e alimentos. Ela ainda pode ingerir vitaminas, suplementos ou medicamentos, se for necessário.
2) Aleitamento materno predominante: além do leite materno, a criança ainda pode se alimentar de água, chás, sucos e outros tipos de fluidos, embora sua fonte principal de alimentação seja o leite.
3) Aleitamento materno: se uma criança está recebendo o leite da mãe, mesmo que acompanhado de outros alimentos ou bebidas, diz-se que ela está sendo nutrida com aleitamento materno, que pode acontecer pelas mamas ou por uma mamadeira.
4) Aleitamento materno complementado: quando uma criança se alimenta de leite materno e de algum outro alimento, que pode ser sólido ou parcialmente sólido, diz-se que o aleitamento materno é complementado. Os outros alimentos não substituem o leite, apenas o complementam.
5) Aleitamento materno misto ou parcial: ocorre quando uma criança se alimenta de leite materno e de outros tipos de leite, sem outros alimentos ou líquidos.
Quando o aleitamento materno não é indicado?
A partir do leite, a mãe transmitirá parte das substâncias que ela consome ou que estão presentes em seu corpo. Sendo assim, o aleitamento materno apresenta riscos para a criança quando a mãe apresenta positivo para HIV e para hepatites, principalmente. Ela também não poderá garantir o aleitamento materno se for dependente química. Em qualquer outra circunstância, esse processo é indicado como a melhor forma de proteger e de nutrir uma criança, mas consulte sempre um profissional da saúde.
Aleitamento materno, amamentação ou lactação?
Muitas vezes, os termos aleitamento materno, amamentação e lactação se confundem por se referirem a processos semelhantes, que envolvem leite. Para não cometer erros, veja o que cada um deles significa:
Aleitamento materno: refere-se ao tipo de alimentação que uma criança está recebendo. Nesse caso, ela está sendo nutrida com leite materno.
Amamentação: refere-se ao processo de amamentar uma criança a partir das mamas da mãe. Se a criança estiver sendo alimentada a partir de uma mamadeira, por exemplo, não se utiliza o termo amamentação.
Lactação: refere-se a um processo hormonal que ocorre no corpo de uma mulher que produzirá leite, acontecendo, principalmente, mas não exclusivamente, durante e após a gestação.
Como praticar o aleitamento materno?
Depois de entender o que é aleitamento materno e como ele se diferencia de outros conceitos, resta aprender como ele é praticado. Em primeiro lugar, você deve saber que existem três fases para o leite materno.
A primeira delas é chamada de colostro e está presente nos primeiros cinco dias de amamentação. A segunda é a fase de transição, que indica as mudanças pelas quais o leite está passando, como o aumento de gorduras e de carboidratos em sua composição. Por fim, o leite se torna maduro, apresentando mais gordura, aumentando a saciedade e favorecendo o aumento de peso.
O aleitamento materno deve ser exclusivo até os seis meses de vida. Durante esse tempo, é comum que o bebê queira mamar de oito a doze vezes por dia, sendo que os intervalos entre as mamadas aumentarão com o tempo. A amamentação também deve ocorrer em livre demanda, sem definições ou restrições de horário.
Para garantir que a criança esteja recebendo os melhores nutrientes, a mãe deve seguir uma dieta equilibrada e horários de alimentação bem definidos, sem dar muito tempo de intervalo entre cada refeição. Alimentos muito gordurosos, industrializados ou bebidas que apresentam álcool na composição são contraindicados para elas, por isso é preciso consultar um profissional da saúde para receber um cardápio adequado para esse período.
O uso da mamadeira para o aleitamento materno gera opiniões controversas. Devido ao fato de o bico da mamadeira ser semelhante ao bico da mama de uma mulher, isso pode causar confusão nas crianças. Se a mãe não quiser utilizá-la e mesmo assim não puder amamentar a criança, ela ainda pode recorrer ao copo de amamentação, o qual só pode ser utilizado com a orientação de profissionais da saúde, para evitar inadequações no uso.
Se o aleitamento materno acontece por meio de mamadeiras ou copos de amamentação, é importante que a ordenha seja realizada com cuidado e com higiene. A mãe deve limpar as mãos e os antebraços, proteger a boca e os cabelos e retirar o leite do peito. Então, ela deve colocá-lo em um recipiente de vidro com tampa de plástico, esterilizado. Ele pode ser consumido em até 15 dias e, se a mãe desejar, pode enviar uma dose para a doação, desde que siga os protocolos estipulados pelo local.
Acima de tudo, é importante o fato de a mãe, que está promovendo o aleitamento materno, esteja sempre em contato com um profissional da saúde, para explicar como ela deve se alimentar, a fim de saber quais comidas que ela ingere podem provocar desconfortos no bebê e qual é a melhor forma de amamentar a criança.
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O aleitamento materno é fundamental para a saúde da mãe e do bebê e deve ser praticado com responsabilidade, atenção e rigor. Se você tiver alguma dúvida sobre isso, não hesite em pedir auxílio médico. A nutrição de uma pessoa durante seus primeiros meses de vida depende exclusivamente do aleitamento materno e deve acontecer da melhor forma possível. Informe-se!