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Alienação Parental Judicial. Como resolver? – Constelações (parte 3)

Escrito por Raquel Koury

Olá amados, 

Passaram-se meses desde a 2ª parte desta série, que iniciou com a proposta de solução para conflitos através da psicoterapia das Constelações Familiares, Quânticas, Sistêmicas, que a cada dia vem ganhando maior campo no judiciário, já implantada em 13 tribunais brasileiros com muito sucesso.

Atualmente, o método vem despertando o interesse inclusive da Vara Criminal, tamanha sua eficácia. A juíza Ana Cecília Toscano, que exerce função na Vara Criminal de Igarassu, também vai implantar a técnica de Constelação Familiar na Unidade Judiciária.

“Muitas vezes as brigas entre as partes se repetem. A Constelação Familiar tenta resolver a causa que levou aquele processo, e não o processo em si. Através desse método buscamos a pacificação social”, afirmou.

A magistrada Laura Amélia também vai inserir a metodologia na Vara da Infância e Juventude de Olinda, onde ela é titular. “Harmonizar um sistema familiar que está desarmonizado é a função da Constelação Familiar”, disse. A matéria completa pode ser lida nos links referenciados no final deste artigo.

Não se tem dúvidas de que a técnica das Constelações seja fantástica, até por isso vem sendo considerada para além da área da saúde, sendo implantada também na Educação (Pedagogia Sistêmica) e no Direito (Direito Sistêmico).

Só não sabemos ainda se há profissionais capacitados o suficiente para isso, além da inexistência de um órgão fiscalizador capacitado para acompanhar a implantação e o uso correto dessa psicoterapia.

A mesma pode ser usada e aplicada por advogados, juízes, promotores e demais oficiais da justiça, mas também o pode por qualquer um que faça o curso, mesmo sem nenhum conhecimento na área jurídica e terapêutica. Porém, existem limites de atuação a serem respeitados, como veremos a seguir.

Desde a publicação da 2ª parte desta série, que foi mais precisa sobre os casos de ALIENAÇÃO PARENTAL, nos debruçamos nesta causa e detectando inúmeras falhas dentro de um “sistema” que vem falando tanto em HUMANIZAR-SE, levando harmonia e pacificação aos sistemas familiares, a partir do Método das Constelações.

A Constelação Familiar é uma ferramenta psicoterapêutica de fundo filosófico, que se popularizou nos últimos anos a partir das experiências práticas do filósofo Alemão Bert Hellinger, que descobriu a existência de 3 leis que denominou “Ordens do Amor”:

1ª lei – Direito ao Pertencimento; 

2º lei – Ordem de Precedência; 

3ª lei – Equilíbrio Entre Dar e Receber.

Destas três leis, derivam inúmeras outras, que podemos observar em qualquer relacionamento, principalmente quando ocorre a crise ou conflito, decorrente da violação de alguma das leis sistêmicas, denominada por Bert de Ordens do AMOR.

Ocorre é que a própria base do método, que são as Leis ou Ordens do Amor, já começam a ter os seus nomes substituídos por “leis dos relacionamentos humanos”, “leis universais” e outros nomes que substituem o principal conceito dessa terapia: O AMOR.

Chega a fazer sentido, uma vez que falar de amor dentro de um fórum poderia soar estranho. Como falar de não julgamento, de amor, perdão, pertencimento e equilíbrio sistêmico, dentro de um ambiente onde todos aprenderam a julgar e condenar, talvez disfarçando as palavras, usando-as em uma linguagem mais jurídica, não é?

Já dizia Maquiavel: “Os fins justificam os meios”.

E assim vamos engolindo e engolindo… E o povo é incentivado a acreditar em mais uma coisa que desconhece, e pior, fica à mercê de “autoridades” que pouco conhecem sobre o tema, pois se conhecessem não infringiriam leis e regras fundamentais para qualquer método que trabalhe com fenomenologia, terapias energéticas e sistêmicas.

Já a ideia de alienação surgiu antes de Cristo. Tema bastante discutido a partir da famosa Alegoria das Cavernas do filósofo grego, Platão. O filósofo Hegel traz novos pensamentos sobre o tema, seguido de Karl Marx que fala de Alienação social, intelectual e econômica, até chegarmos em Richard Gardner com a ALIENAÇÃO PARENTAL.

Ocorre que por onde passamos com as nossas pesquisas, poucos sabem do que se trata a SAP (Síndrome da Alienação Parental), que deu origem à lei da Alienação Parental, em 2010. Ao citarmos Gardner e os sintomas que descreveu de uma criança alienada, percebemos que sequer sabem quem é Gardner, que dirá os sintomas e a lei.

Chamo a atenção aqui, que durante esta pesquisa acompanhamos a atuação de alguns profissionais que estão se formando como Consteladores Familiares sem serem da área terapêutica, e identificamos em suas Constelações infrações graves dos princípios básicos do método, como sugestionar situações que não existem, tentar supor ou explicar determinadas patologias ou traumas que surgem durante uma Constelação, dentre outros casos que só poderiam ser “vistos” por profissionais que trabalham com a saúde mental e emocional, não cabendo “achismo” dentro deste método.

Temos relatos de muitas pessoas que passaram a desacreditar do método ao assistirem Constelações onde o constelador encerra os “trabalhos”, agradecendo aos espíritos bons que estiveram presentes e encaminhando os “maus espíritos” para hospitais espirituais. Temos também os que trabalham com a ancestralidade indígena, dizendo que a “sessão de constelação” foi guiada por pajés, xamãs, pai de santo e um monte de absurdos que devem ser evitados.

Algumas entidades religiosas começaram a ensinar o método oferecendo curso de formação em Constelação gratuito, e também há cursos pagos que garantem um título de Constelador Xamânico, Constelador Espiritual e até Constelador Familiar pelo método Bert Hellinger, mas com influências que ora são quânticas, ora são espirituais, e até Jesus já baixou em constelação. Isso é um método terapêutico, religioso, místico ou judicial?

E se você está se perguntando o porquê eu estou relacionando os assuntos Constelação com Alienação, explico: vemos magistrados empenhados na causa, na humanização da justiça, em seu desafogamento, em curar a causa de um problema ao invés de deixar crianças à mercê de reaberturas processuais, de inversões de guarda, de falsas acusações que as obrigam, às vezes de forma velada, outras explícitas, a se posicionar a favor ou contra um dos genitores, o que causa graves danos psicológicos para elas, nossas crianças de hoje… Futuros juízes do amanhã. Estes magistrados e advogados, antenados com a Síndrome e a Lei, vêm aplicando as constelações de forma correta, sem entrar em questões que cabem somente a área terapêutica.

Mas também vemos processos que mais explicam os sintomas da SAP, os artigos da lei e como aplicá-la, do que a discussão em si, que normalmente é uma briga infindável pela guarda, suspensão de pensão, briga de ego e relacionamentos mal resolvidos. Vemos centenas de páginas nos processos, somente para PROVAR os erros do PRÓPRIO SISTEMA, para o MESMO SISTEMA. E aí, a coisa começa a complicar.

Encontramos diversos artigos, reportagens e entrevistas onde o SISTEMA ensina como denunciar o SISTEMA, que inclusive indica o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), para denunciar juízes e suas decisões que vão contra o que diz a lei, mas a pergunta que não quer calar: qual órgão que vai fiscalizar o CNJ? E quem vai fiscalizar como os métodos psicoterapêuticos estão sendo usados nos fóruns? E onde isso tudo vai parar? E você ainda pergunta para onde vai o seu dinheiro?

Estes conflitos familiares, que normalmente têm suas origens em questões mal resolvidas quando na separação do casal, têm também suas exceções, nem tão raras para um terapeuta especialista em Terapias Sistêmicas e Fenomenológicas. Com um olhar mais amplo, podemos ver que a causa pode ser também sistêmica.

Observando alguns casos, notamos que alguns genitores ALIENADORES, já foram também vítimas de ALIENAÇÃO, seja por seus pais, avós ou tios. Tudo que eles fazem agora é repetir o mesmo ciclo de alienação que viveram. Aqui falamos em uma forma inconsciente de honrar o sistema familiar, a partir da repetição de comportamentos. Os filhos, netos e bisnetos alienados tendem a repetir este ciclo, que é “quebrado” ou entendido a partir das constelações familiares.

Infelizmente, este chamado “NÓ SISTÊMICO” de repetição de ciclos, só pode ser notado ou avaliado por um profissional especializado em Terapias Sistêmicas e Fenomenológicas. Aí nos vemos sempre e sempre precisando de mais profissionais, mais órgãos fiscalizadores de órgãos, mais especializações que visam nos ajudar e nos proteger DE NÓS, e assim, vamos nos perdendo cada vez mais. Desfocamos da nossa essência, que tudo sabe, em prol da evolução, da ciência que evolui cada vez mais, em busca de provar o que os antigos, sem estudo algum, já sabiam por natureza.

Ufa, acho que falei!

Com toda essa evolução e com muita fé, em breve chegaremos ao bom e velho aperto de mão.

Não é novidade que a maioria dos filósofos acabam loucos, não é?

Pudera, não é fácil traduzir angústias em palavras, diante de tantos absurdos que o mundo moderno cada vez inventa mais para nos alienar.

Como assim? Oras, somos todos alienados, até aqueles que acreditam estar exercendo seu livre arbítrio, pois não percebem que este já é programado por paradigmas que nos são impostos desde que estávamos na barriga de mamãe, e pior, a maioria de nossas questões vêm dessa “barriga” pelos laços sanguíneos e energéticos que mantemos com todo o nosso sistema familiar (vivos e mortos), através do que Bert Hellinger chama de “a grande alma familiar”, Jung chamou de Inconsciente Coletivo e outros nomes são usados, de acordo com os estudos e crenças de cada um.

Mas todos eles mostram que influenciamos e somos influenciados o tempo todo por este coletivo, seja familiar ou não. 

O que nos importa, é que a ferramenta das Constelações nos permite olhar para as situações do passado que nos colocaram no “buraco” onde estamos, e a partir do reconhecimento do que foi, nos libertamos destes “laços” que nos impedem de sermos nós mesmos no presente, de sentirmos as nossas dores e angústia sem carregarmos pesos que não são nossos.

Acontece que poucos entendem sobre as relações sistêmicas, que nos mostram as origens dos conflitos. 

Infelizmente, o próprio “sistema” denuncia isso, como bem explicado nos links abaixo. Vemos Conselheiros Tutelares despreparados, afinal, basta ter mais de 18 anos e ser alfabetizado que já cumpre os pré-requisitos para ser um conselheiro, que vai atender, ouvir o caso, orientar, fazer relatórios e encaminhar famílias e crianças para receberem as ajudas apropriadas referente ao caso.

Os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) prestam atendimento gratuito, mas acompanhamos casos que a criança encontra-se em estágio severo de Alienação Parental e a mesma é atendida por agentes da saúde, que avaliam a crianças por meses, sem sequer conhecer as síndromes que um psicólogo que pretende trabalhar com famílias e crianças tem a obrigação de conhecer.

Isso é incongruente, uma criança alienada ou ao menos com indícios de alienação, deve ter tratamento especializado com um profissional que conheça muito bem a síndrome e as ações necessárias durante o tratamento. Um profissional que avalie ou encaminhe os pais para uma avaliação com outro profissional, com orientações precisas sobre o quadro.

Contudo, vemos que ajudaria muito termos CAPS especializado para casos mais complexos, como o da Alienação, que envolve um tratamento sistêmico que venha a ajudar realmente a criança e sua família.

No último seminário promovido pela Comissão de direitos infanto-juvenis da 24ª subseção da OAB SP, realizado na FADI Sorocaba – Faculdade de Direito de Sorocaba, pudemos comprovar tudo isso por eles mesmos, que se declaram “esgotados”, desatualizados, despreparados, com falta de funcionários, verbas e por aí vai…

Com a falha destes órgãos, que sequer se comunicam, concordamos que fica difícil para o judiciário avaliar um processo de alienação parental, principalmente por se respaldarem em declarações destes órgãos, que comprovado está a incapacidade para lidar com casos mais complexos, cabendo então a solução de implantar ao menos 1 CAPS especializado por município OU a atualização dos profissionais de todos os CAPS, que devem ter um treinamento de Terapias Sistêmicas familiares e não apenas atender à criança e colocar seus pais (os que querem participar das reuniões, não obrigatórias) em salas com cafezinhos e bate-papos sem a condução de um profissional capacitado. Checamos estas reuniões também.

Na matéria que disponibilizei abaixo, vemos que o próprio judiciário acaba se tornando um dos maiores alienadores devido a algumas falhas explícitas nos processos, já recebendo o nome de ALIENAÇÃO PARENTAL JUDICIAL. Porém, as falhas dos órgãos citados, não pertencem só ao judiciário, mas também aos órgãos fiscalizadores do município e do estado.

Temos pais que lutam por seus direitos e o dos seus filhos até na escola pública, quando descobrem que seu filho está sendo interrogado, maltratado ou tendo seus direitos violados por coordenadores, inspetores, diretores e até professores. Quando se questiona estas ações, muitas vezes a escola busca apoio do Conselho tutelar para se proteger, e os Conselhos se aliam aos CAPS, também para se proteger. Aí perguntamos: quem irá se aliar com a criança em si, para proteger os direitos dela?

Temos pais que já andam armados com celulares, gravando conversas com profissionais destes órgãos, profissionais do sistema que mantemos para nos proteger, e que por fim são eles os maiores alienadores, como bem explicado nos links abaixo.

Fico pensando que se ao invés de nos ARMARMOS, não seria melhor simplesmente nos AMARMOS.

E esperamos que no próximo artigo tenhamos histórias mais alegres para contar, com solução de casos, implantação de CAPS especializado, atualização dos profissionais para que aprendam um pouco sobre o reconhecimento, pertencimento, amor e equilíbrio, afinal, são estas as leis ou ordens do amor que regem as famosas Constelações, que vêm sendo agora aplicadas por Juízes de Direito que buscam uma nova forma de fazer justiça, já admitindo que a atual é falha.

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Deixo-lhes um grande beijo e alguns links para aqueles que querem se aprofundar e comprovar o CAOS que estamos vivendo, também neste setor, em nosso país.

Leia a 1º parte desta série

Leia a 2º parte desta série


Alienação Parental Judicial: A NEGLIGÊNVIA da magistratura brasileira

Órgãos que fiscalizam erros de juízes. O que a justiça pode fazer?

Ministério Público investiga Conselheiros Tutelares

Sobre o autor

Raquel Koury

Escritora, parapsicoterapeuta, professora de Filosofia, Parapsicologia e Constelações Familiares, possui 50 especializações somadas em seu currículo, entre elas: Parapsicologia, Reiki Xamânico, Cromoterapia, Psicoterapias, Terapia Sistêmica Individual e em Grupo, Constelações Familiares, Terapia de Casais, Psicanálise Sistêmica, Psicopedagogia Infantil Sistêmica, entre outras. Autora Best Seller da obra “SENSITIVOS” (Pensamento Cultrix), prefaciada pelo cineasta e diretor da Rede Globo, Roberto Farias; e da obra “Mãe é Mãe - Contos e Crônicas”, cujos lucros foram doados a entidades filantrópicas.

Raquel Koury e sua equipe realizam atendimentos virtuais via Skype e videochamadas de WhatsApp (por agendamento). Os cursos e treinamentos são no sistema EAD (à distância), ela atende pessoas do mundo todo há mais de 15 anos.

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