Mais do que celebrar esta vasta floresta que abriga tantas espécies de fauna e flora, nos encontramos num momento muito delicado em que é preciso respeitá-la e lutar para que ela continue existindo.
A floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo e sua biodiversidade está ligada à vida de todo o mundo.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou os dados de que, de 1º a 30 de junho, foram destruídos 920,4 km² de floresta amazônica no território brasileiro, o que faz com que o desmatamento na Amazônia no período de junho de 2019 seja 88% maior do que no mesmo mês de 2018. Em 2015, o Instituto criou o Terra Brasilis, que é um sistema de alerta para dar suporte à fiscalização e controle de desmatamento e da degradação florestal ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). Ele é alimentado com dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e apontou junho de 2019 como o 3º pior mês de desmatamento desde que o sistema foi criado, ficando atrás de agosto de 2016 – com 1.025 km² – e junho de 2016 – com 951,5 km² de desmatamento -.
De acordo com o cientista Paulo Artaxo, doutor em física atmosférica pela Universidade de São Paulo (USP) e estudioso da Amazônia desde 1984, uma queda na fiscalização e da legislação ambiental podem causar a destruição da floresta Amazônica, que atingirá um limite irreversível em 4 ou 8 anos.
A Amazônia já perdeu até agora cerca de 20% da cobertura original e trabalhos recentes mostram que, após uma área de 40% da floresta original ter sido desmatada, o restante não consegue sustentar o funcionamento de um ecossistema de uma floresta tropical chuvosa e parte da floresta poderia não ter condições de se sustentar.
O Dia da Amazônia, escolhido para ser em 5 de setembro como referência à data de criação da Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas), incita as pessoas à se preocuparem com a Floresta Amazônica, uma vez que o desmatamento e o avanço da exploração agrícola ameaçam a floresta e seus ecossistemas.
O desmatamento na Amazônia afeta diretamente a fauna e a flora da região, além de causar desequilíbrios e crises ambientais em todo o planeta Terra.
Inclusive, diversos países estão atentos ao que acontece por aqui e demonstram estarem aflitos com o destino da Amazônia; o Brasil esteve na capa da revista britânica The Economist, sendo citado como principal ameaça ao meio ambiente, levando em conta a atual política ambiental do governo brasileiro, que prevê a possibilidade de mineração em terras indígenas e de expansão de atividades econômicas na Amazônia.
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Segundo o censo do IBGE de 2010, na Amazônia viviam cerca de 306 mil índios, mas estes números devem estar bem mais baixos atualmente, uma vez que os problemas enfrentados pelas tribos só aumentam com o tempo, como a exploração de terras ilegais pelo garimpo, agropecuária, construção de hidroelétricas, rodovias, e diversas outras atividades.
Não se sabe ao certo quantos grupos indígenas ainda vivem na Amazônia, mas alguns principais são os povos Amawáka, do Acre; Karipuna, do Amapá; Kambeba, do Amazonas; Anambé, do Pará; Arara, de Rondônia; Macuxi, de Roraima; e Apinaye, de Tocantins. As línguas mais faladas das tribos, são Tupi; Aruaque; Tukano; Jê; Karib; e Pano.
Os índios lutam para continuar tendo seu espaço por direto e não deixar morrer os aspectos culturais de seus antepassados como rituais, danças, crenças etc.
Além de a exploração da Amazônia ser uma ameaça direta a estes povos, os desafios que o meio ambiente vem enfrentando nos dias de hoje já são o suficiente para que ainda mais estragos sejam feitos em áreas verdes.
Técnicos de órgãos ambientais brasileiros afirmam que a Amazônia perde o equivalente a um campo de futebol de floresta por minuto, floresta essa, que auxilia na absorção de bilhões de toneladas de dióxido de carbono a cada ano e produz 20% do oxigênio na atmosfera terrestre.
Embora isso seja do conhecimento geral, o desmatamento não só continua acontecendo, como também já foi descoberto que o Planeta precisa de mais de 1 trilhão de novas árvores para conter o aquecimento global, de acordo com os estudos de Thomas Crowther, professor do departamento de Ciências do Meio Ambiente do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, e um dos autores do trabalho acadêmico.
No ano passado, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) informou que, para manter o aumento das temperaturas médias globais abaixo de 1,5ºC até o final deste século, as emissões de dióxido de carbono teriam que ser reduzidas em 45% até 2030.
Contudo, cientistas alertam de que os próximos 18 meses serão primordiais para lidar com a crise do aquecimento global e das mudanças climáticas, entre outros desafios ambientais.
Por isso, não apenas no Dia da Amazônia, mas sim no resto do ano, faça sua parte para preservar a floresta. Pressione por leis ambientais mais rígidas e por sua fiscalização e cumprimento; preste atenção nos produtos que você consome e se atente ao seu descarte correto; corte gastos desnecessários de energia e água.
Você também pode cultivar plantas e árvores, ou doar para organizações de reflorestamento e investir em empresas que tomam medidas quanto à mudança climática.
De pouquinho em pouquinho, é possível diminuir os impactos negativos que nós mesmos causamos à natureza.