Um hábito diário em todas as manhãs na casa de milhares de brasileiros é o nosso café, aquele pretinho básico, clássico e coado com simplicidade. Além disso, aprecio muitos cafés requintados e decorados com seus sabores variados.
O café nos desperta para a vida, reaviva a alegria… a alma…inspira, tem sabor de que chegou visitas, é o aconchego de família, daqueles momentos acompanhados de biscoitos fritos, requeijão, bolo de milho. Isso suscita lembranças de infância, do café em grãos torrado no fogão a lenha pela tataravó Iaia Tulinha (senti até o cheirinho) naquelas torradeiras com manivela rodando sem parar e o cheiro forte que invadia a casa… depois ia para o moinho… a chaleira já estava com água quente na última chama do fogão…em seguida, passava pelo simples coador de pano, que delícia de sabor! Talvez por isso aprecio tanto um cafezinho.
O perfume das lembranças do interior, do café torrado, pilado, moído, preparado com muito amor, cheiro de quintal da Dindinha, de amanhecer e entardecer no fogão a lenha da cozinha, desses tempos, das recordações que levamos para vida…nostalgias.
Até hoje, ao amanhecer ou nas tardes de todos os dias, o café é meu companheiro favorito na cozinha, já até estou ensinado o netinho de 01 ano e meio a apreciar esse delicioso pretinho. E como ele é gostoso depois de um dia de praia, ao chegar ao hotel e encontrar aquele clássico cafezinho bem quente e agradabilíssimo para revigorar.
Esse pretinho sedutor e maravilhoso provoca um bem danado em nossa vida. Quando eu viajava, aqueles tempos felizes antes da pandemia, tive o privilégio de conhecer várias casas de cafés. Vivenciei um mundo de sabores que tornam essa bebida tão especial e única. Experimentei deliciosos cafés: puro tradicional, expresso, pingados, cappuccinos, com chantilly, amargos, suaves, intensos, com sorvetes etc., mas depois de alguns dias já sentia falta de apenas um café, aquele tradicional e simples cafezinho.
Aprecio sair para aquecer palavras numa casa de cafés degustando biscoitos e bolos especiais. Nossa, como tudo isso é saboroso! A inspiração toma conta de mim nessas casas que agregam imersão de sabores e requinte! Café em família! Também muito o vivencio. Ah, os cafés da casa de Mainha são maravilhosos, o mais requintado cafezinho com delícias, como o bolo de fubá, o biscoito fofão quentinho (receitas de Mainha e da minha avó Tonha) e a tapioca com todos os recheios que quisermos, só ela faz incomparável!
O café conquistou não só meu paladar, mais que isso, fez-me juntar uma coleção de canecas num cantinho especial do café na cozinha e cada caneca com sua história é usada com um especial carinho.
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Nesses tempos confinados, o tempo vai passando, mas vamos nos preenchendo, como a vida tem permitido, degustando nossos cafés. Cafés que nos une, onde quer que seja tomado, ele preenche vazio e momentos emaranhados de experiências. Café do mercado, da padaria, da quitanda, torrado na hora, café que traz cheiro da roça, do interior, café com rapadura, açúcar mascavo, amargo…café depois do almoço… cafés da casa de Mainha… lembranças expressas dessa essência que aprendi amar para degustar, receber visitas (proibido sair de casa sem tomar um cafezinho). Cafezinho na xícara, com alguma coisa que ‘beliscamos’, que bebemos com gosto e sente a energia que realmente contagia e nos rouba horas felizes contando histórias, recordando memórias das coisas boas que a gente viveu e experimentou. Agora, porém, vou ali na cozinha, porque hoje eu quero apenas um cafezinho!