Não se esqueça de olhar em torno! Movimentos acontecem por todos os lados. As nuvens passam ora mais lentas, ora mais depressa, e lançam seus olhares de cima para você.
As formigas te olham de baixo, as árvores estendem braços flexíveis à sua frente, ofertando frescor de abanicos verdes e encostos seguros cravados na terra-mãe.
Balidos pedem carícias e miados denunciam carências em olhares que fingem não se importar. Escute-os!
Ouça o que precisa ser ouvido, fale aos que lhe são todo ouvidos. Toque o que reclama ser tocado. Não se isole nos espaços, não poupe beijos e abraços.
Vá ao encontro dos mosteiros, das cavernas, dos compassos inaudíveis, de quem volta sobre os passos em busca de esconderijo.
Em cima há um mesmo céu. Sob os pés, a mesma terra. Em volta, é o mesmo ar que leva as ladainhas carpideiras e retorna em cânticos angelicais.
Mortalhas roxas mergulhadas em seivas de lótus esmaecem em alvos e perfumados linhos que envolvem ninfas à luz do luar.
Ah, seus rodopios de antes – quando meras visões à distância – se entrelaçam com suas células e trançam malhas de tecidos vivos, mesclados e semelhantes em suas diferenças.
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Espaços pedem por preenchimento e se tornam púlpitos ansiosos por vozes que se introduzam nos vazios e os transformem no todo interdependente, em estreita harmonia com seu habitat universal.
Vá então buscar de novo as suas células, agora não tão suas… Estenda-se sobre cada uma: negras, brancas, vermelhas, amarelas… E faça amor – ah, sim! – com todas elas!