Autoconhecimento Psicanálise

Aprendendo a parar, a refletir e a voltar à vida

Escrito por Valéria Schil

Brincadeiras à parte, eu digo: me perdoem!?

Me perdoem pela ausência, pelo distanciamento, pelo sumiço!

Mas voltei, voltei para justificar a vocês o súbito desaparecimento dessa página que direta e indiretamente ajudou tanta gente. Muitos leitores me contataram para dizer o quanto se identificaram com o meu caminho, e tiveram a coragem de assumirem o seu. Espero que agora não seja diferente, pois o que vou contar à vocês é além de tudo, um alerta.

Tudo começou no final de agosto, início de setembro, mais ou menos, pois já faz quase um ano, e minha memória não me ajuda muito. Comecei a me sentir desanimada, cansada, não entendia muito, nem dava tempo de pensar, pois tinha uma agenda tão apertada que, inicialmente, achei que era só exaustão.

Mas o tempo foi passando e a situação complicava, comecei a não querer sair, trabalhar, brincar e, para quem me conhece, esses são sintomas bem incomuns para mim. A situação passou a ficar insustentável, comecei a desmarcar eventos, não tinha vontade mais de escrever, parei de dar as palestras – coisas que me faziam muito feliz – distribui minha agenda, pois não tinha condições de atender mais, dez ou doze, pacientes por dia.

A coisa se mostrou pior para mim quando já não conseguia subir as escadas do consultório em uma etapa só, não tinha ar, força nas pernas, cem degraus? Não… Só uns quinze, no máximo. Comecei a ficar assustada, achei que era sedentarismo. E aí vem o pior, do pior, comecei a esquecer o que tinha ocorrido na sessão anterior dos meus pacientes. Isso para mim foi a morte, eu que sabia tudo deles de cabeça, não lembrava o que havíamos falado uma sessão anterior.

Meus amigos começaram a me chamar a atenção, pois visivelmente minha aparência era de doente. Tinha tonturas, câimbras tão dolorosas que demoravam dias para melhorar das dores.

Houve um dia que uma amiga e psicanalista linda, me viu no corredor indo para a sala de aula, onde minha turma me esperava, e disse: Val, pelo amor, vai passar um batom nessa boca, você está transparente. Nessa época, pedia licença e ministrava as aulas quase que o tempo todo sentada. Mas devo abrir um parênteses e contar a vocês que tenho as melhores alunas do mundo, escudeiras fiéis que me aguentaram e aguentam com tanto amor que não conseguimos mais nos separar de tão bem que nos fazemos.

Ato tão doce e nobre de uns, e para rebater, um outro caso que me estarreceu, me colocando em uma situação ainda pior. Em uma tarde, encontrei com uma colega que ao me ver perguntou o que havia. Eu disse como me sentia, que tinha uma tristeza profunda, não sabia de onde estava vindo, pois estava em uma fase da minha vida muito realizada, mas ela, sem pestanejar, diretamente com uma virada de direita acertou-me em cheio, dizendo: acho melhor você procurar um psiquiatra, às vezes pode ser bipolar.

Quase fiquei sem reação, mas nem doente, letárgica, sem memória, eu deixaria de retrucar. Disse a ela de onde tirava tal ideia, pois a última tristeza que tive foi com um motivo concreto, real, há uns três anos mantenho meu humor estável, sou entusiasmada, alegre, bagunceira sim, mas desde o dia em que nasci. Minha mente, aí, não parou mais de analisar, observei mais meu comportamento, afinal, nunca descarto algo que venha para mim sem analisar minuciosamente.

Entre tudo isso, já havia passado na médica, feito exames, ultrassom, só faltava retornar para entender de onde vinha tudo isso, e analisar se seria o caso de ir a um psiquiatra. Para entenderem melhor, eu ganhei de presente uns miomas… que, metafisicamente falando, ah… melhor deixar para lá, pula essa.

Então… continuando…

Como todos sabem, miomas dão hemorragias graves, todos os meses e eu já estava nesse processo a bastante tempo. Pela correria e também pelo organismo, não sou uma pessoa de grande apetite, isso ainda piorava a situação, pois naquele momento me deixava mais fraca.

Não sei precisar, mas acredito que já estávamos em outubro quando consegui retornar à médica com os exames e, para minha “grande surpresa”, não se tratava de bipolaridade, não, mas sim uma anemia profunda.

Precisaria fazer uma transfusão de sangue, ingerir ferro via oral e através de uma dieta rica em ferro, etc. Tomei todas as providências, fui fiel às instruções da nutricionista e a reposição de ferro, precisava voltar a ser EU!

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O processo foi longo, mas estou aqui, voltei às minhas funções, quase todas, acabei de montar um novo curso, que na verdade será uma terapia autoeducativa. Estou alegre, bagunceira e entusiasmada como sempre, e “vamos que vamos”. Tirando lição de tudo que essa vida nos traz, sem sermos prepotentes, orgulhosos, vamos lá, tendo a coragem de olhar tudo de frente, por mais que seja desagradável.

Lição dada, lição aprendida!

Até a próxima,

Tô por ti

Sobre o autor

Valéria Schil

Ana Valéria Vieira Schil, Psicanalista Clínica, Gestora em RH, Gestora em Pessoas, Docente em Cursos de Formação, Conferencista,Terapeuta Holística com formação em: Máster em Reiki; Máster em Reiki Tradicional Japonês Dentho; Reiki-Ryoho; Karuna Cirúrgico; Reflexologia Podal;Auriculoterapia; Florais de Bach; Feng Shui.

Atua com terapia em adultos, casais, grupos, com métodos de acesso ao inconsciente; Hipnose, Regressão, Terapia de vidas passadas;Terapia de Memória Simbólica.

E-mail: valeriaschil@gmail.com