As forças do RECEBER/TER na primeira e do DAR/SER na segunda metade da vida
Para a antroposofia, a partir dos 35 anos a gente muda da fase do “ter” para a do “ser”, ou da fase do “receber” para a de “dar”, devolvendo um pouco daquilo que recebemos.
Na nossa juventude, recebemos uma casa para morar, conhecimento (primeiro na escola, depois de um mentor, como um chefe) e temos uma memória melhor. Até mesmo os relacionamentos (sejam amorosos ou não) acontecem de forma muito mais fluida: é mais fácil fazer amigos e encontrar parceiros quando se é mais novo.
Depois, a partir dos 35, aquilo que antes era força física começa a ser metamorfoseado em força moral, como sabedoria e ética.
Nessa fase da vida, somos impulsionados por dentro, ou seja, apenas aquilo que achamos relevante é que nos move. As motivações extrínsecas são normalmente ignoradas e até consideradas invasivas.
Outra coisa que acontece na segunda metade da vida é que transformamos crítica externa em autocrítica. Conseguimos compreender que aquilo que acontece conosco é nossa responsabilidade mudar.
Para colocar a mente (e o coração!) neste novo estado mais altruísta, é legal termos consciência disso e intencionarmos com perguntas como: Qual é a minha aptidão no novo mundo? Como posso ser útil? Como posso servir com alegria? O que recebi e tenho vontade de doar?
Estas são versões de uma mesma reflexão, com a intenção de olhar para o “dar” e “ser” no sentido mais prático.
Missão e servir não devem ser pesados: devem fazer o coração de quem recebe se encher de alegria, mas também daquele que dá.
Outra coisa que diferencia as duas metades da vida são os sentidos: na juventude eles servem como uma maneira de captar a nossa experiência do mundo. Já na maturidade, eles têm a função de nos ajudar a ter um entendimento mais profundo do mundo: a visão, por exemplo, serve agora para ver potenciais em outras pessoas, enquanto a audição, para um escutar mais apurado do outro.
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Ver a fase da maturidade com esse entendimento faz com que tenhamos um olhar mais generoso e proativo, pensando em quais qualidades temos e o que podemos oferecer conforme a idade avança.