Convivendo Crônicas da Vida

As forças do RECEBER/TER na primeira e do DAR/SER na segunda metade da vida

Uma criança recebendo um presente de um jovem homem.
evgenyatamanenko / 123RF
Escrito por Dulcineia Santos

As forças do RECEBER/TER na primeira e do DAR/SER na segunda metade da vida

Para a antroposofia, a partir dos 35 anos a gente muda da fase do “ter” para a do “ser”, ou da fase do “receber” para a de “dar”, devolvendo um pouco daquilo que recebemos.

Na nossa juventude, recebemos uma casa para morar, conhecimento (primeiro na escola, depois de um mentor, como um chefe) e temos uma memória melhor. Até mesmo os relacionamentos (sejam amorosos ou não) acontecem de forma muito mais fluida: é mais fácil fazer amigos e encontrar parceiros quando se é mais novo.

Depois, a partir dos 35, aquilo que antes era força física começa a ser metamorfoseado em força moral, como sabedoria e ética.

Nessa fase da vida, somos impulsionados por dentro, ou seja, apenas aquilo que achamos relevante é que nos move. As motivações extrínsecas são normalmente ignoradas e até consideradas invasivas.

Outra coisa que acontece na segunda metade da vida é que transformamos crítica externa em autocrítica. Conseguimos compreender que aquilo que acontece conosco é nossa responsabilidade mudar.

Mãos segurando um cristal em formato de um coração vermelho.
kazoka30 de Getty Images / Canva

Para colocar a mente (e o coração!) neste novo estado mais altruísta, é legal termos consciência disso e intencionarmos com perguntas como: Qual é a minha aptidão no novo mundo? Como posso ser útil? Como posso servir com alegria? O que recebi e tenho vontade de doar?

Estas são versões de uma mesma reflexão, com a intenção de olhar para o “dar” e “ser” no sentido mais prático.

Missão e servir não devem ser pesados: devem fazer o coração de quem recebe se encher de alegria, mas também daquele que dá.

Outra coisa que diferencia as duas metades da vida são os sentidos: na juventude eles servem como uma maneira de captar a nossa experiência do mundo. Já na maturidade, eles têm a função de nos ajudar a ter um entendimento mais profundo do mundo: a visão, por exemplo, serve agora para ver potenciais em outras pessoas, enquanto a audição, para um escutar mais apurado do outro.

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Ver a fase da maturidade com esse entendimento faz com que tenhamos um olhar mais generoso e proativo, pensando em quais qualidades temos e o que podemos oferecer conforme a idade avança.

Sobre o autor

Dulcineia Santos

Dulcinéia Santos é consultora de desenvolvimento para a maturidade, praticante certificada da ferramenta MBTI® de tipos psicológicos e coach. É também autora do livro “A Namorada do Dom”, em que conta as lições que aprendeu nos relacionamentos e na sua jornada até a Suíça.

Acredita que a vida é cheia de lições e que se não as aprendemos não passamos pro próximo nível do jogo. Saiu de casa cedo e foi morar no mundo – agora está na Suíça, onde estudou antroposofia por três anos. Gosta de tomar cerveja no boteco enquanto papeia, de aconselhar, da língua portuguesa, de cozinhar, de ficar só e de flexibilidade de horários. É esotérica, mas acha que estamos encarnados para viver as experiências terrenas com o pé no chão – de preferência dançando.

Formações:

Bacharel em línguas aplicadas

Brain Based Coaching Certification
NeuroLeadership Group – Londres

MBTI® – Myers-Briggs Type Indicator – Step I and Step II
Myers-Briggs Foundation – Florida, USA

Antroposofia
Goetheanum – Dornach, Suíça

Terapia Multidimensional
Genebra – Suíça

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