Quem já leu meus artigos anteriores sabe que em março de 2018 perdi filhas gêmeas entrando no sexto mês de gestação. De lá para cá tenho enfrentado verdadeiros momentos de escuridão.
Aqui quero falar com você sobre os duros golpes da vida, que evidenciam em nós as sombras da nossa alma.
Nesse meu processo de autocura, como boa autodidata que sou, tenho feito muitas leituras. Confesso que não sou uma pessoa fácil de tratar, terapeuticamente falando, então procuro mergulhar nas minhas buscas para assimilar conteúdos e práticas que me tragam reflexões transformadoras. Costumo dizer que faço autoterapia. Apesar de que tenho anjos na minha vida a quem recorro quando não dou conta do recado sozinha.
Nesses momentos de busca, acabei tendo algumas catarses e epifanias, além de revelações chocantes a respeito de mim mesma, no que diz respeito à minha criança interior, às misérias da alma e às mensagens inconscientes que a mente repete “por baixo dos panos psíquicos”, causando um baita prejuízo em todas as áreas da vida.
O grande aprendizado dos últimos quilômetros dessa jornada é que as sombras da alma moram nas profundezas do nosso ser e um simples gatilho, como um descaso e um atraso num atendimento médico, uma fechada no trânsito, uma resposta atravessada de alguém no ambiente de trabalho ou qualquer outro gesto que nos venha como confronto pessoal pode nos arremessar para aquele pequeno ponto sombrio em uma fração de segundos e nos manter lá por tempo indeterminado.
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Qual seria o antídoto? Saber para onde voltar e ter um roteiro pré-definido que nos leve de volta para a luz. Cada um de nós tem seu caminho para a luz, de acordo com a sua estrutura de crenças e nível de autoconhecimento.
Algumas pessoas meditam, outras respiram, outras correm para a terapia, há quem vá para a igreja ou para um templo budista, há quem saia para correr, enfim… Cada um encontra seu caminho de volta para a luz do seu jeito. E temos que respeitar essa individualidade. Às vezes é até bom nos fecharmos um pouco em relação às opiniões dos outros, porque, em excesso, elas podem gerar mais ansiedade e desconexão com a nossa essência. Também podemos nos permitir acatar sugestões. Olhe para dentro de si e observe quando está sendo teimoso ou apenas respeitando o seu momento. Equilíbrio é tudo!
Lembre-se: sempre que identificar a sombra agindo, o que acontece quando o lado sombrio do ego se manifesta, exerça um papel ativo em busca do realinhamento do self, que é a conexão com seu Eu Divino equilibrado, pacífico e saudável.
Em um mundo com tantas cobranças, consideramos que somos seres tão complexos e cheios de registros ocultos de crenças limitadoras e traumas inconscientes, é preciso estarmos atentos e termos “na manga” algumas rotas de fuga mapeadas para esses momentos em que a vida parece tão absurda e sem sentido, porque na verdade ela é uma grande dádiva e vale a pena. Lá na frente a gente vê que tudo passa. E o que fica é o que nos tornamos por meio do que vivemos e superamos.