Comportamento Convivendo

As várias formas de se mostrar amor

Homem e mulher abraçados, encostando a cabeça um no outro.
123RF/Vasyl Dolmatov
Escrito por Dulcineia Santos

Amar. Parece uma coisa tão simples, tão inerente ao ser humano, mas ao mesmo tempo, às vezes tão difícil dar e receber.

Na verdade, muitos dos nossos problemas começam por não saber reconhecer o amor na nossa frente.

Uma das razões para isto é quando não recebemos amor na nossa infância. Como podemos oferecer algo que não conhecemos? Ou, pode ser que você teve uma vida difícil, ou tantas decepções, que acabou se fechando para isto. Ou o medo, que é o contrário do amor, tomou conta de você de tal forma, que você não consegue agir guiado pelo amor.

A verdade é que a nossa essência é amor. E se você está lendo este artigo é porque, não importa o que tenha acontecido na sua vida, ainda não desistiu de voltar ao seu caminho original.

Homem e mulher deitados no chão, abraçando seu cachorro, enquanto riem.
Foto de Olya Kobruseva no Pexels

No livro Getting the Love You Want, de Harville Hendrix (Conseguindo o Amor que Você Quer, em tradução livre), o autor nos ensina que podemos reconhecer a maneira que as pessoas querem ser amadas através de maneira que elas mostram amor.

Ele fala sobre as cinco principais maneiras que as pessoas usam para demonstrar este sentimento. Esta lista pode também servir como um guia para quando não sabemos nem por onde começar.

1) Carinho físico

Dois homens deitados na cama, abraçados, enquanto um acaricia o rosto do outro.
Foto de Ketut Subiyanto no Pexels

Por incrível que pareça, este é um tema controverso: há quem goste, há quem não goste. Há a questão cultural (o brasileiro gosta de tocar, mas nem todos gostam de ser tocados); há a memória da infância.

A questão aqui é: se o seu parceiro(a) está te tocando, é porque ele também gosta de ser tocado. A maneira que você vai encontrar de atender a esta necessidade dele é só sua, mas é uma necessidade que precisa ser atendida.

Você pode não gostar de dormir abraçado, por exemplo, mas pode negociar cinco minutos de abraço na cama antes de dormir?

2) Palavras de apreciação

Duas pessoas de mãos dadas em uma mesa, conversando.
Foto de Juan Pablo Serrano Arenas no Pexels

Não basta saber que é amado: a gente quer escutar.

A gente também quer ouvir que o que fazemos pelo casamento, pela casa, pela família, é apreciado.

Quando vim morar na Suíça, fiquei por alguns meses com um casal. Eles já tinham filhos adultos, estavam juntos desde a adolescência, mas cada vez que um deles preparava o jantar, o outro dizia: “obrigada(o) por ter preparado o jantar. Parece delicioso”. Mas diziam isto realmente olhando nos olhos um do outro.

Se fôssemos jantar fora, no final da refeição, aquele que pagasse a conta ouvia: “muito obrigado! Foi realmente uma noite incrível!”

Foi uma das grandes lições que levei comigo.

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3) Tempo compartilhado

Homem e mulher sentados em um restaurante à beira mar, conversando,.
Foto de Taryn Elliott no Pexels

Cada um entende isto de uma maneira diferente. Para algumas pessoas, basta estar juntos no mesmo ambiente, talvez assistindo TV ou coisa do tipo.

Para outras, é importante programar um tempo para saírem juntos – colocar a intenção de compartilhar aquele tempo.

Para alguns, é legal fazer sempre a mesma coisa: tenho um casal de amigos que gosta de fazer escaladas quase todo final de semana. Para outros, é importante variar.

O importante é que a gente não se esqueça que compartilhar tempo é parte daquele “regar” a relação.

4) Fazer algo pelo outro

Homem e mulher empacotando as coisas da casa para a mudança.
Foto de cottonbro no Pexels

Uma das coisas que até hoje coloca um sorriso enorme no meu rosto é quando meu marido vai me buscar em algum lugar.

Às vezes uma coisa pequena: buscar a roupa na lavanderia, levar o lixo para fora, qualquer coisa que mostra que você se importa e que não está no automático.

5) Presentear

Mulher segurando uma caixinha lilás com um laço amarelo.
Mãos de uma pessoa embalando uma caixa de presente.

Não é sobre o tamanho ou o preço do presente. É de novo, mostrar que se importa. Mas este é o meu jeito de amar.

Foi interessante, pela perspectiva do livro, entender por que meu marido não gostava dos meus presentes: como para mim o que valia era o gesto, eu comprava coisas baratas. Ele sempre me deu presentes caros. Esta era a maneira dele de mostrar que eu importava para ele. Consequentemente, no entender dele, eu comprar um presente barato mostrava que ele não importava tanto assim.

A ideia é, portanto, usar essa dica como uma via de duas mãos, tanto para reconhecer amor, como para (re)aprender a mostrar amor.

Como já disse em outro texto, em inglês há a expressão taking for granted, que não tem uma tradução literal para o português, mas é quando se considera que algo está ganho e você não precisa fazer muito mais.

Para os meus clientes de coaching, sugiro o uso da pergunta: “O que posso fazer hoje para chegar mais perto do meu objetivo?”

Que a gente se lembre de fazer um pouco todos os dias para mostrar amor.

Sobre o autor

Dulcineia Santos

Dulcinéia Santos é consultora de desenvolvimento para a maturidade, praticante certificada da ferramenta MBTI® de tipos psicológicos e coach. É também autora do livro “A Namorada do Dom”, em que conta as lições que aprendeu nos relacionamentos e na sua jornada até a Suíça.

Acredita que a vida é cheia de lições e que se não as aprendemos não passamos pro próximo nível do jogo. Saiu de casa cedo e foi morar no mundo – agora está na Suíça, onde estudou antroposofia por três anos. Gosta de tomar cerveja no boteco enquanto papeia, de aconselhar, da língua portuguesa, de cozinhar, de ficar só e de flexibilidade de horários. É esotérica, mas acha que estamos encarnados para viver as experiências terrenas com o pé no chão – de preferência dançando.

Formações:

Bacharel em línguas aplicadas

Brain Based Coaching Certification
NeuroLeadership Group – Londres

MBTI® – Myers-Briggs Type Indicator – Step I and Step II
Myers-Briggs Foundation – Florida, USA

Antroposofia
Goetheanum – Dornach, Suíça

Terapia Multidimensional
Genebra – Suíça

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