Vou citar um caso de uma filha que cria um dicionário particular, onde a palavra mãe significa: mulher que abre mão de ter vida própria, de se cuidar, dos seus próprios valores, de usar parte do seu dinheiro conquistado com bastante trabalho em prol de si mesma. Um ser que pode sobreviver praticamente sem descanso ou lazer para atender a todas as necessidades, desejos e se moldar aos caprichos da filha de 20 anos.
A autora dessa definição chegou a essa conclusão ao comparar sua mãe com a mãe da sua amiga. Deduziu que sua amiga leva a melhor por “ter uma mãe conforme essa definição acima”.
Dá para imaginar o alto nível de tensão que existe nesse relacionamento, em que a filha se comporta como uma criança mimada, causando estresse para si e para a mãe, uma vez que é impossível para a mãe dela ser “essa grama verde, ‘que a mãe da amiga de sua filha é’”.
Caso essa moça passasse a morar com a amiga e a mãe dela, é muito provável que “essa grama murchasse”. Uma vez que ser agradável, cordial e, até mesmo, mimar uma visita por algumas horas ou dias é bem mais fácil do que fazer a mesma coisa quando passam a morar juntas. E, quando não há maturidade e cumprimento das responsabilidades que cabem a essa filha, que, com 20 anos, faz exigências infantis, dificulta-se ainda mais o convívio.
Explicando melhor, uma comparação pode ser usada como ferramenta de crescimento, quando uma pessoa admira alguém e quer melhorar suas atitudes para se parecer com ele. Porém, nesse caso citado, a comparação gera frustração, tristeza e revolta ao comparar o “melhor” da mãe da amiga, com o “pior” de sua própria mãe. A comparação desrespeita a individualidade, pois somos seres únicos! Vivendo em contextos diferentes e tendo experiências totalmente diversas.
Cada mãe – assim como cada pessoa, inclusive essa filha – dá o que tem de melhor para ofertar, dentro de suas potencialidades e de suas dificuldades.
Aprender a dar valor ao que sua mãe tem de melhor, e ao que cada pessoa tem de melhor –inclusive a si mesma –, diminui o hábito de comparar e classificar as pessoas como inferiores ou superiores, uma vez que somos todos especiais de maneiras únicas. Somos o resultado das relações entre genética, sociedade, cultura, história de vida, enfim, visão de mundo.
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Facilitadora Fátima Cardoso
Constelação Sistêmica Familiar e
Cinesiologia Quântica