O asteroide recebeu o nome “Apophis”, em alusão a um deus egípcio de mesmo nome que é associado ao caos e à escuridão. A razão é simples, mas chocante: caso um asteroide das mesmas dimensões do Apophis atingisse nosso planeta, o impacto seria equivalente ao da bomba russa Tsar, a arma nuclear mais potente do mundo. Segundo profissionais, a colisão resultaria em uma cratera de mais de quatro quilômetros de diâmetro, mas isso não seria suficiente para acabar com a vida na Terra.
Asteroide em 2017:
Ao longo dos anos, existiram diversas previsões de que asteroides colidiriam com a Terra, mas nem todas realmente vieram a acontecer, como foi o caso do asteroide 2016 WF9, que chegou a ficar conhecido como “asteroide do fim do mundo”, tamanha a repercussão dada. Porém, como é possível concluir, já que estamos em 2019, nada aconteceu. O 2016 WF9 passou a cerca de 51 milhões de quilômetros da Terra no dia 25 de fevereiro de 2017 e não ofereceu qualquer tipo de perigo. Há quem diga, inclusive, que tudo não passou de uma notícia falsa.
Ainda em 2017, mas em novembro, o asteroide 2017 VL2 “passou raspando” na Terra e a Nasa não o detectou sua aproximação a tempo. De acordo com especialistas, o corpo tinha praticamente o tamanho de uma baleia e poderia destruir uma cidade inteira em um raio de 6 quilômetros. Este corpo celeste pertence ao grupo de asteroides conhecido como Apollo, cujas órbitas estão localizadas próximas à da Terra, e só deve fazer uma nova ‘visita’ aproximadamente no ano de 2125.
Asteroide em 2019:
Outro asteroide Apollo, este denominado 101955 Bennu, possui um diâmetro de aproximadamente 493 metros e é observado extensivamente com o radar planetário do Arecibo Observatory e do Deep Space Network, já que tem grande potencial de colidir com a Terra. Um recente estudo dinâmico localizou uma série de oito impactos potenciais da Terra com o Bennu entre 2169 e 2199, mas a probabilidade cumulativa de impacto não é maior do que 0,07% para todos os oito encontros.
Em junho deste ano, a Nasa divulgou imagens inéditas da superfície rochosa de um grande pedregulho do asteroide Bennu. A própria agência afirmou que o objeto, com um diâmetro de aproximadamente 493 metros, está em rota de colisão com a Terra. Os arquivos obtidos pela sonda espacial OSIRIS-REx, da NASA, são usados para um estudo completo sobre o corpo celeste. O pedregulho fotografado faz parte do hemisfério norte do asteroide e tem 20,6 m de altura, o que é aproximadamente o tamanho da cauda de um avião 747.
Para entender o que poderia acontecer caso um elemento gigantesco e em alta velocidade como este caísse em nosso planeta, a Nasa e a Fema (Agência Federal de Gestão de Emergências) fizeram ainda este ano uma simulação de 5 dias para descobrir as melhores estratégias para lidar com o possível impacto de um asteroide. O teste simulou a chegada de um asteroide de 60 metros à atmosfera da Terra a uma velocidade de 19 quilômetros por segundo. De acordo com os cálculos feitos, 20 megatons de energia seriam liberados na explosão, o que representa uma energia mil vezes maior que a bomba atômica lançada sobre a cidade japonesa de Hiroshima.
Hipoteticamente, para tentar evitar estragos, a Nasa enviaria uma missão de reconhecimento para descobrir mais sobre o tamanho, a órbita e a composição do asteroide. Em seguida, seriam enviadas três sondas para colidir com a rocha espacial, com intuito de empurrar o asteroide para longe. Potencialmente, o corpo principal seria desviado, mas um fragmento de 50 a 80 metros ainda poderia colidir com a Terra. De acordo com os especialistas, um impacto dessa escala afetaria um raio de 15 quilômetros. A explosão de ar significa que não haveriam sobreviventes a 83 quilômetros quadrados do ponto de colisão, com danos se estendendo por até 68 quilômetros.
Outros asteroides já caíram por aqui. De acordo com a Nasa, diariamente caem sobre a Terra cerca de 100 toneladas de material interplanetário. A maioria deste material é pó liberado por cometas. Contudo a cada 10 mil anos, em média, existe a possibilidade de que asteroides com mais de 100 metros atinjam a Terra e causem desastres localizados ou ondas capazes de inundar zonas costeiras. Estão no mapa objetos de 1 a 20 metros que podem cair em nosso planeta, mas quase todos se desintegraram na atmosfera. Dois meteoros chegaram a cair no Brasil, inclusive.
Um dos raros casos de meteoro grande o bastante para chegar ao solo foi o que caiu em 2014, em Chelyabisky, na Rússia. A explosão, que aconteceu em fevereiro de 2014 e liberou 440 quilotons de energia, foi causada por um asteroide que rasgou os céus, provocando uma chuva de meteoritos que deixou em pedaços muitas janelas e que gerou uma luz ultravioleta tão forte que causou queimaduras na pele de mais de vinte pessoas.
Em 2018, houve outra explosão de meteoro sobre a Rússia, desta vez equivalente a 10 bombas atômicas. Porém, por ter ocorrido no meio do Mar de Bering, na Península de Kamchatka, a explosão não foi notada ou relatada quando aconteceu, em dezembro daquele ano. O satélite japonês Himawari e a Força Aérea dos Estados Unidos notaram o evento e avisaram a NASA. O meteoro que atingiu a atmosfera da Terra desceu a 32 quilômetros por segundo e a explosão ocorreu a 25,6 km acima da superfície, liberando 173 quilotons de energia. Apesar de sua magnitude, a explosão do meteoro que atingiu a Rússia não é a maior ou a mais poderosa já registrada nos últimos anos.
Embora os danos físicos ao planeta e à nossa saúde chamam atenção e preocupam em relação à queda de asteroides, meteoros ou meteoritos na Terra, há um fato interessante a ser destacado: estes corpos celestes também interferem na espiritualidade dos seres humanos. Mesmo sem perceber, o temor de que algo possa vir a acontecer de forma tão repentina e acabar com toda a vida, causando tragédias irreparáveis, ronda nossa mente quando ficamos sabendo de alguma notícia como “asteroide pode colidir com a Terra”. E isso é normal! Mas religiosos passam a se perguntar se seria este desastre um castigo para os humanos.
Na obra O Livro dos Espíritos, o autor Allan Kardec diz que os desastres são efeitos naturais relativos às condições físicas do planeta, que são subordinadas à Lei Natural. Alexandre Caldini alega ainda que “é preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar.” E talvez seja este o tipo de entendimento necessário para que cresçamos internamente e percebamos que a vida é muito mais do que viver com medo de algo de ruim vá acontecer e perder os bons momentos.
Você também pode gostar de:
- Quando o Universo desperta nossa consciência
- Discos Voadores: passado, presente e futuro
- Data limite, a evolução da humanidade e as profecias
Usando como exemplos os próprios asteroides, muitas das notícias divulgadas sobre o assunto acabam “aumentando” um pouco os fatos para que as pessoas se interessem pelo conteúdo, mas, no fim, quando nada acontece, pensamos que um milagre se abateu sobre nós. Mas a verdade é que nada estava para acontecer mesmo. Existe a possibilidade de que algum objeto se choque com nosso planeta, mas a probabilidade de que isso aconteça é ínfima e há estudos que comprovam isso. É tudo uma questão de interpretação e de sabedoria para não se deixar levar por fatos que fogem do seu controle.