Estamos impregnados desde a infância por conceitos vindos de ensinamentos, na maioria das vezes, das interpretações de textos tidos como sagrados sem que os questionemos. Não debato se é certo ou errado, se é bom ou não, se a pessoa é ou não religiosa, pois apenas vejo a necessidade de, continuamente, questionar a nós mesmos sobre enraizados conceitos que carregamos para que, como individualidade divina, não fiquemos estagnados na exteriorização do credo.
Não vemos ou não queremos ver que repetimos orações decoradas, hinos bonitos, gestos treinados, dando-nos por satisfeitos em termos atendido a uma divindade vaidosa que precisa ser louvada. Deus não quer isso, Ele nos considera pelo que somos por dentro, não pelo que mostramos por fora.
Pergunto: O que é sagrado? O texto ou nós? É obvio que nós somos o sagrado, o texto é ensinamento e nós somos obra divina em processo evolutivo, privilegiados seres celestiais em estágio de aprendizado. Essa história de que somos pecadores nesse vale de lágrimas não pode ser levada a sério.
Apenas como exemplo, temos a oração Pai Nosso, a qual João Batista a ensinou a Jesus, Jesus aos apóstolos e os apóstolos a nós e, hoje, ela é recitada universalmente pelo cristianismo como a primaz das orações.
Encontramos, contudo, seu eco na oração judaica Avinu Malkênu – Pai Nosso ou Nosso Pai, cantada durante serviços de Rosh Hashanah, Yom Kipur e alguns dias de jejum.
Se questionarmos o fato de a oração ser cristã ou judaica, conjecturamos sobre o irrelevante, o relevante é o conteúdo, não a autoria ou a origem.
Essa comparação nos assegura de que não devemos nos conter em relação ao que nos é mostrado, havemos de questionar sempre, indo ao cerne do ensinamento, para que o absorvamos na alma, movendo-nos para a direção do acerto de forma consciente e natural, não permanecendo, como dito no início, apenas na prática exterior.
Emmanuel, em Vinhas de Luz – 26, Véu, nos diz:
“Não é fácil rasgar os véus que ensombram a mente humana.”
E no sexto parágrafo aponta:
“Esperam o bem que ainda não semearam e exigem patrimônios que não construíram.”
Esses textos postam, com precisão, o cotidiano daqueles que oram pela fé sem, contudo, tê-la como prática consciente e cotidiana, atendo-se apenas às palavras.
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O que é significativo? A oração recitada ou a prece compreendida, sentida, comunicante? O que nos eleva é a intenção ou são os gestos? O que nos move ao Excelso? A nudez da simplicidade ou as vestimentas e os rituais? O que nos evolui? A autenticidade ou a ação simbólica?
Para cada uma dessas perguntas, mentalmente já temos a resposta, são evidentes. Então, o que nos impede de agi-las? Aquele que encontrar essa resposta em si, evoluirá.
Obrigado por me ouvir.