Muitas pessoas geralmente costumam ter um senso de tolerância muito maior com os próprios erros do que com os dos outros. A premissa básica de que todo mundo comete erros só vale para si mesmo, de acordo com esses indivíduos. A autocrítica é muito importante para a nossa evolução e desenvolvimento, não só naquilo que tentamos fazer e erramos, mas também para o aperfeiçoamento de nosso caráter. Ter um senso apurado de autocrítica também é um grande gesto de humildade daquele que reconhece que errou ou poderia ter agido melhor.
Apesar dessa qualidade, tudo na vida tem limites. É preciso ser exigente consigo mesmo e buscar fazer tudo sempre da melhor maneira possível. Inevitavelmente, em grande parte das vezes, isso não vai ser possível e o motivo nem sempre será culpa sua. Entre culpar alguém ou a você próprio, o ideal mesmo é que isso não ocorra para nenhum e nem outro. Ninguém erra de propósito. A culpa existe quando a pessoa comete o erro intencionalmente, caso não tenha sido esse o motivo então foi um acidente.
Imprevistos acontecem e acontecerão aos montes ao longo da vida. Quando vivemos em sociedade, é impossível que nossos atos sejam 100% responsáveis pelos resultados. Numa entrevista de emprego, por exemplo, você pode se preparar durante uma semana e aumentar consideravelmente suas chances de sucesso, mas se acontecer algo que te impeça de se deslocar ao entrevistador e que você não tinha como prever, não é motivo de culpa. Alguns chamam isso de destino, outros de azar e alguns autocríticos ao extremo diriam que se tivesse em mãos um cartão de um helicóptero, poderia ter chegado ao local no horário previsto. Da mesma forma que a autocrítica nos faz rever métodos e procedimentos para chegarmos onde queremos, culpar a si próprio em demasia não é benéfico.
Sem falar que a vida é um enigma tão indecifrável que têm coisas que simplesmente não são culpa de ninguém. Um exemplo frequente que ilustra esse tipo de situação são os fenômenos da natureza. Um grupo rural trabalha arduamente para uma colheita farta no outono, porém o ano foi escasso de chuvas e colocou tudo a perder. Não tem a quem questionar.
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Desde os acontecimentos posteriores ao Iluminismo, o homem tende a se colocar no centro de tudo. O fato de ter grande controle do seu futuro não o torna dono dele. Quanto mais cedo ter uma compreensão disso, mais cedo irá levantar a cabeça e seguir em frente diante das adversidades. Por mais que as reflexões nos mostrem o caminho, elas não devem limitar ou impedir nossas tomadas de decisões, pois estas sim são as que transformam nossa vida.
Texto escrito por Diego Rennan da Equipe Eu Sem Fronteiras.