Autoconhecimento Saúde Integral

Beber com temperança

Sombra de jovem bebendo com garrafas de bebida vazias em foco
Foto: 123RF

Estimados leitores, saudações de paz! Preparo o artigo considerando uma das pautas do mês: somos convidados a conversar e a refletir sobre o consumo de álcool e sobre qual o impacto desse consumo (moderado ou não) em nossas vidas.

É um tema que gera muito bate papo… Falar sobre alcoolismo pode ser tão delicado quanto lavar uma taça de cristal, estando você embriagada ou não. Por isso, deixarei que Olívia conte-nos sua história para nos ajudar nesta reflexão:

“Meu nome é Olívia, tenho 48 anos. Sou orientadora no grupo de apoio terapêutico Ted Bear. Hoje no papel de orientadora, mas já fui orientada; recebendo ajuda neste mesmo grupo.

O que gostariam de ouvir? Devo compartilhar histórias trágicas ou hilárias sobre minhas bebedeiras? Contar sobre experiências e vivências ou apenas dar o recado ‘beba com moderação’?

Minha história? Muitos anos atrás… Após uma crise muito intensa de ansiedade seguida de depressão. O primeiro gole e a primeira sensação de poder. A sensação de sentir os pés flutuarem e tornar-se imortal… Acho que foi por aí que minha história com Dionísio começou.

Mulher na janela com latinha de bebida na não
Foto por: Patrick Fore via Unsplash

Aquela dor difícil de lidar sumia por um tempo. Aquela coragem para lidar com aquela questão surgia ali – dentro do copo. Era só beber e tudo estava bem. Era o que pensava. Por anos, era o que eu pensava…

Era tarde de segunda-feira e a semana começara sem cores. O céu estava cinza e para muitos, assim como eu, era a tela da melancolia. Ouvi o som de um trovão ao longe… As paredes da casa tremeram. Peguei a garrafa.

É incômodo. O assunto da bebida. E todos os outros assuntos que julguei terem me influenciado ao vício. Mas era segunda-feira e estava deprimida. Bebi até cair desmaiada no meio da sala. Minha última lembrança: tentativa de ligar para a Catarina pedindo ajuda.

Horas depois acordei na cama. A cabeça latejando como se alguém me batesse com uma marreta. Meu estômago embrulhado em náuseas de vergonha e culpa. Ao meu lado minha amiga Catarina estendendo uma xícara de café e dizendo:

Mulher deitada em cama com braço no rosto
Foto por Yuris Alhumaydy via Unsplash

– Hoje você passou do limite e vamos procurar ajuda. Chega de tomar veneno esperando que o outro morra Olívia! Chega.

Somente muito tempo depois que compreendi que o outro a quem Catarina se referia era o sofrimento que eu tentava matar dentro de mim. Foram e tem sido longos anos de superação e aprendizado.

Tenho muitas histórias dramáticas e outras hilárias para contar. Garanto que vocês terão diversão e lágrimas garantidas nos próximos encontros. Mas a mensagem mais importante que gostaria de deixar para vocês: não tentem sozinhos! Todos nós precisamos de ajuda. Não é fraqueza, vergonha ou a maneira como queiram rotular. Precisamos de apoio meus amigos! Hoje estou aqui como orientadora neste grupo por mim e por vocês.”

A história acima é parte da coletânea das Oficinas de Escrita e Contação de Histórias que realizo no Projeto Pessoas Possíveis. Olívia e Catarina são personagens fictícias, mas podem ser facilmente associadas a alguém de nosso convívio.

Mesinha de bebidas alcoólicas
Foto por Connor Home via Unsplash

O assunto pede muita seriedade, pois mesmo sendo aceito pela sociedade, o consumo de álcool é uma questão de saúde pública, pois envolve violência doméstica, problemas no trabalho, acidentes de trânsito, comportamentos antissociais e tantos outros problemas.

Sabemos que o limite entre uma cerveja ou taça de vinho aos finais de semana pode fugir ao controle. Aqui entra o alerta! O vício não acontece de forma imediata; ele se firma na vida da pessoa a partir do hábito.

Perceber que beber socialmente se tornou um hábito e que este hábito poderá ser nocivo não é fácil. Festas, baladas, churrascos, todos bebendo e se divertindo. E você na água mineral… Ok! Não precisa ser tão radical. Mas precisa ser consciente!

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Consciente de quantos males o uso de álcool pode causar para si e para todos ao redor. Todos mesmo; a família, os amigos, a sociedade em geral. Estamos todos conectados e devemos ser responsáveis por nossos atos.

Não tenha receios de pedir ajuda! Vale uma vida! Vale a sua vida.

Sobre o autor

Cintia Ski Pelissari

Estudiosa de meditação e técnicas de autocuidado há mais de 14 anos.

Formada em Reiki pela Mestre Claudete França, da ABR – Associação Brasileira de Reiki.

Idealizadora dos projetos: Contos e Encontros - Vida criativa; e Contos e Encontros - Conversas sobre o luto.

Oferece workshops, consultorias e atendimento individualizado, com o objetivo de promover a gestão do autocuidado.

Facilitadora da divulgação da mensagem de gratidão de Brother Steindl-Rast, por meio do site viveragradecidos.org

Contatos:

Email: cspelissari@hotmail.com
Instagram: @viver_agradecidos