Com o decorrer dos anos, a comunidade LGBTQIA+ foi crescendo. Desse modo, novas pessoas foram se identificando, fugindo até mesmo do padrão “homo-hétero”. Essa forma de expressão cresceu tanto que, hoje, já temos best-sellers e séries com autores, ou, até mesmo, artistas bissexuais.
Esse é um movimento muito interessante para se conhecer. Por isso, criamos este conteúdo para você se antenar sobre os preconceitos que a comunidade bissexual enfrenta todos os dia e como você pode ajudar a combater isso.
Ficou curioso? Continue lendo e se aprofunde cada vez mais!
Direto ao ponto
O que é bissexualidade
Segundo a psicóloga e mestre da UFF (Universidade Federal Fluminense), a bissexualidade pode ser pensada como uma inclinação involuntária — já que, como sabemos, não ESCOLHEMOS e sim SOMOS LGBTQIA+ — a se relacionar com dois gêneros (o oposto e o mesmo), ou a sentir atração por eles.
É importante ressaltar que um homem, por exemplo, pode ser bissexual e nunca ter namorado com outro homem. Afinal, se sente algum tipo de atração, está valendo.
O espectro do amor é muito vasto e existem vários tipos de atração que nunca devem ser questionados — cada pessoa ama de um jeito e ponto!
Definição de bifobia
Desmembrando os prefixos e os sufixos, “bi-” está atrelado à dualidade e “-fobia”, ao medo, à aversão.
Em termos sociais, a bifobia começa partindo de vários princípios, como o fato de ser vista como promiscuidade, ou, ainda, como o fato de a sociedade não a aceitar — por conta do caráter dualista que, até hoje, permanece na sociedade, ou seja, está “tudo bem” ser gay, mas bissexual não.
Esse assunto é tão sério que, de acordo com o Dossiê LGBT de 2022, 0,37% das mortes foram direcionadas aos bissexuais. Esse número parece pequeno, mas, na verdade, significa que 4/5 pessoas bissexuais foram mortas por serem elas mesmas. Além desse fato, foram registradas mais de 30 casos de violência contra bissexuais.
É algo a se refletir, não é?
Impactos da bifobia na saúde mental e no bem-estar do bissexual
Por conta desse linchamento moral e social constante, muitas pessoas bissexuais são afetadas em todos os âmbitos da vida. Dê uma olhada em como:
– Saúde mental: as ameaças e os xingamentos constantes mexem direto com a autoestima e com a capacidade, fazendo com que os bissexuais desenvolvam problemas relacionados à ansiedade, à depressão, à crise do pânico e a outras questões da saúde mental. O forjamento da verdadeira identidade também acontece, vivendo uma vida que não é sua e que não corresponde ao que se é.
– Bem-estar: pode haver distorção corporal, fazendo com que a pessoa desenvolva transtornos alimentares e que não se sinta confortável em nenhum lugar — até mesmo na família;
O apagamento bissexual na comunidade LGBTQIA+
A psicologia diz que o apagamento/ o fingimento de que algo não existe parte do pressuposto que há algo errado com essa pessoa e, infelizmente, isso se aplica aos bissexuais.
Como se já não fosse muito, o boicote a produções cinematográficas e a livros são bem frequentes, principalmente quando um dos personagens é bissexual. Além disso, o fato de que a própria comunidade vê a bissexualidade como uma “fase de indecisão” pode pesar um pouco mais.
Um dos exemplos mais claros e recentes está relacionado a Kit Connor, ator da série “Heartstopper”. O seu personagem, Nick, é bissexual; e a internet começou a pressioná-lo para falar sobre a sua sexualidade.
Depois de seis meses, praticamente, sofrendo ameaças e acusações caluniosas, ele se declarou bi, mas as pessoas que o cobravam não ficaram felizes, passando a acusá-lo de queerbaiting. Estranho, não é?
Bifobia dentro da comunidade LGBTQIA+
Tudo sobre Bissexualidade:
Apesar da luta constante e exaustiva contra o preconceito, os padrões binários em relação à sexualidade, ou seja, a prevalência da ideia de, apenas, existir homossexuais ou heterossexuais, também é vista dentro da comunidade LGBTQIA+.
Em decorrência disso, muitas pessoas bissexuais acabam não tendo apoio dentro da comunidade e acabam ouvindo frases batidas ou preconceituosas. Além disso, vivem tendo a sua bissexualidade questionada, já que, em alguns casos, acabam namorando pessoas do gênero oposto com mais frequência do que se envolver com o mesmo gênero.
Educação e sensibilização sobre a bissexualidade
O mundo muda muito rápido e, como presenciamos, muitos termos, muitas declarações e muitas atitudes ficam ultrapassadas. Por isso, é necessário se educar, procurar dossiês, documentos ou, até mesmo, assistir a séries para entender o cotidiano e as lutas deles.
A conscientização popular também é interessante. Por conta disso, é necessário ter em escolas, e em prédios oficiais — como Câmara ou Senado — mais palestras e mais representatividade, com pessoas bissexuais assumindo cadeiras e propondo projetos que tocarão na ferida do problema.
Ufa, falamos sobre bastante coisa, não é?
Bom, a bifobia, infelizmente, demorará décadas ou até mesmo séculos para sair do nosso cotidiano. No entanto, isso não significa que você não possa começar ajudando, denunciando bifóbicos e introduzindo essas conversas em pequenos grupos, como coletivos, para veicular informações sobre a bifobia.
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Nunca é tarde para mudar e começar a fazer a diferença!
Obrigado e até a próxima