Esperamos de nossas crianças que elas não façam bullying, mas nós que somos os adultos da história pouco aprendemos a lição que queremos dar. Somos violentos cotidianamente e nos mínimos detalhes. Vivemos em uma sociedade onde a agressividade é a fórmula do sucesso, no mundo corporativo e no mundo político também. De fato, parece que só nossas crianças podem ser nossa esperança.
Há muitas formas de ser violento, mas talvez a mais simples, fundamental e cotidiana seja ser depreciativo. Desvalorizar, menosprezar, formas de criticar que não priorizam as pessoas, os modelos são múltiplos, incluindo aí as violências baseadas em preconceitos e generalizações. Depreciar é uma violência com o outro, mas também é uma violência com si próprio. O império do negativo também ataca aquele que negativa.
Está certo que não temos que gostar de tudo. Todavia há um manejo possível e saudável entre aquilo que me afeta negativamente e como demonstro os meus afetos negativos. E este manejo só é possível através daquele contato íntimo que é peculiar das atividades terapêuticas: conversas empáticas, insights profundos e atividades criativas.
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Estas artes e estas técnicas são a pauta do dia caso queiramos viver em uma sociedade menos violenta. Não basta desejar, é preciso aprimorar-se. Está em nossas mãos que flores sobrepujem armas e que bandeiras atropelem tanques. Talvez não pareça, mas o amor muda mais o mundo do que o conflito. E o que é mais importante: muda na direção certa! Afinal, nenhum de nós estaria aqui sem milênios de atração mútua, cuidados e afetos positivos, ainda que vez ou outra estes nos façam falta.