Autoconhecimento Relacionamentos

Busca pela felicidade após uma ruptura: Processo de transformação e reencontrar a Si Mesmo

Mulher sorrindo enquanto segura coração vermelho de papel.
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Escrito por Eduardo Rosa

separação, seja de um relacionamento, perda de um ente querido ou mudança de vida, pode trazer um sentimento de vazio e tristeza. Este guia explora as fases de aceitação, reconstrução e crescimento, ajudando você a enfrentar o luto, desapegar-se e encontrar felicidade e amor-próprio em meio à adversidade.

Quando ocorre uma separação – seja ela por ruptura de relacionamento, por perda de alguém próximo para o outro mundo, seja uma mudança de cidade ou a saída de um emprego – em todos esses casos sentimos uma perda. Parece que falta algo em nós, algo que antes era parte de nosso cotidiano e agora não faz mais. Sentimos um vazio aparecer em nossa vida, sentimos a “falta”, sentimos tristeza, a qual aumenta quando nossa mente nos recorda de momentos passados onde não tínhamos tal perda ainda.

Mas, querendo ou não, essas rupturas acontecem em nossas vidas, muitas vezes por opção nossa e outras não. Ao tratarmos da ruptura de relacionamentos, é algo que pode ou não ter sido de comum acordo, pode ou não ter sido um processo já iminente, pode ou não ocorrer do dia para noite, independente do motivo e/ou de como isso ocorreu. Essa ruptura é algo que nos transforma e nos obriga a reaprender a viver a nossa vida de modo quase sempre totalmente diferente.

Mas entramos em um processo novo, um processo no qual devemos enfrentar e aprender com ele, processo no qual tem suas fases comuns para todos, fases que são:

Choque e Negação

Inicialmente, pode haver o sentimento de incredulidade ou dificuldade em aceitar a realidade. A mente pode tentar minimizar a situação ou negar a gravidade do que está acontecendo. Muitas vezes, neste início, o choque é tão grande que nossa mente nos protege de tal modo que nos impossibilita de tomar decisões racionais e/ou nos bloqueia instantaneamente de entender o que está acontecendo, tentando negar para nós mesmos a realidade do acontecimento.

Raiva e Culpa

Mulher gritando de raiva enquanto olha no celular.
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Sentimentos de raiva, ressentimento ou culpa são comuns. Pode haver frustração com a pessoa com quem se tinha um relacionamento, com a situação em si, ou com a maneira como as coisas aconteceram. A culpa também pode surgir, seja por decisões tomadas ou pela dor causada. Talvez seja a causa de maior dilema, pois é um dos sentimentos que mais deixam as pessoas tristes e que mais tardam para ir – o sentimento de “eu poderia ter feito diferente” incomoda e assombra a mente por longos dias, noites sem dormir e se não for enfrentado de forma correta pode acarretar inúmeros outros problemas psicológicos.

Tristeza e Luto

O luto pela perda da relação e pelo que foi deixado para trás é uma fase natural. Sentimentos de tristeza, solidão e desânimo são comuns enquanto se tenta se ajustar à nova realidade. A solidão, que pode ser a fonte para carência, deve ser muito bem analisada, pois o desejo do coração carente em preencher o vazio deixado pelo companheiro anterior com outra pessoa pode ser o início de novos ciclos de dor e sofrimento, além de ser um meio de ferir outras pessoas. Ou seja, a fase do luto deve ser aceita e vivida com o tempo certo. Essa é a fase mais dolorosa, onde se deve morrer algo dentro de si e aceitar que o passado foi bom, mas não pode mais fazer parte do presente e não será mais o futuro. A segurança e a nostalgia já vivida e bem vivida devem ficar nas lembranças, mas também saber que lembranças são apenas memórias e não devem ser algo constante do cotidiano, pois ficar preso em memórias passadas lhe impede de viver o novo.

Aceitação e Ajuste

Mulher colocando as prioridades em perspectiva.
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Com o tempo, pode haver uma aceitação gradual da situação. A pessoa começa a se ajustar à nova vida, reorganizar suas prioridades e encontrar novos caminhos para seguir em frente, mas esta fase do processo só ocorrerá de forma segura e eficiente se a fase do luto for vencida de forma madura e consciente.

Reconstrução e Crescimento

A fase de reconstrução envolve a criação de uma nova rotina e a busca por oportunidades para crescimento pessoal. Pode haver um foco em autocuidado, novos interesses e objetivos. É hora de alinhar-se, rever o que vai te fazer bem e implementar na rotina, retirar o peso do passado e tudo o que impede de progredir. É o momento de reencontrar consigo mesmo, aprender que a única pessoa que pode te fazer feliz é você mesmo, e com isso, deve-se cuidar de você, se amar e procurar ser uma pessoa melhor e mais próxima de você mesmo a cada dia.

Reflexão e Aprendizado

Com o tempo, pode-se refletir sobre a experiência e aprender com ela. Essa fase pode envolver uma compreensão mais profunda das próprias necessidades e desejos, bem como a relação anterior influenciou a vida. O aprendizado deixado pela experiência vivida é a única coisa que pode sobrar do relacionamento terminado, é poder filtrar tudo o que de bom você obteve do relacionamento passado para te fazer feliz no hoje, e apreender como sua felicidade deve ser o foco de tudo de agora em diante.

Sabemos que na teoria tudo é fácil e aplicável e que a vida é muito mais difícil, mas devemos sempre ter em mente que processos e retrocessos fazem parte da vida e de tudo. Todo ano as árvores florescem, secam, perdem suas folhas, mas florescem novamente, e assim se repete o ciclo. Mas nós podemos e temos as ferramentas em nossas mentes para podermos encerrar ciclos e vivermos de forma onde a felicidade deve ser a base para nossas escolhas e vida.

Porém, reavaliando o terceiro passo do processo de pós-separação, como já mencionado anteriormente, é o mais doloroso e talvez o mais importante, pois ninguém deseja viver um momento triste, ninguém quer passar por tristeza e entender que estar triste é necessário. Vivemos em uma sociedade imediatista, que não permite tristeza e sofrimento, mas a tristeza é uma parte necessária para o processo. Encarar e vivenciá-la de um modo que a faça ser apenas uma parte do processo. Como já mencionado, é o momento do luto, momento de deixar morrer algo, morrer algo para renascer o novo.

Essa parte do processo é difícil, porque além de ser uma parte triste e dolorosa, é solitária. Você pode até procurar ajuda profissional (o que é muito indicado), mas deve ocorrer de forma individual. O indicado é que a pessoa tenha um tempo consigo mesma, aprenda a apreciar e gostar de sua companhia, pois a sua companhia será a única que nunca irá te abandonar. A sua companhia irá permanecer consigo até o seu último dia. Você deve aprender a se amar, a se valorizar, pois se você se amar, não deixará espaço para que ninguém que não te ame entre em sua vida, não deixará espaço para que outra pessoa te abandone e te deixe em pedaços novamente, pois você estará na melhor companhia, sempre a sua.

Mulher se olhando no espelho. Conceito de amor próprio de mulher.
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Desapegar-se é algo fundamental no processo pós-separação, pois o apego gera uma falsa sensação de controle sobre algo. O apego é uma das principais causas de sofrimento, pois cria a ilusão de permanência em algo que não é permanente. Em outras palavras, o apego faz com que a pessoa pense ter controle de algo, sendo que não temos controle de nada no universo, tudo é impermanente e transitório. 

Ter a liberdade para entender que tudo é mutável e transitório e compreender que, ao se apegar a algo, você estará preso a alguma ideia de posse que não é real, irá te fazer livre verdadeiramente. 

O apego a uma pessoa gera carência, cria dependência e limita a sua liberdade, pois se apegar a alguém o faz preso a esta pessoa. Com isso, se faz necessário saber aproveitar o momento feliz, mas entender que o momento é transitório e tudo na vida é apenas um momento, o que vai permanecer são as lembranças, e esta lembrança, boa ou não, deve fazer apenas parte da história, apenas parte de algo passado. Essas lembranças devem te moldar para o futuro, pois o que importa é o futuro.

A conexão que você tinha com outra pessoa, com a relação e com a vida que viviam juntos, foi encerrada. Surge então a ruptura, e essa ruptura gera dor e sofrimento, com isso se faz necessária uma conexão. Você deve abrir uma nova conexão e o ideal é que esta nova conexão seja feita consigo mesmo, seja uma nova conexão com seu íntimo, com seu pessoal. 

Muitas pessoas, também aproveitam o momento para aumentar sua espiritualidade, e conectar-se com alguma divindade, o que pode auxiliar bastante na superação deste momento, pois, a palavra “religião” deriva do termo latino “religare” significando “unir-se” ligar-se” “religar-se”, ou seja, se conectar com algo espiritual. Então, pode ser muito importante aumentar esse momento para religar-se com alguma espiritualidade, e neste ponto o indicado é escolher a religião e/ou prática espiritual que te faça bem. Cada pessoa tem a liberdade de escolha em optar pelo que é agradável. Com isso, é de extrema importância se ligar com o espiritual, seja consigo mesmo ou com alguma divindade, que te auxilie a superar este momento solitário e difícil.

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Amar-se, o amor-próprio é, como diz Saint-Exupéry, “O princípio de todo amor”, e deve ser o guia para você nesta nova fase, o norte para te ajudar a não mendigar algo que deve estar dentro de ti. O amor externo não pode preencher o amor que deve estar dentro de si.

Seja feliz, ser feliz é algo muito interpessoal e individual. É algo que cada ser humano tem em seu individual, mas ser feliz em suma é ser alguém que se ama e se conhece. Como ensinava Sócrates, o homem verdadeiramente feliz é aquele que conhece a si. A felicidade é ser autêntico, como ensinava Nietzsche: “o homem verdadeiramente feliz é aquele que enfrenta a vida a superando com autenticidade e criatividade, que se reinventa frente aos obstáculos e não reage às situações conforme a maioria das pessoas tende a reagir (da mesma forma)”, mas sim quem é ativo diante de cada situação e age de forma autêntica superando a si e mantendo a sua integridade consigo mesmo, pois, como já foi dito anteriormente, somente a sua companhia irá te acompanhar para o resto de sua vida.

Sobre o autor

Eduardo Rosa

Buscando obter novos conhecimentos todos os dias, compartilhando conhecimento sobre filosofia e outros assuntos relacionados, como espiritualidade e desenvolvimento pessoal.

Tudo no universo está em perfeita harmonia e em constante evolução, com isso, busco obter novos conhecimentos a cada dia e divulgar o conhecimento adquirido, para promover um mundo melhor com paz e evolução pessoal.

"Conhecimento guardado para apenas si, é como uma lâmpada acessa em baixo de uma mesa"

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