CAPíTULO 20 – CEDA… SE NÃO LHE DOER DEMAIS!
Pensando bem: porque, afinal, temos que ganhar SEMPRE? O planeta em que vivemos e tão efemeramente não foi projetado para servir a uma pessoa, embora sirva para amparar alguns bilhões, não é verdade? Então, qual a razão para contemplar um direito universal de que nossas opiniões, vontades e caprichos devam ser acatados e aceitos por todas as pessoas, pouco ou nada nos importando o que queiram para si? Não há razão alguma, além de ego inchado, obtusidade relacional e questões mal resolvidas, além do intolerável prazer em espezinhar as pessoas, fazê-las sofrer com nossas pressões e caras feias, sempre que descumprido o que queremos ou negado o que opinamos.
O que custa alimentar um tiquinho o ego da outra pessoa, deixando-a mesmo que provisoriamente com a sensação de que sua vontade foi entendida e respeitada, o que certamente lhe fará um enorme bem? Se não lhe doer demais ou não causar consequências, além do que possa vir a ser consertado ou modificado…ceda, deixe a outra pessoa estufar o peito e se sentir forte como uma águia, soberana como um galo, deslumbrante feito um pavão e feliz como pássaro de primeira ninhada lá no alto da mais bela árvore!
Vão-se os anéis, mas ficam os dedos… eis um ditado muitas vezes repetido e sábio!
Um grande amigo modificou a sua vida afetiva para muito melhor depois que repensou sobre o perfil do seu relacionamento com a esposa de segundas núpcias. Muitas discussões em horas impróprias sobre temas de importância apenas relativa, já os tinham levado para muitas e muitas situações de tensão, algumas delas muito próximas de liquidar o relacionamento.
No repensar, percebeu que a maior parte dos embates entre o casal podia ser evitada, se houvesse alguma mudança de atitude da parte de um deles pelo menos e foi o que fez: decidiu que, pelo menos UMA VEZ POR DIA, ele cederia numa discussão e deixaria sua esposa com a sensação de que conseguira prevalecer a sua vontade ou opinião sobre a dele o que, sem uma única falha, resultava em redução da temperatura emocional entre ambos e a consequente retomada do diálogo em níveis civilizados.
Ele ficou mais convencido de que ceder, a atitude que havia escolhido como forma de evitar dores e sofrimentos por causa de banalidades, tinha sido a grande escolha da sua vida naquela fase, quando percebeu que, depois de cada concessão que fazia, sua esposa mostrava-se mais maleável nas situações que dependiam das vontades de ambos…e cedia com mais naturalidade!
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