CAPÍTULO 76 – SE TIVER QUE SER VENTO, MELHOR SER BRISA QUE VENTANIA!
Falando ainda sobre “passagem pela vida das demais pessoas”, como citado na página anterior, muitas vezes nelas podemos provocar um rebuliço daqueles de deixar tudo fora dos lugares. Qualquer que seja a passagem pela vida das pessoas, quanto mais não seja pelo deslocamento de ar natural nessa passagem, mesmo que nada intencional, de alguma forma haverá reflexos e mexidas nos ambientes em que se deu a passagem. Tais reflexos e mexidas são sentidos pelas pessoas e as afetam, o que justifica que sejam avaliados.
Nessas passagens você pode ser brisa, ventinho, vento, ventania ou vendaval, é só escolher. Da brisa, que é apenas levemente sentida, ao vendaval, que espalha a poeira e pedaços de tudo para todos os lados, são graus de intensidade que você pode escolher, por isso a sugestão de que, se tiver que ser alguma forma de vento, melhor ser brisa que ventania.
Ser brisa é uma diferença enorme para as pessoas, que já estão cansadas dos vendavais que lhes assolam as vidas, provocados por situações de tensões e brigas, daquelas que tem gente que teima em ser a provocadora. Quando nós optamos pelas suavidades como marca da nossa presença e da nossa passagem pela vida das demais pessoas, há uma grande chance de as deixarmos melhores do que quando entramos. E vale aqui recomendar: seja portador de ventos suaves, doces sabores e de musicalidades enternecedoras, para que as pessoas se sintam melhores com sua presença e muito tempo depois dela.
Havia num campo bem distante, onde eram plantadas umas ervinhas que depois viravam santos remédios, como diziam as gentes que lá moravam, um pé de vento que era danado: na maior parte do tempo ficava por ali mesmo, levantando poeira e assustando os pintinhos e os patinhos e jogando cisco nos olhos dos sapos, quando não estava desequilibrando o vôo de alguns passarinhos que piavam estridentes impropérios para o pé-de-vento que seguia adiante. Estava sempre brincando, o pé-de-vento travesso e alegre; raras vezes se aborrecia, porque tudo era paz naquele campo bonito.
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Um dia entrou como leve brisa na casa humilde de uma família de agricultores e ouviu um deles falar sobre como um ventinho era gostoso e ele, de tão alegre, acelerou muito as voltas que dava em torno de si mesmo e virou uma ventania muito grande que, ao sair do pequeno rancho, acabou derrubando uma moirão de cerca bem antigo e revelando o esconderijo de três moedas de ouro escondidas havia muitos anos por um rico mascate que por lá passou e não se sabe porque nunca voltou para o resgatar seu precioso tesouro. Com aquelas moedinhas, o feliz casal de agricultores comprou um cavalo, arreios e tudinho para arar a terra. Não demorou para que, do seu pedacinho de terra, brotassem as mais verdinhas, cheirosas e miraculosas ervas de curar doença de gentes!
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