Capítulo 83 – OLHE AS ÁGUAS E APRENDA COM ELAS A COMO SER COM AS DEMAIS PESSOAS!
Aproveite os passeios pelos matos e campos abertos, respirando junto com os passarinhos os ares em que eles voam e do qual todos extraímos elementos para nossa vida, desligue a parafernália eletrônica que esteja usando, como telefone celular, music players e demais do gênero e ouça o mundo pulsando! Serve também caminhar pelas texturas em que brincam siris, areia e espumas do mar, assim como qualquer outro tipo de passeio durante o qual possa ouvir a) seus passos, b) sua respiração, c) seu coração batendo e d) sons nos quais você nunca prestou atenção. Ouça a diferença de sonorização entre riachos, que são imensos rios ainda crianças, e o deslizar veloz dos gigantescos rios, determinados a seguir em frente, poderosos, mas silenciosos… ou perto disso.
Se prestar atenção nas águas que correm livres pelas artérias do planeta, verá que há muito o que aprender com cada uma delas. Com as águas mansas, as escolhidas para esse pedacinho do livro, você pode aprender a lição da força em ser suave, de ser suave para deslizar entre obstáculos e de ser forte para passar por cima deles, se necessário. Prestando atenção nas águas de todos os cursos sobre a superfície do planeta água, a diferença que deve fazer na vida das pessoas será visível e aí terá aprendido a praticá-la sem grande esforço.
As pessoas precisam de suavidades e da diferença que a suavidade nelas fazem, assim como precisam, não raras vezes, da força de um turbilhonamento como o das águas correntes e velozes, a chamada “forcinha” ou “cutucada” . E aí tudo será uma significativa diferença, e é o que importa.
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Naquele distante reino em que habitavam pessoas que ainda não tinham aprendido a resolver as diferenças entre elas, tudo ia bem. As picuinhas e as briguinhas sempre eram resolvidas e mais se ouviam estalos de beijos do que aquele desagradável pleft! dos tapas. Tudo ia bem naquele reino até quando o Acendedor das Fornalhas dos Sóis e Vulcões, que estava apaixonado por uma deusinha que escapuliu da Montanha das Deusas e foi passear numa montanha das Minas Gerais, escrevia um poema na cauda de um cometa quando abriu demais o termostato e fez tanto calor que secou todas as aguinhas do reino, menos as do Marzão Afogador de Poetas Lacrimejantes.
E que aconteceu daí em diante? O Duende Abre e Fecha ficou sem água nenhuma para usar na sua faina e abrir e fechar córregos e riachos sempre que uma pessoa precisasse descobrir como lidar com as emoções das outras. Quando era preciso suavidade, ele fazia a aguinha deslizar feito minhoca preguiçosa por terreno fresco e úmido; quando se fazia necessária uma ação mais enérgica, ele abria toda a torneira e o riachinho virava riachão, depois um rio de reverter pororocas! Assim as pessoas sabiam quando deveriam ser isso ou aquilo e tudo se encaixava, mas com aquela secura não tinha água nem para fiapo escorrendo da boca da torneira, muito menos para espumar de tanta força…