Capítulo 84 – HUMILDADE SEM SERVILISMO, GRANDEZA SEM ARROGÂNCIA!
É MUITO difícil, mas é preciso agir com humildade sem servilismo, negando-se e negando sua própria importância, mas sendo capaz de manter a altivez em todas as circunstâncias, sem escorregar para o abismo de pedras afiadas chamado arrogância.
Essa é uma atitude que exige muito das pessoas de coração nobre. As pessoas apenas medianas e aquelas que podem ser classificadas como algo menos que mediano não têm a menor noção da devastação causada quando a opção de conduta é pelos extremos: servilismo ou arrogância. Também não sabem que, de fato, não fazem a menor diferença nas vidas das demais, a não ser como matéria de rápido esquecimento.
Pode custar muito, mas vale a pena vir a ser uma ENORME diferença na vida das pessoas, jamais colocando-se em menor ou maior dimensão que elas. As pessoas poderão ver em você uma imagem de semelhança que pode agradar muito, então você será diferente de todas as outras que se puseram em alturas muito diferentes do que tende a ser confortável para a maioria de todos nós.
Só as pessoas de almas miúdas e corações espinhentos é que preferem as submissas, para ter a quem dominar, e as arrogantes, para ter em quem descobrir formas de domínio. Tanto as almas miúdas quanto as submissas e as arrogantes são apenas dignas de piedade.
Na verdade, seja você mesmo(a) diante das pessoas: serena e madura, respeitosa quanto aos sentimentos das demais, como tem sido. A DIFERENÇA estará feita e as pessoas que dela usufruem serão eternamente gratas.
Era uma vez uma dada porta do Paraíso pela qual adentravam somente as almas que habitaram corpos que insistiam em se mostrar curvados ao longo da trajetória de vida.
Esses corpos eram a embalagem de pessoas que precisavam refazer muitas e muitas vezes todos os caminhos de expiação de culpas e más condutas e que, tendo escolhido o servilismo medroso ou a arrogância nebulosa, passavam todo seu tempo de vida carregando o imenso peso dessas escolhas, portanto vivivam curvadas, olhos fixos apenas no chão que pisavam, jamais nos pássaros, nas flores e na luminosa festa de cores e gentes de sorrisos alvos.
Nessa porta havia um silencioso mas atento guardião, um anjo de asas incendiadas que portava numa das mãos uma espada de duro gelo e na outra os registros de vida de cada pessoa que era encaminhada a transpor a porta.
Para todos as almas postulantes, o guardião sussurrava algo e, ato contínuo, a alma seguia para abrir a porta, finalmente conquistando seu pedacinho do Paraíso ou se curvava mais ainda e seguia entristecida para uma área a que chamavam de Sala dos Espelhos, onde reaprendiam a se ver e a se conhecer. O que o guardião sussurrava? Eis as exatas palavras: “Se tu fores capaz de levantar os olhos e olhar nos meus, verás quem tu realmente és, mas precisas ter forças para suportar a dor de levantar e a dor maior ainda da autodescoberta! Tu só és menor ou maior que tu mesmo!”.
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