CAPÍTULO 54 – NA PRÓXIMA VOLTA DA VIDA, ESTEJA NO MESMO LUGAR!
Que a vida dá muitas voltas, isso se sabe. Nosso planeta gira em torno do seu próprio eixo a uma velocidade de 1.666 km por hora, aproximadamente, e em torno do Sol a uma velocidade entre 108.712 e 109.040 km por hora, a depender da distância em que estiver do astro-rei. Juntando o sentido de cada frase, o que se propõe é um instante de reflexão sobre as lições do Cosmos para nossas frágeis vidinhas, uma delas a que nos mostra que sempre haverá uma volta a ser completada e nós estaremos praticamente no mesmo lugar a cada volta.
E assim é com as pessoas nos infinitos compostos de tempo/espaço dos relacionamentos! As nossas vidas giram em rotações e translações que nos deixam tontos muitas vezes, mas a dinâmica da vida precisa desses movimentos para gerar e manter o campo magnético que nos mantém unidos e dependentes uns dos outros, e é muito bom que se saiba disso, porque faz parte de um corolário de leis implacáveis e sábias.
Faça a diferença na vida das pessoas surpreendo-as, mantendo-se no mesmo lugar (simbólico) em que esteve quando elas escolheram seguir adiante, mostrando-lhes que você é leal e presente na vida de todos, mesmo que esquecido(a) ou deixado(a) para trás vez ou outra
Lá no fundão da mata, um imenso e guloso jacaré comeu os filhotes de uma amorosa onça pintada, segundo o relato de um imaginário contador de “causos”, que sabia a linguagem de todos os bichos e, por isso, conversava com cada um sobre o dia-a-dia da mata. Até com as formigas, dizia-se, o contador de “causos” que conversava e sabia de tudo o que acontecia em todo canto da mata, porque formiga era o que não faltava por ali e elas cobriam cada milímetro de chão e tudo ouviam.
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E foi ouvindo a fina voz de uma formiga que o contador de “causos” soube que a onça entrou numa escola de humanos da proximidade e ficou ouvindo, bem escondida atrás de um esquecido armário no fundo da sala, as aulas do professor de geografia e aprendeu com ele sobre as estações do ano. E, conhecendo os ciclos, ajeitou-se nos baixos de um imenso salgueiro-chorão na margem da lagoa e ficou esperando, esperando, esperando e ruminando: “Deixe estar, jacaré, que o verão vai acabar e a lagoa há de secar, e aí você sentir os dentes de uma mãe no seu cangote!”.