Capítulo 98 – OS VELHINHOS, TODOS, SÓ QUEREM CONTINUAR SENDO VELHOS E MORRER EM PAZ!
Todos saberão disso um dia, se tivermos muita sorte, nesses dias de vírus e bactérias de nomes engraçados, balas perdidas e fricotes de ditadores ao sul e ao norte do Equador: já na fase final da ladeira da Vida, ficamos uns chatos, quando não chatíssimos, concorda? Pois é…
Você quer ser uma MARAVILHOSA diferença na vida das pessoas de idade muito avançada, exatamente quando mais esperam das demais, porque sabem que estão fraquinhas e tudo leva a que sejam chatas, intolerantes, rabugentas e vai por aí?
Lembre-se, se for positiva a sua resposta, que velhinhos não podem ser culpados se a xícara do café têm tendências suicidas e insiste em se jogar no chão, ou se o banheiro é mais longe que a capacidade de fechar a tempo algumas válvulas no corpo e tome-lhe xixi nas calças!
E como ser a diferença para eles? É muito simples: exercite a sua compreensão e permita que ela crie em você um estado de paciência, tudo isso temperado com amorosidade e consciência de que esse é o papel de todos nós.
Não critique, não maltrate, jamais humilhe o velhinho que estiver sob seus cuidados e ajude-o a que os últimos trechos da ladeira sejam de relva macia, flores de todas as cores, passarinhos e um lugar para se sentar de vez em quando e navegar pelas doces recordações.
Faça a diferença na vida dos que precisam de atenção e carinho, como ados velhinhos, sejam seus ou de outras famílias, não importa, mas ajude a que sejam minimamente felizes e a Vida notará que você precisa receber dela umas atenções…diferentes!
Tenho dois amigos que juro gostaria de ser igual o pelo menos a metade de cada um deles. Ela cuida voluntariamente de pacientes terminais, ajudando-os a seguir adiante e a se libertar do que as prendas aos fiapinhos de vida e ele, também voluntariamente (até suspeito que seja para estar perto dela, em razão da indisfarçável paixão…), trabalha com pessoas idosas, acima de 85 anos de idade, em asilos e casas de acolhimento mantidas pelas igrejas e alguns movimentos sociais.
Dois dias por semana, quarta-feira e sábado, ele dedica a esse trabalho, que inclui a parte mais desafiante, que é a de ouvir as histórias de cada um, muitas vezes repetidas e crescentemente mais confusas, segurando a mão dos velhinhos e ajudando-os a saborear uns proibidos sorvetes. Meu amigo me contou que sonha com todos os velhinhos até muito depois que completam a passagem e vão para onde não há essa coisa de tempo finito e tudo é espaço.
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