CAPÍTULO 61 – CALE-SE SOBRE O QUE OUVIR E QUE NÃO SEJA DA SUA CONTA!
Há um lado perverso no ser humano em geral, que pode até ser negado, mas que está lá, instalado em nosso “software” como um daqueles vírus eletrônicos que invadem nossos computadores e que fazem toda sorte de estragos: trata-se de comentar com outras pessoas algo que tenha sido ouvido, mesmo que não se tenha certeza sobre a autenticidade e a veracidade dos fatos.
Este comportamento tem sido a causa de muita infelicidade nos diversos círculos do relacionamento das pessoas, motivado por uma daquelas falhas na educação para a vida e que inferniza a vida de muitos, sendo estes vítimas inocentes que pagam um preço muito alto.
Procure fazer a diferença na vida de TODAS as pessoas com quem convive, cuidando em não xeretar onde não deve, muito menos produzir comentários sobre qualquer assunto que não lhe diga respeito, mesmo entre pessoas da sua mais absoluta confidencialidade.
Fique caladinho(a), guarde para si o que tenha ouvido e procure esquecer o mais rapidamente possível, de modo a evitar problemas cujos desdobramentos se perdem nos relatos de tragédias e muita dor para os envolvidos.
Uma frase, apenas uma frase solta captada por um ouvido sem filtros, sem cuidados e que fez um estrago danado na vida de uma pessoa, fato que tardiamente caiu nas minhas mãos para administrar, àquela altura da vida respondendo pelo cargo de gerente de recursos humanos: “eu fiquei preso!”.
Sucedeu que certo funcionário ouviu o outro sussurrar a tenebrosa frase. Não demorou muito e isso correu pela empresa toda, chegou até a distantes fábricas, inclusive, que “fulano entrou em cana!” Demorou menos ainda e eu recebi a instrução de demitir o funcionário porque ele fora visto entrando numa viatura policial na porta de sua casa. Juntando “a” com “b” veio o desenlace infeliz, a demissão.
Somente mais tarde, na primeira audiência da ação trabalhista movida pelo funcionário (e ganha, sentença transitada em julgado somada a uma descompostura pelo juiz do trabalho, indignado com os acontecimentos) é que se soube que ele ficara preso no banheiro da secretaria da igreja que frequentava, por ocasião de um assalto.
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A frase ouvida pelo linguarudo colega de trabalho referia-se a esse episódio e, como de hábito, quem “conta um conto aumenta um ponto”, não é preciso muito mais para explicar tudinho.
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