CAPÍTULO 70 – ÀS VEZES ESTRELINHA, ÀS VEZES COMETA NA VIDA DAS PESSOAS!
Pode ser que seja necessária uma ação de iluminação à distância, ocasião em que seu brilho, caro(a) leitor(a) será pálido e silencioso, como o das estrelas sobre nossas cabeças.
Sabe-se que de frágeis nada têm as estrelas…são verdadeiras fornalhas queimando hidrogênio e hélio e, quando morrem, ficam zangadas e explodem de forma descomunal, mas piscam sua luz todas as noites, infalivelmente, mesmo que o céu esteja coberto por nuvens carrancudas.
Assim também deve ser a sua permanência sobre as pessoas da sua estima: embora você seja uma usina de imensa luz dentro de si, pode ser que seja necessária apenas uma centelha miúda para acender as pessoas! Aí seu brilho será como o de uma estrelinha: distante mas presente!
Por outro lado, não esqueça de que sua passagem pela vida das pessoas, em determinadas condições do seu desdobramento, terá que ser brilhante mas rápida! São aquelas ocasiões em que é preciso algum empurrãozinho com alguma força, mas que dure pouco, como é a passagem dos cometas por essas bandas da Via Láctea. É chegar, dar uma força, jogar uma luz, acender a alma das pessoas e, antes que elas percebam, sumir como somem os cometas, para que elas se sintam capazes de encarar o desconhecido dos caminhos e dos descaminhos e sigam em frente.
Mas não importa se estrelinha ou cometa, o fundamental é ser a diferença de que tanto as pessoas precisam, diferença medida em lumens que recebem de você e, junto com a luz, vêm o calor, a energia irradiada, tudo, enfim, de que as pessoas precisam!
E aí a criança da historinha da página anterior aproveitou o embalo e, segurando a barra do vestido da contadora de histórias, soltou a inesperada pergunta: “Por que tem as estrelinhas quietinhas e por que aparecem aquelas estrelas com uma bola grandona na cabeça e um rabo comprido que só vendo?”.
Já mestre em perguntas produzidas por cabecinhas ainda puras, livres das porcarias em AM, FM e HD que enchem o planeta de zumbidos que afastam os duendes, as fadinhas e todos os seres mágicos, a contadora de histórias deu um sorriso bonito que só vendo e disse: “Quem inventou essas coisinhas brilhantes lá do céu sabia que sempre tem que ter uma luzinha acesa à noite! Você não tem uma que fica acesa no seu quarto a noite todinha?
Pois é… gente grande também precisa, porque gente grande às vezes também tem medo do escuro e do bicho do nariz torto que aparece uma vez a cada mil anos! E o seu papai e sua mamãe não vão no seu quarto e acendem a luz só um tantinho, para ver como você está? Pois então! Aquele que acende e apaga tudo na hora certa no céu sempre manda uma luz bem correndinho, para ver se está tudo bem com a gente por aqui, se ninguém derramou o penico ou pisou no rabo do gato à noite e essa luz se chama cometa, entendeu?”.
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E já que essa criança fica por aqui e não aparecerá mais no livro, posso afirmar para o(a) estimado(a) leitor(a) que ela ficou com uma luz acesa nos olhos e que nunca mais se apagará e que ela será acendedora de luz nos olhos de outras pessoas, quando ficar grande! Bom, né?