CAPÍTULO 73 – VAGALUME, COBRA, SAPO, ESCORPIÃO… e “QUERO-QUERO”!
O vagalume, segundo a fábula, antes de ser devorado pela cobra, dela ouviu que o que mais a incomodava nele, um miúdo inseto e inofensivo, era a sua luz, que ela, grande, feroz e perigosa, não tinha! Pobrezinho… morreu apenas por piscar aqui e ali no seu vôo errático!
O sapo, ainda segundo uma fábula, pouco antes de morrer picado pelo escorpião, a quem levara nas costas durante a travessia do rio, ouviu, espantado: “Desculpe-me, senhor sapo, mas é a minha natureza!”
Deixe em paz a luz das outras pessoas e dome a sua natureza eventualmente belicosa. Assim você fará extraordinária diferença na vida das pessoas! Reflita sobre como pode melhor cuidar da SUA luz, em vez de querer apagar a das outras pessoas incomodando-se menos se as luzes terceiras sejam mais intensas que as suas! Faça isso e assumirá a aura de diferença na vida das pessoas, muitas das quais pagando alto preço pelo brilho próprio: inveja, inveja e inveja!
Jamais morda aquele ou aquela que lhe tenha ajudado, como fez o escorpião após a carona oferecida pelo sapo no rio! Se não puder ser grato(a), não deixe esse vácuo de sentimento ser preenchido por derivações de uma tal “natureza” da qual ninguém tem a menor culpa.
O respeito ao brilho das demais é um atributo de pessoas iluminadas, realmente elevadas na escala da evolução espiritual, como você, estimado(a) leitor(a), e a gratidão é um sentimento fantástico em termos da construção de relações humanas superiores (ver nesse livro a página AGRADEÇA, AGRADEÇA, AGRADEÇA!)
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Nas minhas caminhadas matinais ou vespertinas pelos matos em torno da minha casa há sempre o que ver e aprender. Sempre fiquei intrigado com o comportamento dos escandalosos pássaros “quero-quero” até saber que o alvoroço deles se devia à proteção do ninho dos filhotes, cavados no solo, no meio do matinho rasteiro. Certo dia resolvi enfrentar os “quero-quero” e avancei no rumo do que já vira: o ninho. Quanto mais me aproximava dos filhotes, maior era a gritaria estridente dos pássaros e mais rasantes os vôos que um deles fazia sobre minha cabeça. Num dado momento, a cerca de uns dois metros do ninho, um dos pássaros passou veloz a centímetros do meu rosto, o que entendi ser a advertência final: se eu me metesse a besta e ameaçasse a segurança dos filhotes, a “jiripoca iria piar”. Prudentemente me afastei do ninho e segui a minha caminhada, refletindo sobre a sabedoria da mãe natureza. Na volta, lá estava o pássaro me olhando atentamente, de pé no mourão da cerca e piando de maneira diferente, menos estridente e mais incisiva, o que decodifiquei como um aviso. Trago dessa experiência solitária um aprendizado muito rico: a natureza que cada um pode ter é a natureza que lhe faça bem, seja lá o que for esse bem…
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