CAPITULO 32 – RESPONDA OS CUMPRIMENTOS!
Grunhir, rosnar, grasnar, piar, estrugir, miar, latir e outros ruídos do gênero são próprios para os animais e eles se entendem muito bem nessa primitiva forma de trocar reconhecimentos. Não precisamos desses sons, porque temos o mecanismo da fala, uma das mais notáveis forças de alavancagem na epopeia evolucionista da humanidade: com a linguagem, começamos a nos bater menos e até mesmo a pedir umas bitoquinhas, ao invés de desferir uma cacetada na cabeça da outra pessoa!
Quantas vezes deixamos de responder a um cumprimento mais extenso, além dos protocolares “bom dia”, boa tarde”, “boa noite”? O que há de errado ou trabalhoso em responder, como convém, um cumprimento como “Tudo bem com você? Alguma novidade?” Há pessoas que simplesmente ignoram essa manifestação e, quando muito, grunhem, rosnam, grasnam, piam, estrugem, miam, latem ou soltam outro som qualquer das suas gargantas e seguem em frente, deixando no ar as moléculas do seu mau humor e do seu azedume. Falta-lhes compreender que o cumprimento extensivo é uma valiosa forma de aproximação entre as pessoas, também desbravando canais de comunicação e fazendo interessantes conexões para mais tarde.
Todos queremos ser reconhecidos e conhecer a todos e nos valemos dos cumprimentos extensivos para facilitar esse processo. Alguns minutos, se tanto, são suficientes para que saibamos um pouco mais da outra pessoa, na mesma proporção em que permitimos que saiba a nosso respeito, mesmo que vejamos essa pessoa todos os dias, como os colegas de trabalho, por exemplo.
Seja uma grata diferença na vida das pessoas, fazendo dos cumprimentos extensivos uma oportunidade para o reconhecimento da importância em relação à outra, o que pode não parecer, mas exerce forte influência nos estilos relacionais daí em diante.
Dois fatos relativos ao cumprimento extensivo. O primeiro, confidenciado por um amigo, trata-se de um acordo entre ele e a sua esposa, ambos já cansados dos bate-boca que resultavam das tensões do dia-a-dia: ficou combinado que, se um não respondesse o cumprimento extensivo do outro, era sinal para que este sumisse por algum tempo, porque o humor do que não respondia certamente estava um horror! Segundo ele, o trato feito deu muito certo e os “arranca-rabo” diminuíram bastante e eles, passados 20 anos de casamento, ainda se chamam de “Xuxú” e “Krute-Krute”.
Você também pode gostar
Outro fato vem das minhas experiências como docente e facilitador de grupos: já enjoado daquelas dinâmicas de grupo da abertura dos eventos, quase sempre uma amolação para todo mundo, resolvi, certa vez, ir recebendo os membros do grupo e provocando conversas sobre temas de interesse geral, como trânsito, chuvas, comidinhas rápidas e saborosas e seguindo em frente até que, num dado momento, advindo da minha “leitura” do ambiente, eu ligava o data-show e aparecia na tela um slide com a frase “Bom dia! Já que somos amigos, vamos ao trabalho!” e o curso, a aula, o que fosse, começava! Todos se conheciam, o clima de camaradagem estava em aquecimento, os cumprimentos extensivos tinham cumprido o seu papel, e o movimento formal podia ser iniciado!
Continue acompanhando a série