Autoconhecimento Psicapometria

Chega de saudade

Young beautiful woman is reading book while sitting in the park in sunny spring day during her recreation time female student is learning in the fresh air before start lectures in university
Escrito por Paulo Tavarez

Quase todo muito relaciona saudade a uma coisa boa, mas será que não estão enganados? Afinal, ela é um sofrimento como qualquer outro. “Ah, como dói sentir tanta saudade…” Quem já não ouviu ou sentiu isso?

A saudade sinaliza, pura e simplesmente, a existência de apego, revela que não conseguimos nos desvencilhar de algo ou alguém, mesmo que seja o ente mais querido ou o bem mais valioso, não importa. Tudo aquilo que nos provoca esse sentimento demonstra o quanto estamos presos àquilo que julgávamos possuir. Sentir saudade é sofrer, não podemos negar isso, então por que razão ela é tão confundida com o amor?

O amor não tem nada a ver com a dor, pois não provoca nem nunca provocará desconforto algum em ninguém. Não sentimos saudades por que amamos, sentimos saudades porque estamos abastecidos de remorsos, culpas, frustrações e sentimentos negativos que nos prendem ao objeto amado.

Somos, nesse momento, movidos por questionamentos internos do tipo: “Gostaria de ter feito, de ter dito, de ter amado mais, de ter provado, de ter aproveitado melhor o tempo em que estive ao lado daquela pessoa. etc.”, enfim, o epitáfio é longo.

O amor, como explica Paulo Apóstolo nas Carta aos Coríntios, não busca os seus próprios interesses. Quem ama liberta. Esse tipo de sentimento de posse não tem nada a ver com o amor, mas com o egoísmo, significa que estamos em um cárcere emocional, presos no passado e com dificuldade se seguir sem as tábuas em que nos agarrávamos enquanto nos debatíamos no oceano da existência. Transformamos o outro em um suporte qualquer e sentimos falta desse apoio, muito mais do que da própria pessoa.

A saudade é apenas mais um tipo de paixão, pois tudo aquilo que carregamos de importância e significado não é amor é paixão; não importa se é uma ex-namorada ou uma mãe falecida, qualquer exagero que estivermos dando a esse objeto amado vai apenas demonstrar o quanto estamos presos a ele, significa portanto que, certamente, seremos compelidos a nos libertar, mesmo que com muita dor, daquilo que emocionalmente nos escraviza.

Quando Jesus dizia: “Quem é minha mãe e quem são os meus irmãos”, demonstrava, entre muitas coisas, que estava em um nível de desapego às pessoas ainda incompreensível para aquele povo atrasado.

Trazer no coração um sentimento de amor, boas lembranças, gratidão por alguém não pode ser confundido com sofrimento. Pelo contrário, isso traz um profundo bem-estar e não provoca nenhuma dor como provocaria a saudade.

Você também pode gostar

O poeta Vinícius retratou esse sentimento em uma canção composta em parceria com Tom Jobim: “Sem ela, não há paz, não há beleza, é só tristeza e melancolia que não sai de mim…” e é isso mesmo! É só tristeza e melancolia, portanto, é um sofrimento terrível.

O homem precisa entender que não é um vasilhame qualquer, compreender que não precisa de pessoas ou coisas para preenchê-lo, na verdade, precisa preencher-se de Consciência e entender que tudo aquilo que precisa ser ele já é.

Chega de saudade!

Sobre o autor

Paulo Tavarez

Instrutor de yoga, pedagogo, escritor, palestrante, terapeuta holístico e compositor. Toda a minha vida tem sido dedicada à construção de um mundo melhor.

Celular: (11) 94074-1972
E-mail: paulo.tavarez@cellena.com.br
Facebook: /paulo.hanuman
Instagram: @paulo.tavarez
Site: paulotavarez.com