Bach organizou os florais em sete grupos. CHICORY (Cichorium intybus) pertence ao grupo dos “Controladores” ou do “Cuidado Excessivo com os Outros”. Optei por iniciar nossa trajetória por este floral, que traz à tona um tema muito atual e de necessária discussão. A sociedade ocidental sofre em demasia pelo apego às coisas materiais; nossos relacionamentos sofrem com o apego às emoções, às palavras, às opiniões, apego às pessoas, aos locais, ao trabalho, etc.
Quando Chicory está em desequilíbrio, relaciona-se com um comportamento possessivo, aquele tipo de amor que controla e manda a conta, cobra com juros e correção monetária; quer que os outros estejam sempre por perto, interfere na vida alheia, é centralizador, excessivamente apegado, manipulador e egoísta. E sofre por conta disso.
Quando em equilíbrio dentro do nosso campo energético, Chicory desenvolve o Amor Incondicional, aquele que dá sem nada esperar em troca – e como é difícil exercer esse desapego! Após o tratamento com Chicory, o indivíduo passa a interferir menos na vida das pessoas próximas, ama sem sufocar, sem querer controlar seus passos, passando a respeitar sua necessidade de independência. Vai perceber que esse comportamento na verdade libera os dois lados – o manipulado e o manipulador – trazendo uma sensação de paz e alívio.
O movimento que Chicory trabalha é o Soltar, o “Let it Go”.
Essa relação “chicorenta”, como dizemos no jargão dos Florais de Bach, ocorre com muita frequência nas relações mães x filhos, mas também em relação à pessoa amada, amigos, mestres, situações diversas, bichos, objetos, lugares… a lista é grande.
Frases típicas de um Chicory mal resolvido: “Lembre-se de tudo que passei por você”, “Ninguém me ama nesta casa”, “É isso que eu recebo depois de tudo que fiz por você?”*. É a cobrança em pessoa, com pinceladas de chantagem emocional.
Dr. Celso e Dra Mara Paroni* dão uma visão muito interessante sobre uma criança com sintomas que precisam do tratamento com Chicory: aquelas que são muito apegadas à mãe, “exigindo” carinho e atenção a todo momento, chegando a “sufocá-la”; não emprestam seus brinquedos, não largam sua chupeta, seus paninhos, nem a barra da saia da mãe. Chicory ajuda essa criança a ser mais independente, e também pode ajudar no desmame quando a mãe voltar a trabalhar, e faz a criança se relacionar melhor com seus amiguinhos.
Ajuda mães naquela fase em que os filhos saem de casa para estudar ou casar, a famosa síndrome do “ninho vazio”, restabelecendo uma confiança no seu amor, e a capacidade de doar sem cobrar em troca.
O trabalho pessoal com o apoio de Chicory nos dá dicas de como lidarmos melhor com as expectativas – ou com a falta delas, pois nos ajuda a não depender da aceitação e afirmação do outro e a sermos mais livres.
Chicory também pode ser muito útil quando resistimos a nos desfazer de certos bem materiais, como vender uma casa, um carro, ou mesmo naquele dia de faxina do armário, para doar com mais tranquilidade roupas que você não usa há anos e que insiste em guardar. Isso é apego.
Os Florais de Bach sempre trabalham para o Bem, para a Harmonia. Ninguém muda sua essência por causa de um floral, o Livre-Arbítrio é total. Eles te dão as chaves, mas você só entra pela porta se quiser.
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Dr. Bach nos deixou uma mensagem muito interessante, para refletirmos sobre o potencial positivo de Chicory:
No momento em que tivermos dado completa liberdade a todos que nos rodeiam, quando não mais desejarmos atar e limitar, quando não esperarmos mais nada de ninguém, quando pensarmos apenas em dar e nunca tomar, então nesse momento veremos que estamos livres de todas as coisas deste mundo”.
Lembre-se que para melhor identificar a necessidade de um floral e sua adequação à situação vivida, é sempre bom trocar uma ideia com um Terapeuta Floral. O profissional, através de uma boa anamnese, pode ajudá-lo a entender as razões que estão por trás de seus sintomas e indicar o floral mais adequado.
Aguardem mais reflexões nos próximos posts, com base no legado dos Florais de Bach.
(*) in PARONI Celso, PARONI Mara – Aprenda a ser feliz com os Florais de Bach, Prol Editora e Gráfica 2003