A visão circular do tempo, presente em diversas culturas ancestrais, oferece uma compreensão profunda da interconexão entre passado, presente e futuro. Diferente da concepção linear predominante no mundo ocidental, que vê o tempo como uma linha reta que segue em uma única direção – para o futuro – a perspectiva circular reconhece que eventos e experiências estão em constante repetição e renovação, criando ciclos que se perpetuam ao longo das gerações.
Para os antigos havaianos, essa repetição acontece devido ao que eles chamavam de memórias – registros que trazemos em nossos genes de situações vivenciadas por nossos antepassados que se tornam condutores de nossas vidas a partir de escolhas que fazemos que são, na maior parte das vezes, inconscientes.
Hoje, esse conceito é reforçado por autores como Rachel Yehuda e Bruce Lipton que trouxeram luz à compreensão de como memórias podem ser transmitidas de geração em geração por meio de nossos genes. Yehuda, por exemplo, mostrou como traumas vivenciados por ancestrais podem alterar a expressão genética, afetando descendentes de forma direta.
Da mesma maneira, Bruce Lipton explorou a ideia de que o ambiente e as crenças podem influenciar nossos genes, destacando como os pensamentos e as memórias têm impacto no corpo e na mente.
Quando relacionamos esse conhecimento com o entendimento de que o tempo é circular e não linear, compreendemos que as memórias dos antepassados vivem no presente através das nossas escolhas e que estas irão afetar as gerações do futuro, criando ciclos que se repetem – em outro tempo, de outra forma, mas com as mesmas situações e/ou emoções.
Por isso é importante práticas que promovam a cura dessas memórias ancestrais, como o Ho’oponopono, um método ancestral havaiano de cura e harmonização que visa limpar as memórias que carregamos, tanto individuais quanto coletivas, nos dando a oportunidade de mudar nossas escolhas e, dessa forma, os resultados.
Como mudamos nossas escolhas?
Mudamos nossas escolhas quando elas não são mais conduzidas pelas experiências do passado, mas pela conexão que estabelecemos com o Divino. Essa conexão ocorre quando entregamos nossas memórias a Ele por meio de petições, meditações e ferramentas do Ho’oponopono para serem purificadas e transmutadas em Luz Pura e pedimos que cada espaço vazio – espaços vazios deixados em nossos genes a partir da purificação – sejam preenchidos pela Luz Divina.
Essa Luz se manifestará em nossas vidas por meio de novas ideias, tomadas de consciência e libertação de antigos padrões de pensamento e comportamento.
A prática do Ho’oponopono é um processo profundamente libertador, pois nos convida a assumir o papel ativo de agentes de cura em nossos ciclos familiares e comunitários. Quando praticamos o Ho’oponopono, estamos atuando em um modelo de tempo circular, no qual o passado é integrado, o presente é purificado e o futuro é criado com intencionalidade.
Essa abordagem ressoa com os ensinamentos de culturas ancestrais que viam a vida como uma teia de relações interconectadas, onde cada ato de cura individual reverbera para o coletivo.
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Portanto, a visão circular do tempo e a prática do Ho’oponopono nos lembram de que somos guardiões de uma herança maior, composta não apenas de traumas, mas também de sabedoria, força e amor transmitidos por nossos ancestrais.
Ao nos engajarmos nesse processo de limpeza e cura, honramos o passado, transformamos o presente e plantamos sementes para um futuro mais leve e harmonioso.