Nutrição

Como as mudanças climáticas podem afetar sua dieta

Escrito por Eu Sem Fronteiras

As atuais mudanças climáticas podem causar mais de 500.000 mortes em 2050. De acordo com novo estudo, publicado em 9 de fevereiro desse ano na revista científica The Lancet, a redução da produção agrícola deve modificar diretamente a dieta da população, diminuindo o consumo de alimentos nutritivos.

“Nosso estudo mostra que, inclusive reduções modestas da quantidade de comida disponível por pessoa, poderiam conduzir a mudanças no conteúdo energético e na composição dos regimes alimentares, e mostra também que estas mudanças terão consequências importantes para a saúde”, afirmou o líder da pesquisa, Marco Springmann, do Oxford Martin Programme on the Future Food, na Universidade de Oxford.

Springmann continua: “Essas mudanças poderiam causar cerca de 529.000 mortos em 2050, várias pesquisas foram centradas na segurança alimentar, mas poucas tiveram como foco os efeitos mais amplos da produção agrícola em matéria de saúde.

A pesquisa realizada é a primeira a estudar o impacto do aquecimento global na dieta alimentar e, consequentemente, no peso das pessoas. De acordo com a The Lancet, o estudo também é pioneiro em estimar o número de mortes que essas mudanças podem ocasionar em 2050, em 155 países, conforme falado acima.

Sabemos que o aquecimento global trata-se de mudanças climáticas devido aos poluentes que o homem emite diariamente. Caso essa agressão desenfreada aos nossos recursos naturais continue, segundo essa pesquisa, o aquecimento global pode reduzir “cerca de um terço” a melhoria da estimativa prevista na quantidade de alimentos disponíveis de hoje à 2050.

Simplificando em números, o efeito disso acarretaria em uma diminuição média de 3,2% em alimentos disponíveis e de 4% do consumo de frutas e verduras. Em uma realidade em que as mudanças climáticas fossem respeitadas, o aumento do volume de alimentos disponíveis impediria cerca de 1,9 milhões de mortes.

Os países mais afetados seriam os de baixa renda e os em desenvolvimento, principalmente na região do Pacífico ocidental (264.000 mortos) e do Sudeste da Ásia (164.000). Aproximadamente ¾ das mortes ocorreria na China (248.000) e Índia (136.000). “As alterações climáticas podem ter um impacto negativo substancial na mortalidade, mesmo em cenários otimistas. Programas de saúde pública devem reforçar a importância do consumo de frutas, legumes e verduras, como um esforço para prevenir e tratar fatores de risco que são relacionados à dieta e ao peso. Essa é uma prioridade e pode ajudar a mitigar os efeitos das mudanças climáticas na saúde“, disse o líder da pesquisa.

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O tempo urge nesse momento, e para que seja impedida a devastação das pessoas a médio prazo, além do conhecido Tratado de Kyoto, precisamos ter a consciência de um consumo alimentar prudente, sem exageros. Não basta somente os líderes mundiais e formadores de opinião influenciarem a população, mas depende também da iniciativa de cada um de nós dentro de nossa esfera social.


Texto escrito por Bruno da Silva Melo da Equipe Eu Sem Fronteiras

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