Autoconhecimento

Como é o status psicológico de algumas vítimas de abuso emocional?

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Escrito por Silvia Malamud
Muitas das vítimas de abusadores narcisistas perversos já vêm com algum histórico de pais que também foram abusivos. Em processo terapêutico, elas descobrem que, na maioria das vezes, para poderem ter um mínimo de acesso a eles, precisaram cumprir um papel invertido em suas tramas relacionais de desenvolvimento, tendo que funcionar como mães e pais dos seus próprios genitores. Desde o início de suas vidas, são filhos que foram predestinados a acolherem pais narcisistas, necessitados de atenção ininterrupta. Em nome de poderem sobreviver emocionalmente, a todo tempo permaneceram ansiosos e tentando agradá-los, isso tudo a fim de receberem um pouco de afeto.

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O problema maior de tais crianças é que crescem sem serem reconhecidas em suas próprias necessidades e desejos, pois desde muitíssimo cedo aprendem que só o que importa são as necessidades e desejos desses magnânimos pais. Portanto desenvolvem-se em um super-reconhecimento empático sobre os estados de humor deles, em detrimento de si próprias, até que ampliam esse tipo de percepção mundo afora com o tempo, continuando a não levarem em conta os seus próprios humores e sensações, mas especializando-se em satisfazer outros em suas infinitas demandas.

Quando pequenas, se demonstram qualquer tipo de espontaneidade ou de necessidade, os seus cuidadores imediatamente passam a criticá-las, ridicularizando-as e incitando-as em sentimentos de vergonha misturados com sensação de serem inadequadas e rejeitadas. Uma lavagem cerebral de quem sequer teve a oportunidade para se desenvolver. Erroneamente aprendem que os seus pais são os únicos “eus” significativos a quem devem satisfazer e que, se ousassem não corresponder a isso, elas próprias não teriam existência. Um grave engano que a relação abusiva precoce com as personalidades narcisistas perversas costuma promover. No futuro, essa percepção distorcida é projetada em namorados, parceiros, ambiente de trabalho, etc. 

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O pano de fundo dessas crianças e desses adultos, quando crescem, é o medo do abandono, da rejeição e de serem ridicularizados, mas mais ainda é o desespero da sensação de não terem significado algum se não forem competentes intermediários dos significados e desejos de outros.

Enquanto viverem dentro dessa crença irracional de que a validação das suas existências está na satisfação das experiências dos outros, correrão o risco de serem as presas mais fáceis dos mais insanos e dos mais perversos tipos de abusadores.

Enquanto não despertarem, fortalecendo os seus próprios desejos e limites pessoais, facilmente serão envolvidas em relacionamentos tóxicos

Com o decorrer do tempo, além do medo de não ter um outro como referência, tais vítimas entram em contato com um vazio existencial inexorável e, mesmo quando não estão em relacionamentos, não poucas vezes necessitam de auxílio terapêutico para que o encontro consigo, com os seus verdadeiros “selfs”, possa ocorrer.

Para tais pessoas, quando em processo terapêutico competente, é extremamente libertador quando se iniciam em autovalidação e prazer pessoal legítimos, são momentos preciosos onde começam a sentir que estão nascendo pela primeira vez em suas vidas. O salto maior, porém, ocorre quando se percebem completas em si mesmas, donas de suas próprias histórias, caminhos, desejos e escolhas.

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Quanto mais despertos, melhor!


Você também pode gostar de outro artigo da autora: Quem são os abusadores emocionais perversos e como agem?

Sobre o autor

Silvia Malamud

- Psicologa
- Especialista em temas relacionados ao Abuso Emociona com narcisistas perversos em relacionamentos afetivos, familiares, mãe/pai filhos, escolares, sociais e de trabalho.
– Especialista em Terapia Individual, Casal e Família /Sedes
- Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA
- Terapeuta Certificada em Brainspotting - David Grand/ EUA
- Terapia de Abordagem Direta a Memórias do Inconsciente.

EMDR e Brainspotting são terapias de reprocessamento cerebral que visam libertar a pessoa do mal estar causado devido à experiências difíceis de vida, vícios, traumas, depressões, lutos e tudo o mais que é perturbador e que seja uma questão para que a pessoa queria mudar. Este processo terapêutico, por alterar ondas cerebrais viciadas num mesmo tipo de funcionamento, abre espaço para que a vida mude como um todo, de modo muito melhor, surpreendente e inimaginável anteriormente.

Mais sobre Silvia Malamud: Além de psicóloga Clínica, é também formada em Artes plásticas- Terapia Breve - Terapia de Casais e Família pelo Sedes Sapientiai. Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e em Brainspotting David Grand/EUA. Desenvolveu-se em estudos e práticas em Xamanismo, Física Quântica, Bodymirror. Participou e se desenvolveu em metodologias de acesso direto ao inconsciente, Hipnose, Mindskape, Breakthrough e outras. Desenvolveu trabalho como psicóloga Assistente no Iasmpe, Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual, com pesquisa sobre o ambiente emocional de residentes durante o período de suas residências, de 2009 até 2013. Participou do grupo de atendimentos de casais do NAPC de 2007 à 2008. Autora dos Livros "Projeto Secreto Universos", uma visão que vai além da realidade comum e Sequestradores de Almas, sobre abuso emocional que podemos estar vivendo, sem ao menos saber, sobre como despertar e como se proteger.

· Conhecimento terapêutico: Cenários e imagens: Já presenciei diversos pacientes fazerem "viagens" às vidas anteriores, paralelas, sonhos e mesmo se reinventarem em cenas reais ocorridas ou não. Vi-os saindo do túnel do reprocessamento, totalmente mudados e transformados, inclusive em suas linhas de tempo. Para mim, fica uma pergunta de física quântica... O que acontece com a rede de memória da pessoa se a matriz do acontecimento muda totalmente não o afetando mais? A linha do tempo e todos os significados emocionais transformam-se simultaneamente. Todos os eventos difíceis que a pessoa teve em relação ao tema ao longo da vida perdem o sentido e até parece que nem existiram, embora se saiba. A pergunta que fica é: O que é o tempo quando podemos nos transformar e nos auto-superarmos nesta amplitude?

· Coexistimos em inúmeras camadas de realidades que são atemporais. Por exemplo, o seu “eu” criança pode estar existindo e atuando em você até hoje... Outros aspectos desconhecidos também podem estar, sem que você suspeite.

Silvia Malamud
Psicóloga clinica Especialista em Terapias Breves individual, casal e
família/Sedes - CRP: 06-66624
Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA
Terapeuta Certificada em Brainspotting – David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem Direta a Memórias do Inconsciente.
email.: malamud.silvia@gmail.com