A dor pode ser classificada, sob uma perspectiva neurofisiológica, em dois tipos principais: Nociceptiva e Não Nociceptiva, com base nos mecanismos desencadeantes.
Dor nociceptiva
Este tipo de dor é resultante da ativação de nociceptores, receptores sensoriais especializados que detectam estímulos potencialmente nocivos.
Geralmente ocorre na pele e pode ser desencadeada por estímulos:
- Mecânicos
- Térmicos
- Químicos, incluindo substâncias algogênicas endógenas, como serotonina, substância P, bradicinina, prostaglandinas e histamina.
Características:
Dor somática
Sensação bem localizada, exacerbada pelo movimento, e melhora com o repouso.
Exemplos: dores ósseas, musculares, artríticas ou pós-operatórias.
Dor visceral
Geralmente associada à distensão de vísceras ocas. É mal localizada, profunda e frequentemente acompanhada de sintomas como náuseas, vômitos e sudorese.
Exemplos: dores referidas, como as no ombro ou mandíbula (relacionadas ao coração) ou na escápula (problemas na vesícula biliar).
Dor não nociceptiva
Este tipo de dor pode ser subdividido em dois grupos:
Dor neuropática
Origina-se de lesões ou disfunções no Sistema Nervoso Central (SNC) ou Periférico (SNP). Pode ser temporária ou crônica, frequentemente persistindo mesmo após a resolução do evento precipitante.
Descrições comuns: ardência, queimação, ferroada, formigamento (parestesia) ou alodínia (dor intensa causada por estímulos normalmente inofensivos, como o toque de um tecido).
Exemplos: neuralgia do trigêmeo, neuralgia pós-herpética, neuropatia periférica.
Dor por desaferentação
Subclassificação que ocorre devido a danos no sistema somatossensorial em qualquer ponto.
Exemplos: incluem dor fantasma, dor talâmica e dores associadas a AVCs ou tumores cerebrais.
Dor psicogênica
Considerada quando não há mecanismos nociceptivos ou neuropáticos identificáveis, mas há sintomas psicológicos suficientes para um diagnóstico psiquiátrico, segundo o DSM-IV.
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Embora rara e frequentemente um diagnóstico de exclusão, muitos autores questionam sua existência, argumentando que alterações psicológicas são manifestações de condições orgânicas subjacentes.