Autoestima é a percepção negativa ou positiva que o indivíduo adquire de si ao ter ciência de seus atos, do seu comportamento, do seu modo de ser. Para o pai da psicanálise, Sigmund Freud, a autoestima está relacionada ao ego.
Ela é fundamental para a saúde física e mental de qualquer indivíduo, pois a partir da percepção que temos de nós mesmos geramos sentimentos que podem ser benéficos ou nocivos para a nossa saúde mental e qualidade de vida como um todo.
A autoestima reflete a aceitação que temos de nós mesmos. Se, por algum motivo, essa aceitação for negativa, alimentaremos pensamentos de inferioridade, que afetarão nossa confiança e incentivarão uma autocrítica exageradamente rígida, uma autocensura, um autoboicote.
Há também consequências no outro extremo, quando o indivíduo adquire uma percepção superestimada de si e desenvolve o que conhecemos como narcisismo ou assume uma postura egoísta.
Os dois extremos não são desejáveis, pois costumam trazer consequências negativas. O sentimento de inferioridade impede o indivíduo de explorar todas as suas potencialidades, deixando oportunidades passarem e se resignando a uma vida medíocre.
O sentimento excessivo de superioridade tende a alimentar muitos conflitos, causar separações, conduzir a uma percepção fantasiosa da realidade e provocar grandes quedas.
Em uma sociedade marcada por desigualdade social, crise econômica, desemprego e violência, creio que não seja estapafúrdio supor que o sentimento de inferioridade, a baixa autoestima, prevalece em nossos tempos.
Por isso, meu foco neste artigo será o de passar algumas dicas, a partir das minhas experiências em consultório e dos meus estudos, de como melhorar a autoestima. Quais pensamentos e atitudes podem ser úteis para uma pessoa com uma percepção negativa sobre si?
Mas antes de responder essa pergunta aproveito para esclarecer outra questão que costuma gerar muitas dúvidas.
Direto ao ponto
Qual a diferença entre autoestima e amor-próprio?
Muitos pensam que são a mesma coisa, ou seja, que são termos sinônimos, mas isso é um engano.
Basicamente, a diferença entre autoestima e amor-próprio é que o primeiro é uma qualidade e o segundo, um sentimento.
Como vimos, autoestima é uma avaliação sobre a própria imagem que pode ser positiva ou negativa.
Quando a pessoa tem uma boa autoestima, aceita-se do jeito que é, tem confiança em si mesma, pode-se dizer que isso é uma boa qualidade. Afinal, nem todos gozam de uma boa percepção sobre a própria imagem ou têm todas suas questões internas resolvidas.
Estar bem consigo mesmo em uma vida repleta de dificuldades e desafios é sem dúvida uma qualidade.
O mesmo para o lado contrário. Uma visão distorcida e exageradamente desfavorável sobre si é uma qualidade, mas negativa, pois indica que a pessoa ainda não reúne condições internas para se julgar de acordo com a realidade.
Já o amor-próprio é um sentimento de estima, dignidade ou respeito que cada um tem pela sua pessoa. Independentemente da visão que o indivíduo tenha sobre sua personalidade ou jeito de ser, talvez até ache que poderia ser melhor, gosta do que gosta, ama a si mesmo com todos os seus supostos defeitos e qualidades.
Dicas para melhorar a autoestima
Autoestima elevada é sinônimo de força, resistência a situações adversas. Mas quando ela não se encontra em alta o que pode ser feito para elevá-la? Quais seriam boas práticas para elevar a autoestima?
Sem culpa
A primeira medida é eliminar o sentimento de culpa. Esse sentimento é um dos principais motivos de rebaixamento da autoestima. A culpa constante por não estarmos fazendo algo ou ter feito algo que não devia, a ideia de ser culpado pela vida que leva.
Chega de se apegar ao passado. Pense que é livre para fazer o que quiser, inclusive o que sabe que tem que ser feito. Pense que cada minuto tem presente uma oportunidade de mudança.
Troque o sentimento pelo que fez ou devia fazer pela boa expectativa de começar a fazer um novo começo.
O ponto pacífico é: alimentar sentimento de culpa não ajudará em nada a elevar a autoestima.
Chega de comparações
Temos a mania de nos compararmos aos outros, muito estimulados por uma lógica de competitividade presente em nossa sociedade. Mas medir o seu sucesso pelo sucesso dos outros é cultivar frustrações.
Cada ser é dotado de experiências e de uma trajetória única. O ideal de felicidade de um não corresponde necessariamente ao ideal de felicidade do outro.
A vida não tem base de comparação: faça o que te faz feliz, o que te faz bem.
Você quer ser o novo gerente porque acha que tem condições, qualidades, aptidões para exercer esse cargo ou porque entende que o ideal de sucesso disseminado na sociedade é exercer um cargo de liderança?
Aceite-se do jeito que é, batalhe pelas conquistas que almeja sem olhar para o gramado do vizinho. É você que deve estabelecer o seu ideal de realização e felicidade.
O futuro (nem sempre) repete o passado
Uma crença limitante que colabora para manter a baixa autoestima é a ideia de que, pelo fato de ter falhado no passado, ter tido más experiências, o episódio voltará a ocorrer.
Não deixe essa percepção te aprisionar, inibi-lo a voltar a entrar em cena, a tentar novamente. Não é porque as coisas não deram certo no passado que elas voltarão a ocorrer da mesma forma.
As coisas mudam, você muda, desenvolve novas habilidades, adquire uma nova visão sobre o mundo e as coisas. Nada se repete igualzinho ao passado.
Perdoe a si mesmo
Você sabe: errar é humano e se você perdoa os erros dos outros, por que não perdoará os próprios?
Desenvolva um olhar compassivo para seus atos. Não significa deixar de se cobrar, mas não encarar qualquer erro seu como algo imperdoável, pois deixar de falhar é impossível. Faz parte da natureza humana.
Busque o autoconhecimento
Outra forma de melhorar a sua autoestima é entender o que funciona para você. O que te faz sentir mais autoconfiante? Aprender algo novo? Cantar? Fazer algo que já gosta? Praticar exercícios físicos?
Conhecer-se é fundamental para que entenda o que te ajuda a se sentir melhor e assim superar os momentos de crise, a ter novas ideias, reenergizar as baterias.
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Se você tem dificuldade para compreender os seus gostos, o que realmente deseja, o que te faz sentir melhor, um apoio profissional sem dúvida poderá dar um suporte adequado.
Psicólogos e hipnoterapeutas são os mais indicados por trabalharem questões internas, examinar o passado, significá-lo e ressignificá-lo para um futuro livre de crenças limitantes.
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