De acordo com o relatório “Perspectivas Agrícolas 2015-2024”, elaborado por uma parceria entre a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil é o sexto maior consumidor de carne no mundo. Estima-se que uma pessoa brasileira ingere cerca de 78 quilos de carne por ano, incluindo todas as variedades desse produto. Isso não faz parte de uma lista de compras vegana.
Em um país no qual a alimentação é baseada na carne, o veganismo pode parecer uma teoria difícil de ser colocada em prática. Em primeiro lugar, muitas pessoas não compreendem a diferença entre veganismo e vegetarianismo.
O vegetarianismo se refere ao não consumo de qualquer tipo de carne, enquanto o veganismo é a recusa do consumo e do uso de qualquer produto de origem animal. Ou seja, uma lista de compras vegana não inclui carne, ovos, leite, mel e derivados, peças feita de couro, de pelo, de pele ou cosméticos que sejam testados em animais.
Essa desinformação sobre o que determina cada um dos movimentos tem como consequência alguns equívocos. Um restaurante pode acabar servindo um prato com queijo acreditando que é vegano ou um prato com berinjela e bacon imaginando que é vegetariano.
Na hora de catalogar produtos em mercados, uma gelatina (feita com partes do boi) pode ser interpretada erroneamente como um produto vegano, prejudicando a lista de compras vegana. Outro problema é a compreensão de que “carne” só se refere à carne bovina, sendo que até mesmo a carne de peixe já foi considerada parte da receita vegetariana.
Ainda que, de acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) de 2018, 14% da população brasileira se declare vegetariana, esse número ainda representa uma minoria. Sequer há pesquisas do IBGE sobre a quantidade de pessoas que se declaram veganas. Por outro lado, segundo o Mapa Veg, um censo vegetariano e vegano brasileiro, atualmente 9% das pessoas do país são veganas.
Esse mercado ainda em ascensão, por representar a menor parte dos(as) brasileiros(as), torna a lista de compras vegana mais cara, já que há menos procura. Os restaurantes também deixam de incluir uma maior variedade no cardápio, imaginando que não terão um público consumidor para pratos que não levam ingredientes provenientes de animais.
Como em qualquer setor, um produto que foge ao comum naturalmente será mais caro. No caso dos produtos veganos, há ainda outro fator: muitos dos alimentos que não são de origem animal são orgânicos e de pequenas marcas. Produzidos em menor escala e sem o uso de pesticidas e de agrotóxicos, o preço desses alimentos também é mais alto em uma lista de compras vegana.
Apesar do que essas questões poderiam indicar, é possível construir uma lista de compras vegana com ingredientes essenciais e mais em conta, que podem facilitar a alimentação dentro de casa. Fazer uma marmita para comer fora não é o ideal, mas é uma solução para um país que está em um lento processo de transformação.
Lista de compras vegana – Cosméticos e cuidados com o corpo:
- Produtos da marca Natura Ekos
- Batons da marca Face It
- Esmalte, maquiagem, produtos para cabelo e cosméticos masculinos da marca Surya Brasil
- Cosméticos da marca Feito Brasil
- Produtos de higiene e de cuidados para mãos, pés e pele da marca Reserva Folio
- Cremes e loção pós-barba da marca Multivegetal
- Produtos de higiene pessoal da marca Ekilibre
- Óleos essenciais da marca Herbia
- Cosméticos da marca Weleda
Para fazer produtos veganos para a pele na sua casa, você pode misturar usar óleo de coco/azeite de oliva com açúcar/borra de café. Inclua esses ingredientes na sua lista de compras vegana e busque receitas simples para fazer esse tipo de produto na sua casa!
Lista de compras vegana – alimentos:
Leites: podem ser de amêndoas, de coco, de castanhas ou de soja. Ainda que não seja a opção mais saudável, a opção mais em conta é a do leite de soja, porém você pode produzir o seu leite vegetal. Para o leite de coco, você precisa de coco ralado e água. Para o leite de amêndoas, amêndoas sem sal e água de coco, e assim por diante. Essa é uma opção para produzir uma bebida saudável, artesanal e mais barata.
Queijos: o tofu é um substituto para o queijo, mas existem versões sem lactose desse alimento que podem sair mais em conta. Usando os restos do preparo dos leites vegetais, é possível produzir um ingrediente que se assemelha ao queijo.
Ovos: o melhor substituto para os ovos é o abacate. Pode ser usado para trazer consistência para os pratos, além de ser versátil. É possível fazer receitas doces e salgadas usando o abacate como matéria-prima.
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Pão: a tapioca é uma opção vegana e saudável para as pessoas que estão entrando nessa dieta. O preço não é tão alto e esse alimento pode servir como base para lanches ou refeições. No entanto é preciso ingerir outros alimentos com ela, alimentos que sejam ricos em nutrientes. Legumes, verduras e frutas são opções veganas baratas que substituem qualquer outro alimento.
Carne: leguminosas, sementes e soja são matérias-primas para a elaboração de alimentos que se aproximam da carne. A berinjela e o grão-de-bico, por exemplo, podem ser usados até mesmo para fazer hambúrguer.
Embora a lista de compras veganas não seja simples de elaborar, é possível encontrar muitas opções em conta para uma dieta desse tipo. O que pode sair caro são os substitutos para os produtos de origem animal, mas até para eles é possível encontrar uma nova possibilidade. Explore receitas veganas e descubra que você vai conhecer até mesmo novos alimentos!