Caráter é a reunião de qualidades que norteiam a conduta do indivíduo. Mas, já se perguntou como o caráter se forma? Vamos conhecer os fatores que a influenciam e a visão do psicanalista Wilhelm Reich sobre o assunto.
Em um espectro mais amplo, caráter pode ser encarado como um cartão de visitas. Ele é a sua apresentação perante a sociedade e resposta ao mundo externo. O caráter não é uma escolha, e sim um reflexo de suas experiências desde a infância.
Psicologicamente, a formação do caráter ocorre após a fase fálica (dos três aos cinco anos), período onde a criança identifica seus genitais e supera o Complexo de Édipo, desejos amorosos nutridos pelo genitor do sexo oposto e repulsa ao genitor do mesmo sexo.
O caráter é, então, um mecanismo de defesa. Ele nos protege do id, instância mental associada aos desejos e prazeres. Pessoas que têm seus impulsos sempre satisfeitos, ou que são duramente repreendidos, podem tornar-se escravos do id, pois, este será uma voz sussurrando que o indivíduo deve atender prontamente suas necessidades, ou então, que a felicidade está na imediata e plena realização dos desejos.
Escravos do id não poupam esforços para suas realizações. Esses indivíduos mentem, roubam, dentre outras ações condenáveis no intuito de obter prazer. Por outro lado, pessoas duramente reprimidas, também podem tornar-se reféns do superego. Ele exerce o papel de censor que recrimina duramente qualquer desejo, principalmente os sexuais. O caráter moldado pelo superego leva o indivíduo a cometer ações condenáveis para impedir a satisfação alheia.
A visão reichiana sobre o caráter
Freud foi o primeiro a estudar o assunto. O psicanalista alemão acreditava que o caráter era uma mutação constante dos impulsos infantis. Já o psicanalista austríaco, Wilhelm Reich, discípulo de Freud aprofundou os estudos. Para Reich, o caráter consiste em uma mudança crônica do ego que se poderia descrever como um enrijecimento. Entenda-se por ego, a instância psíquica responsável por equilibrar o id e o superego.
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Para Reich, o caráter está relacionado ao relacionamento familiar e formação da sexualidade. A esses dois fatores somam-se a busca pelo prazer aliado com as identificações e as restrições (internas e externas) e também contextos sociais e culturais. Sua teoria defende ainda que a soma desses elementos pode ou não desencadear a neurose, transtorno psiquiátrico responsável por extrema angústia externada por perturbações mentais.
Falamos que o caráter é a nossa resposta ao mundo externo. Saindo da filosofia, algumas frases podem revelar muito sobre nós. Saiba quais são elas.