“Dentro de você há um silêncio… um santuário para onde você pode se retirar a qualquer momento e ser você mesmo.” – Hermann Hesse
Silêncio deriva do termo “silentium”, usado para descrever o estado de estar quieto, ausência de som ou ruído.
Na língua portuguesa pode significar:
- Ausência de som.
- Ato de não falar.
- Estado de calma e tranquilidade.
- Omissão de alguma informação.
- Pausa musical.
O conceito de silêncio é valorizado em diferentes culturas e tradições espirituais ao longo da história. Nas práticas meditativas e religiosas, o silêncio é visto como um caminho para alcançar a paz interior e a conexão com o divino.
Chegamos ao centro da reflexão proposta neste artigo!!!
O silêncio é um ato revolucionário em um mundo que estimula o fazer, o estar em atividade constante, pois cria o espaço de introspecção, que por sua vez leva ao autoconhecimento.
Essa tríade é essencial para o desenvolvimento integral do ser humano, tanto no campo individual quanto no coletivo.
Daí a importância de se permitir vivenciar momentos de silêncio, de diminuir os ecos do mundo externo na mente e no coração, abrindo espaço para os ecos da alma.
Pratico meditação há quase duas décadas e isso faz muita diferença em minha vida e no meu processo de autoconhecimento, praticar reduzir os ecos do mundo externo para ouvir a voz da minha alma é profundamente salutar.
Fundamental salientar que esse ato revolucionário não é para os “escolhidos”, é para toda e qualquer pessoa que queira trilhar a jornada do mergulho interno. Esse mergulho requer vontade, objetivos, treinos, dedicar tempo e cuidado a si mesma, para aprender a valorizar os bons sons do mundo externo e honrar os sons da alma.
Compartilho a lenda celta de Aillén Trechend, que nos faz refletir sobre a relação entre silêncio, introspecção e autoconhecimento de maneira poética:
“Na vastidão das terras celtas, onde o véu entre os mundos era tênue, ecoava a lenda de Aillén Trechend, o harpista das sombras. Aillén, um ser de beleza etérea e melancolia profunda, carregava consigo um segredo: sua harpa, feita de ossos de fadas e cordas de luar, era capaz de tecer canções que silenciavam até os ventos.
Aillén vagava pelas florestas ancestrais, onde as árvores sussurravam mistérios e os riachos cantavam canções antigas. Ele buscava o silêncio primordial, aquele que antecedia a criação, onde o tempo não existia e a alma se fundia com o todo.
Diziam que Aillén havia sido amaldiçoado por um deus ciumento, que o condenara a vagar pela eternidade em busca do silêncio perfeito. Sua harpa, ao invés de produzir música, tecia o silêncio em si, um vazio sonoro que absorvia todos os ruídos e pensamentos.
Em suas jornadas, Aillén encontrou criaturas míticas: fadas dançando em clareiras iluminadas pela lua, druidas sussurrando segredos ancestrais e guerreiros que buscavam a paz interior. A todos, ele oferecia o silêncio de sua harpa, um bálsamo para as almas atormentadas.
Um dia, Aillén encontrou uma jovem chamada Liadan, uma poetisa de voz melodiosa e coração ardente. Liadan, intrigada com o silêncio que emanava de Aillén, o seguiu em sua jornada. Juntos, eles exploraram as profundezas das florestas, os picos das montanhas e as margens dos rios sagrados.
Liadan, com sua poesia, tentava quebrar o silêncio de Aillén, mas suas palavras eram absorvidas pela harpa, transformando-se em ecos silenciosos. Aillén, por sua vez, encontrava na poesia de Liadan um reflexo de sua própria busca, uma melodia que não precisava de som para ser ouvida.
Em uma noite de lua cheia, no topo de uma montanha sagrada, Aillén e Liadan se uniram em um abraço silencioso. A harpa de Aillén, tocada pelo luar, emitiu um som que não era som, uma vibração que preencheu o vazio com a plenitude do silêncio.
Naquele momento, Aillén compreendeu que o silêncio que buscava não era a ausência de som, mas a presença da paz interior. Ele havia encontrado o silêncio em Liadan, em sua poesia, em seu amor.
A maldição foi quebrada, e Aillén e Liadan se tornaram um só com o silêncio, vagando pelas terras celtas como guardiões da paz interior, ensinando aos viajantes que o verdadeiro silêncio reside dentro de cada um, esperando para ser descoberto”.
Então, como adentrar no templo sagrado do silêncio interior? E fazer uma revolução pessoal que trará impactos saudáveis para sua vida e relações humanas?
Os benefícios do silêncio:
Desconectar do mundo externo: criar espaço de calma e tranquilidade que permita relaxar e aliviar a tensão.
Aumentar a clareza mental: o silêncio ajuda a silenciar a mente agitada e a focar nos pensamentos mais importantes.
Melhorar a criatividade: o silêncio é um terreno fértil para a inspiração e a criatividade, podemos acessar novas ideias e perspectivas.
Cultivar a compaixão: o silêncio permite a conexão com a nossa humanidade compartilhada e a desenvolver empatia pelos outros.
Encontrar a paz interior: o silêncio é um caminho para a autoaceitação e a paz interior. Ao nos conhecermos profundamente, podemos aprender a amar e aceitar quem somos.
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Se você está buscando cura e libertação, o silêncio pode ser um poderoso aliado. Comece com pequenos momentos de silêncio ao longo do dia, como durante o banho, a caminhada, ou antes de dormir. À medida que você se acostumar com o silêncio, você poderá aumentar a duração e a frequência das suas sessões.
Lembre-se, o silêncio não é um fim em si mesmo, mas um meio para alcançar a cura e a transformação. Ao nos abrirmos para o silêncio, podemos encontrar a força e a resiliência necessárias para enfrentar os desafios da vida e viver a vida de maneira mais plena e significativa.
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