No meu trabalho como consteladora, vejo ranço de muitas pessoas em relação ao pai que ficam presas naquela história, que diz respeito ao contexto do pai, ou de algo que ele fez com a mãe. Qual é o nosso papel aqui que exige uma humildade gigante, que é algo que podemos praticar a vida inteira?
É deixar o pai e a mãe resolverem o contexto deles, foi questão deles, talvez cármica, deles como casal. Geralmente, é algo que essas duas almas tinham para resolver entre elas. O que é importante para o filho deve ser manter a imagem mental de que um dado momento os dois se juntaram para o filho ser gerado através deles. Ponto final.
Quando conseguimos ter a lucidez de reconhecer isso, a alma fica mais leve. Perceba que muitas pessoas ficam a vida inteira apontando aquela historinha daquele dia específico que foi ruim. Enquanto prendemos nossa alma nessa historinha, não consegue a vida plena porque a historinha é um bloqueio para acessar e receber a vida. Claro que precisamos olhar para isso, dependendo do nível do trauma que causou, para nossa criança, devido a alguma atitude que foi feita dele. Então, é preciso olhar para isso, especificamente e ressignificar.
Caso você não tenha nenhum trauma, nenhuma das dores que foi diretamente a você cometidas por seu pai, estou aqui para dizer para você que você tem total direito de abraçar o seu pai, mesmo que seja a essência. Mesmo que seja esse ser, esse indivíduo que veio para esse mundo para se unir com sua mãe naquele momento em que você foi concebido para ter o privilégio de estar neste mundo. Você percebe como ocorre essa mudança de foco? É uma troca de foco que traz a felicidade.
Talvez sua mãe trabalhou a vida inteira e seu pai não fez nada. Sua mãe pagava todas as contas. Olhe para além. O seu olhar deve ir além. Ou seja, seu pai não conseguia pagar as contas, nem trabalhar. Era aquele monte de “nome” que a mãe chamava. Não tiro sua razão por que ela sentia. Talvez quando sua mãe o conheceu, se atraiu por ele por algum emaranhamento do sistema dela também. Então, ele é desse jeito, devido a algum emaranhamento no sistema dele.
Já atendi pessoas em que o pai não deixava que o filho estudasse porque dizia que ele iria garantir tudo. Mas ele infartou e morreu. O filho não sabia fazer nada porque o que ficou dentro da mente dele como programação mental: “não precisa fazer nada, eu dou tudo para você”. Quando ele se viu como pai, não pôde proporcionar quase nada para as filhas porque não conseguia trabalhar.
Podemos nos perguntar: Isso é algo que um pai faz para um filho? Não permitir que o filho estude? Então, quando conhecemos a história do avô, ele não conseguiu ter dinheiro. Gera um ciclo vicioso que vai se repetindo e sempre quando isso vai se repetindo, quem está no comando?
A resposta está no ego. O ego que está focado no “meu pai não tinha nada”. O ego diz “eu sou muito melhor do que o meu pai”. Isso é um alarme! Você não é melhor do que seu pai porque se você fosse melhor do que o seu pai você era pai do seu pai e não filho do seu pai. Então, é essa a atitude de humildade que nos ajuda a começar a desenvolver porque quando entrarmos na atitude de humildade, abrimos canais.
Vamos dizer que você está com a torneira fechada. Você tem uma torneirinha do lado direito, que é o fluxo da vida que vem do seu pai, e tem uma torneirinha do lado esquerdo, que é o fluxo da vida da sua mãe. Mas, se você se queixa do pai porque “acha” algo dele, ou que ele deveria ter feito melhor do que fez, devia ter sido mais carinhoso, mais atencioso, devia ter ensinado isso ou aquilo, devia ter feito milhares de coisas.
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Nossa fantasia imagina o pai perfeito, um príncipe da Branca de Neve. Aos poucos, tomamos consciência e fomos mais comedidos, tendo mais humildade de perceber que: “nossa, ele veio antes, ele é muito mais competente que eu”. Então, abrimos a torneirinha e fluímos novamente, ganhando equilíbrio. O mesmo acontece com nossa mãe.