Durante o nosso processo de formação estamos em contato constante e direto com diferentes pessoas, diferentes ambientes e, consequentemente, diferentes comportamentos, criações e hábitos.
A vida em conjunto exige o seguimento de algumas regras comuns à todos, as quais permitem uma convivência harmoniosa. Entretanto, a interpretação e manifestação destas regras é variável e pode, muitas vezes, se expressar por desconfortos sociais ou embates físicos e psicológicos.
A psicologia estuda o comportamento do ser humano e, dentro dele, alguns distúrbios provenientes destes embates.
Quando se fala em maus-tratos, logo se pensa na condição física. Porém os maus-tratos podem ter a mesma gravidade no âmbito psíquico, desde pequenas atitudes que nos “destratam”, até quadros maiores como o bullying.
Pequenos maus-tratos
Manifestados de forma sutil, os pequenos maus-tratos são resultado de um processo de fixação de uma ideia, normalmente vinculada à repetição constante de certas palavras. Por exemplo: se desde pequeno você sempre ouviu dizer que era muito distraído e despreocupado e seguiu, por toda sua vida, recebendo a mesma crítica e informação, seu cérebro fixa esta ideia e automaticamente a impõe como uma condição. Condição essa de autodesvalorização e incentivo para a baixa estima.
Brincadeiras e zombarias também podem ser vistas como maus-tratos sutis. Dependendo da forma como são manifestados, constância e tom, podem ser interpretadas de maneira depredativa sem nem mesmo se perceber.
O bullying
Bullying é um quadro detectado quando há constante agressão, seja física ou verbal, por meio de alguém que tome a pose de “valentão” para fazer de um outro alguém menos, por alguma característica diferenciada ou por qualquer motivo que possa ser tomado como alvo de ironia e zombaria.
Este processo acontece frequentemente no período da infância e adolescência, em que os indivíduos tentam se firmar em sua turma, convivem com diferenças físicas e mentais intensas e não sabem como lhe dar da maneira correta com tal situação.
Reação
Independentemente do nível de agressão, a reação mais comum é a internalização da angústia e sentimento de inferioridade. Como processo natural do corpo e da mente, aquele que sofre o maltrato tende a defender-se sem encarar aquilo que parece maior e ameaçador, até porque, em casos como o de bullying, a agressão pode vir de maneira coletiva, assustando ainda mais a vítima.
Não somos indefesos
É importante que, durante a nossa rotina, consigamos identificar essas atitudes de maus-tratos, pois muitas vezes não percebemos o quanto estamos cercados por elas. Se algo lhe incomoda, se palavras tem lhe machucado, não se cale! A pior maneira de “receber” esta agressão é aceitando-a.
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A conversa pode ser um bom caminho para que relações sociais se ajustem, entretanto, é necessário avaliar a proximidade e flexibilidade para relatar um desconforto com o outro lado do campo. Se for identificada uma recusa ou persistência de zombaria, passe para a o próximo passo e seja mais você. Ter a coragem de viver bem e se sentir bem deve vir acima de qualquer crítica mal-intencionada.
- Escrito por Julia Zayas da Equipe Eu Sem Fronteiras.