Recebi essa pergunta por e-mail e achei o assunto bem interessante, porque, muitas vezes, a pessoa está em um relacionamento que não está fazendo bem, porém não consegue largar da pessoa.
Então a próxima pergunta seria: como é que se faz para sair dessa?
Uma pessoa ser dependente da outra a ponto de não conseguir largar, não conseguir se imaginar sem a outra, não é uma questão que podemos generalizar – cada caso é um caso, e existem vários fatores envolvidos nessa questão. A cultura, como foi a criação dessa pessoa em relação ao amor, como foi o vínculo estabelecido, como foram seus relacionamentos desde criança, a dependência e muitas outras coisas precisam ser avaliadas e colocadas na balança.
A questão do amor romântico de contos de fadas que vemos quando criança, em que há sofrimento demasiado, porém sempre com um final feliz, é um dos fatores mais responsável por isso acontecer. Tanto meninos como meninas são ensinados desde pequenos a aceitarem tudo por amor, porque o amor é o grande objetivo. Porém saber que o amor é o grande objetivo de forma errada prejudica a pessoa no futuro, levando-nos a crescer com a crença de que a gente só se relaciona assim, com muita luta e muita dor, à espera de um possível final feliz.
É possível escolher a pessoa com quem você vai se relacionar para ter menos sofrimento. Para isso, é preciso ter em mente consciente alguns pontos de vista. Sempre que o relacionamento chega ao sofrimento, os motivos foram escolhas inconscientes, por causa de padrões que você já tem. É preciso rever esses padrões, para, assim, obter o autoconhecimento e enxergar onde você não está sabendo fazer sua escolha.
Com isso, você poderá traçar os seus objetivos, saber o que é melhor para você, quais são suas necessidades, fazendo, assim, uma escolha de forma consciente. Portanto é possível estabelecer relações nas quais você possa se proteger, se resguardar um pouco e não criar dependência no outro, para poder fazer uma avaliação sobre tudo e não adoecer de amor.
Um fator importante nesse processo é não deixar o medo chegar perto de você, porque o primeiro sentimento que assusta é o medo de rejeição, de abandono, de solidão, de sofrer etc.
O medo faz a realidade ser distorcida, e, mesmo com tudo apontando o contrário, você enxerga o que gostaria de que aquela relação fosse, e não o que ela é na verdade. Isso geralmente acontece porque existe a esperança de que a outra pessoa mude. Eu acredito em mudanças, sim, porém você não pode fazer com que o outro mude. Mesmo com muito amor e carinho, você não consegue. O outro só muda quando ele quer mudar. E também porque, para ele, nessa relação está tudo perfeito, tudo certo diante da forma como ele interpreta. Por isso, é preciso uma mudança sua, para que, em seguida, aconteça uma mudança de vocês dois.
Reconheça-se, use de honestidade consigo, para poder definir qual caminho você quer, sem nunca fazer gol contra. Tire o foco da relação e coloque o foco em si mesmo, amando-se, respeitando-se e cuidando-se.
Quando você perceber que existe coisa errada, que aquilo vai te causar sofrimento, que existe mentira, caia fora enquanto é cedo. Nunca queira pagar para ver, as pessoas são o que são, elas não mudam. Ou elas melhoram, ou elas pioram. Quando a pessoa desperta, então ela tem uma mudança para melhor, ela passa a se aceitar, não será mais dependente do outro para ser feliz.
Claro que todos nós temos o sonho de ter alguém e ser feliz com essa pessoa, porém não é preciso deixar para o outro viver a sua vida, e muito menos você viver a vida do outro. Ninguém precisa estar o tempo todo ao lado da outra pessoa, recebendo mensagens e telefonemas 24 horas por dia, ou ter essa pessoa ao seu lado a todo segundo. Quando você se dá conta disso, consegue viver um grande amor e sabe lidar com essa situação, aceitando-se como ser humano, como pessoa, e nunca irá aceitar traição, insegurança, mentira etc.
Existem pessoas que nos manipulam a ponto de pensarmos que os errados somos nós, e é nessa hora que precisamos para e dizer a nós mesmos: “Quem manda aqui sou eu, eu estou no controle dessa mente!”. Assim não entraremos em relacionamentos abusivos com pessoas que fazem com que nos sintamos errados, quando, na verdade, somos a vítima.
Viver é perder cascas continuamente!
Cultivar o desapego é fundamental, pois existem momentos na vida em que somos desafiados a perder as cascas, compreender a importância do nosso caminho e deixar certas paisagens para trás.
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Mesmo sabendo que a estrutura do nosso ego é o apego, mesmo que doa, é preciso ter a compreensão de que tudo passa. Só assim podemos seguir o caminho e nos abrir para o novo, que chega belamente a nossas vidas, pouco a pouco, passo a passo, até que nossa alma fique totalmente renovada. Paz e luz!
Este texto foi escrito por Eliana Fagundes, Psicoterapeuta Vibracional Quântica associada à ASITEQ.
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