Astronomia

Como será o fim do universo? Temos uma previsão?

Escrito por Eu Sem Fronteiras
Em 29 de julho de 2019, entramos em “débito” com o planeta Terra; atingimos o esgotamento dos recursos naturais disponíveis, e a partir deste dia, a humanidade está “no vermelho”, ou seja, passou a usar mais recursos do que a Terra consegue repor. Este fato e mais diversos que vêm acontecendo com nosso planeta nos leva de volta mais uma vez a um questionamento sobre o tão temido fim do Universo. Será que assinamos de vez a destruição da nossa própria existência? Como será o fim?

Deixando de lado conspirações e mistificações, afinal, houveram tantas “previsões” de que o mundo acabaria – nos anos 1000, 1666, 1806, 1910, 1999, 2008 e 2012 -, que já não há crença ou credibilidade o suficiente que possa divulgar qual a próxima data do apocalipse. Porém, quando se fala em estudos científicos, talvez seja plausível trazer pelo menos 5 hipóteses de como seria este acontecimento. Por isso, chequemos algumas teorias científicas que presumem o possível fim do Universo:

Big Crunch: contrário do Big Bang – teoria que indica que todo o Universo nasceu de um ponto infinitamente denso que explodiu. Segundo essa hipótese, tudo o que forma o Universo em expansão está submetido à força da gravidade. Desta forma, em algum momento, a expansão não mais acontecerá e a força gravitacional fará com que o Universo diminua até alcançar o ponto de onde se originou, conhecido como singularidade.

Big Freeze: é a teoria de que a gravidade do Universo não é suficientemente forte para limitar sua expansão, de tal modo que continuará propagando-se exponencialmente, até se esgotar. Se o Universo é considerado um sistema termodinâmico, quando se expandir o suficiente, se tornará uma névoa fria, escura e densa, um estado de equilíbrio no qual as partículas se chocarão umas contra as outras sem trocar energia. De acordo com a teoria, isso acarretará no fim de todos os fenômenos físicos, não havendo mais movimento ou vida.

Raios atingindo planeta Terra.

Big Rip: o Universo está em constante expansão, mas nem os cientistas e especialistas sabem como e por que isso acontece. Portanto, esta teoria afirma que a energia escura – força invisível que gera uma rápida expansão do Universo – alcançará um grau de aceleração que se tornará imbatível. Neste caso, as galáxias se separariam, fazendo com que os planetas se distanciem e até mesmo os átomos fiquem longe uns dos outros, causando o rompimento de qualquer coisa e transformando tudo em pedaços.

Big Bounce: teoria de que ocorrerá uma compactação de tudo o que existe, mas também estabeleça uma “reciclagem”. A força da gravidade conseguiria frear a expansão do Universo e retraí-lo até um ponto de singularidade, gerando uma força suficientemente forte para causar uma nova explosão, ou seja, um novo Big Bang.

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Falso Vácuo: esta hipótese propõe que no Universo impera um estado em essência instável que, dentro de milhões de anos, dará lugar a um estado de vácuo. Antes disso acontecer, no entanto, surgirá no Universo uma espécie de bolha que começará a se expandir em todas as direções na velocidade da luz, acabando com tudo o que estiver no seu caminho. Porém, isso não acabará com a existência do Universo, mas mudará as leis físicas que o regem.

Não devemos entrar em pânico agora! Apesar de estas “alternativas” levantadas pelos estudiosos serem bem assustadoras, estima-se que ainda vai demorar muito tempo para que qualquer um destes acontecimentos possa vir a acontecer. Realmente muito tempo mesmo. O Big Rip, por exemplo, aconteceria em 16 milhões de anos, segundo os cientistas. Além deste “prazo” bem extenso para que alguma destas teorias venha a se concretizar, podemos pensar em outros pontos para não temer o fim do Universo. Há, afinal, algum motivo efetivo para que nós devamos entrar em pânico quando se toca nesse assunto? Se pararmos para analisar toda a questão existencial, já entendemos – apesar de ser difícil, senão impossível, aceitar – que nada é eterno ou imortal.

Homem executivo chutando a figura do planeta Terra.

Embora pareça óbvio quando falamos desta forma, é perceptível diariamente que nossa sociedade, pelo menos no momento atual, não está preparada sequer para lidar com o fim da vida, quem dirá para lidar com o fim do Universo inteiro… O ser humano possui aspectos psicológicos que o impedem de interpretar alguns assuntos de forma mais racional e menos emocional. Mortes e tragédias das quais temos conhecimentos nos fazem temer pela nossa própria vida, sendo que, na maioria das vezes, o que nos mantém vivos está fora do nosso alcance. Perder um ente querido, um amigo, ou até uma pessoa que não está tão próxima, faz com que percebamos a fragilidade da vida e gera sentimentos profundos de desconforto, medo e até insegurança. Precisamos aprender que o fim de ciclos, sejam eles da vida, de alguma fase ou mesmo de coisas mais ínfimas do dia a dia, não significam necessariamente só coisas ruins. Praticar o desapego e exercitar o pensamento de que não vale a pena se preocupar com coisas que fogem do nosso controle, nos faz entender que talvez estejamos aflitos por nos responsabilizarmos por coisas que não são nossa responsabilidade.

Levando em conta que nosso planeta se encontra numa situação lamentável, e que a tendência é só piorar, o fim do Universo pode ser visto como algo positivo, no final das contas. É preferível acreditar que o fim do Universo fará com que algo novo e melhor surja, ou ao menos interrompa o sofrimento que a Terra e os seres vivos vem passando por tanto tempo. Enquanto permanecemos sem respostas que nos afirmem que o fim do Universo acontecerá e quando acontecerá, é muito importante que nós, como seres humanos, respeitemos nosso próximo e façamos nossa parte para não contribuir para o desgaste cada vez mais iminente do Universo. É importante que façamos valer a pena.

Escrito por: Juliana Delgado da equipe EuSemFronteiras

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