Outro dia, conversando no carro com uma amiga sobre música, ela relatou que um amigo seu ligou e falou: “Rita, como é aquela música, daquela banda que a gente estava ouvindo outro dia?” Ela disse que não teve alternativa… largou uma gargalhada e disse: “Como assim, cara?!” Como ela poderia identificar qual a música com uma descrição tão imprecisa, tão obscura?
Agora imagine uma situação em que você está na casa de um parente, e vocês estão preparando um belo jantar. Ele te pede para pegar uma vasilha na cozinha. Você não sabe ao certo de que material é a vasilha, nem de que cor, nem de que tamanho, só sabe que está no armário, mas nem sabe em que parte. E mais: é quase noite, e a lâmpada da cozinha está queimada. O que você faz?
Volta e pergunta à pessoa detalhes de como é a vasilha? Providencia trocar a lâmpada da cozinha ou usa alguma coisa que ilumine o ambiente, tal como uma lanterna ou celular? Ou desiste logo e manda a pessoa ir pegar (mesmo que você não esteja fazendo nada e a pessoa esteja com as mãos sujas de farinha de trigo)?
Pois é, se você não volta e pergunta detalhes da vasilha, você terá de arriscar pegar qualquer uma e ir perguntar, a cada vasilha que pegar, se é a certa. Observe quanto tempo vai gastar, fora a chateação, o desgaste para ambas as partes (você e seu parente) de precisar voltar várias vezes ao armário e ir até a pessoa para saber se é a vasilha desejada. Isso se não desistir de pegar logo na terceira tentativa.
Sim, está bom, você perguntou detalhes sobre a vasilha e está apta(o) a encontrá-la. Mas ainda resta resolver o problema da iluminação. Beleza, você decidiu pegar o celular e iluminar o armário. Maravilha!
O que você fez foi buscar clareza.
Primeiro, buscou saber detalhadamente como era a vasilha, para não ter de ficar arriscando e dando muitas viagens. Segundo, iluminou o ambiente, para melhor identificar o que queria, ainda que não tendo certeza.
Pois bem, também assim devemos fazer com nossas vidas. Tomando essa situação como metáfora, devemos, primeiro, “saber qual a vasilha” e, segundo, “iluminar o ambiente”.
“Saber qual a vasilha” significa saber detalhadamente o que queremos, qual a vida pessoal e profissional que desejamos, qual o tipo de trabalho ou negócio que almejamos, que conquistas pessoais e profissionais buscamos. É saber como queremos estar daqui a um, dois, cinco anos.
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Você quer simplesmente repetir o que você está vivendo ou quer algo diferente? Tenha clareza!
Se você sonha com uma carreira profissional, deve definir detalhadamente como ela deve ser. Vai fazer concurso público? Vai trabalhar em empresa privada? Vai construir seu próprio negócio? Que sacrifícios está disposto a fazer para ter o que quer? Que tipo de trabalho se encaixa melhor a seu perfil comportamental? Enfim, definir detalhadamente tudo.
Mas, para se ter a vida que se deseja, não basta “saber qual a vasilha” (saber o quê). É preciso também “iluminar o ambiente”, isto é, saber que caminho seguir, que passos dar para ter o que quer (saber para onde ir). É preciso planejar (saber como), agir (saber fazer), avaliar se está alcançando o planejado (saber as medidas de alcance). É preciso ter clareza sempre!
Há uma passagem bem conhecida do livro ou filme “Alice no País das Maravilhas” que ilustra bem o Poder da Clareza: Alice, perdida no País das Maravilhas, ao se deparar com duas portas, pergunta ao gato por onde ir, daí ele questiona: “Para onde você quer ir?” Ela responde: “Não sei!” O gato então diz: “Se você não sabe, qualquer caminho serve.” E não necessariamente será o melhor caminho.
Quando se tem clareza, o caminho fica mais facilitado, as decisões são mais seguras, e o tempo é mais bem aproveitado.
Conheça a “vasilha”, ilumine o ambiente, defina seus passos e planeje seu caminho. Tenha clareza do que quer e como ter. Se não sabe como, busque ajuda.
“Um problema exposto com clareza já fica meio resolvido.” (Charles Kettering)