Autoconhecimento

Como a tristeza pode fazer bem?

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Escrito por Eu Sem Fronteiras

Realizações profissionais e pessoais não blindam ninguém da tristeza. Para ser bem sincero, ela é bem mais comum do que a alegria, pois as frustrações se apresentam a nós com maior frequência e intensidade.

Perda de emprego, término de relacionamento, morte de alguém querido… Há quem use apenas um ou dois dedos de uma mão para contar suas alegrias, em compensação, para listar as experiências ruins seria necessário ser uma mistura de polvo com centopeia.

Mesmo sendo algo inerente à existência humana, vivemos uma era onde a felicidade é uma obrigação. Se antes os comerciais de margarina com famílias e animais de estimação sorrindo por conta do pãozinho quentinho eram o ápice da alegria, hoje, as redes sociais funcionam como um “felicidadeômetro”. Nelas, todos são felizes, os relacionamentos são verdadeiros contos de fada e a vida em família é sempre harmoniosa.

Nesta obrigatoriedade de ser feliz em tempo integral, as pessoas estão cada vez mais tristes, mesmo tendo tudo o que é considerado ideal para ser feliz e sentem-se culpadas por isso. A angústia de fugir da tristeza como o diabo foge da cruz gera um boom na venda de antidepressivos. No ano 2000, a venda do Prozac, tido como a “pílula da felicidade”, colocou quase 3 bilhões de dólares nos cofres do laboratório.

Mas a tristeza é algo bom

A tristeza pode ser algo benéfico. O psicólogo americano Martin Seligman esclarece que momentos tristes nos fazem perceber do que gostamos, queremos e, principalmente, o que não gostamos e o que não queremos. O psiquiatra Eduardo Ferreira Santos explica que estar triste nos leva a refletir com mais clareza sobre os fatos, e isto evita repetir erros.

Para provar que “há males que vem para o bem”, a Harvard Medical School, em Boston, analisou 17 voluntários depressivos e eles mostraram-se mais criativos do que as pessoas sem problemas psicológicos, confirmando que até mesmo a tristeza patológica tem seus efeitos positivos.

Tristeza e arte

O que seria da arte sem a tristeza? Prova que ela pode ser benéfica é que grandes artistas tiveram o ápice de sua produção durante dias tristes. Beethoven transformou a grande tristeza causada pela surdez e os amores impossíveis em obras de arte. A Nona Sinfonia, por exemplo, foi composta no auge da melancolia. Franz Schubert e Fernando Pessoa também usaram suas tristezas e frustrações em sua arte.

Outro artista que teve a tristeza como inspiração foi o artista Hélio Leites. Ele criou o curta-metragem Thomás Tristonho, que conta a história de um menino de 16 anos que “acredita poder entristecer tudo que ele toca”. O filme ganhou em 2013 o Milano Film Festival, com uma reflexão leve sobre a insegurança e a tristeza. 

Como usar a tristeza a seu favor?

Quando bater a tristeza, não ignore isso e procure encará-la como um processo importante para seu crescimento. Veja o que fazer quando ficar triste:

  • Reconheça o que causou isso.
  • Fique sozinho se quiser, não force situações para mostrar aos outros que nada te abala.
  • Dê um tempo nas redes sociais para não comparar sua vida com a dos seus amigos.
  • Coloque seus sentimentos, pensamentos, medos e sonhos no papel. Grandes talentos podem surgir daí.
  • Faça algum exercício físico, uma caminhada perto de casa ou em um parque fará muito bem.

Quando estiver triste, lembre-se sempre da frase do artista Hélio Leites: “A tristeza faz você ver outras coisas que a alegria não te deixa ver”.

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Veja outras reflexões sobre o assunto. Se quiser nos contar o que faz para superar a tristeza, compartilhe nos comentários.


Texto escrito por Sumaia de Santana Salgado da Equipe Eu Sem Fronteiras

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