Hoje a minha pergunta é: de que lugar você escuta seus amigos, companheiros(as), familiares, colegas e seus filhos(as)?
A princípio pode soar estranha essa minha pergunta, afinal, de que lugar eu escuto? Talvez você nem se dê conta de que ocupa um lugar ao se relacionar com o outro. Mas sim, você sempre responde, reage, recebe o que a vida e as pessoas ao redor te trazem de um lugar.
Pode ser o de vítima, do sabe tudo, do que nunca sabe de nada, do eterno otimista ou, quem sabe, do trágico… Oh! Vida, oh! Céus…
Mas espero que você vá um pouco além de simplesmente se identificar com um desses rótulos. Quero que você se pergunte se genuinamente escuta o que o outro está te contando ou se enquanto ele fala, você está envolvido com seus problemas, suas crenças e seus afazeres infinitos.
Sua escuta é envolvida por pré-conceitos sociais e culturalmente aceitos ou ela consegue dar um drible e enxergar o humano que está falando? Ela é generosa ou direta e sem preocupações em dizer a verdade não importa se doerá ou não? Aliás, aqui já fica outra questão: sua escuta é fechada em suas verdades ou será que há espaço para o não saber algo?
Repare quando estiver conversando com alguém se realmente está acontecendo uma troca ou se são apenas duas pessoas tagarelando sobre seus dias sem um envolvimento legítimo.
Quando sua mãe, pai ou filho(a) estiverem discordando de você, repare se de fato está escutando os argumentos, os prós e contras que estão sendo ditos.
Ao ver ou ler coisas que estão muito distantes de suas crenças, por exemplo, homossexualismo, racismo, política, redução da maioridade penal, religião, seja o que for, se te afetar, se beirar ao inconformismo, pare e repare: o que você está escutando? Que palavras, que frases, que argumentos te tocam, te incomodam ou são familiares?
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Pode parecer exagero ou o contrário, algo sem importância, mas como ouvimos o outro diz muito de quem somos, de como levamos nossas vidas e das relações que construímos. Questionar como ouvimos pode nos dizer o que ouvimos, o que deixamos de ouvir, os não ditos e principalmente se estamos preparados para escutar o que não queremos.
E o que será que não queremos escutar?