Autoconhecimento

Como você está?

Mulher segurando a cabeça com a mão. Ela está sorrindo.
Dean Drobot / Shutterstock
Escrito por Juliana Meyer Luzio

Faz 9 meses que não publico um artigo por aqui. Nesses últimos meses, escolhi navegar por outros mares para conhecê-los e poder voltar mais interessante para cá. E, com muita alegria, compartilho que publiquei um livro – sim, agora sou escritora de verdade kkkkkk – e tenho um canal no YouTube. Então retorno cheia de folego, disposição e muuuuita vontade de saber: como você está?

Você tem a sensação de que está no controle ou de que vem sendo levado pelos acontecimentos?

Você tem se permitido respiros, contemplações, silêncios ou se encontra perdido em atividades incessantes?

E as emoções, como andam? Você as tem sentido ou corre delas como o “diabo foge da cruz”?

Seu corpo tem tido olhares e toques gentis em seu dia a dia, ou tem sido apenas fonte de críticas e insatisfações?

Enfim, como está sua vida? Como você está?

Desejo que esteja se cuidando com gentileza, que tenha colocado na agenda pausas e que as emoções não sejam motivo de medicações e fugas. No entanto, sei o quão difícil tem sido nos proporcionarmos esse olhar amoroso e. justamente por isso, volto com todas estas perguntas.

Cuidar-se é investimento ou perda de tempo?

Cuidar-se é ter um olhar abrangente do que carregamos dentro e de como estamos por fora, ou apenas ações que eliminem rugas e quilos a mais?

Mulher sentada na cama se alongando.
bruce mars / Unsplash

Cuidar-se é para si ou para atrair o outro?

Muitas vezes, nos perdemos em meio às demandas profissionais, culturais, familiares e acabamos subvertendo coisas importantíssimas, como o autocuidado, o amor-próprio e o tempo.

Outras tantas, o cansaço, as frustrações e falta de perspectivas pesam tanto que não conseguimos nos oferecer o acolhimento merecido. Porém é urgente cuidarmos de nós mesmos!

É necessário prestarmos atenção em como estamos vivendo nossas vidas e escrevendo nossas histórias. Se você parar agora e responder a todas essas perguntas que te fiz, quais seriam as respostas?

Elas lhe dariam conforto, alegria e sentido, ou seria uma sequência de lamentos, reclamações e insatisfações?

Todos somos sugados pelas horas que passam mais rápido a cada dia, mas sempre há quem consiga não ser abduzido por elas.

Todos temos problemas, dores, insatisfações, mas sempre há quem segue confiante e relativamente contente.

Mulher com semblante meio triste olhando para cima.
Elia Pellegrini / Unsplash

Todos viemos de famílias confusas, doentes e que nos aprisionam, mas sempre há quem olhe e veja amorosidade e motivos para confiar no outro.

E o que nos diferencia dessas pessoas que parecem fluir apesar dos pesares?

Talvez a fé no mistério, o desejo legítimo de bem viver, o olhar generoso sobre si e os outros?!

Talvez a integridade no sentir e compartilhar, o saber da impermanência de todas as coisas, a capacidade de não reagir ao que lhe acontece, mas sim agir com compaixão diante de sua vulnerabilidade e da do outro?!

Quem sabe não seja a habilidade de lidar com a falta de controle, com o desapego e necessidade de estar sempre certo?!

Quem sabe não seja o fato de saber-se um eterno vir a ser e, portanto, sem fixações num eu imutável, superior, pronto e autossuficiente?!

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Quem sabe?! Eu não sei!

Só sei que tenho me assustado com o consumo de remédios, com as estatísticas de depressão, ansiedade, burnout e a dimensão que o individualismo e a solidão vêm adquirindo. Só sei que continuar caminhando como estamos não está nos levando a um destino interessante. Então aqui estou para te perguntar: como você está? Como está sua vida?

Que todas estas perguntas lancem uma dúvida, ao menos uma, sobre como tem escolhido viver.

Abraços, e fico aqui com o desejo de saber um pouco sobre você!

Sobre o autor

Juliana Meyer Luzio

Terapeuta que constrói sua clínica através de um espaço que integra fala, consciência corporal e quietude, tornando possível uma reconexão com o que há de belo, delicado e muito forte em nós - nossa saúde.

Formada em Psicologia, Psicanálise, Terapia de Integração Craniossacral, Transmutation Therapy, entre outros, está sempre em busca de conhecimentos que agreguem, em seu dia-a-dia maneiras, diferentes de olhar a vida.

Atualmente, além de sua clínica, lançou a Îandé, onde tem se dedicado à arte de criar e costurar produtos exclusivos e cheios de carinho.

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