Há muito que não escrevo neste site, mas desta vez, recorro a este recurso para expressar o quanto tenho me sentido indignada com tudo que vem acontecendo nesse mundo.
Em 2020, iniciou-se um novo período global com o espalhamento do vírus da Covid-19, contaminando, adoecendo e ceifando a vida de muitos humanos. Havia no ar uma esperança por uma profunda transformação das pessoas, que sobrevivessem há tempos tão difíceis. Achava-se que os terráqueos experimentariam sensação de maior empatia e se tornariam comprometidos com o acolhimento e bem-estar de quem estivesse ao redor.
Porém, a humanidade, após quatro anos, está enfrentando guerras, como entre Rússia e Ucrânia, entre a Palestina e Israel, afetando diversos países do Oriente Médio, como Líbano, Síria e Irã.
A Europa já está se preparando para uma possível expansão do conflito dos países de alfabeto cirílico, tem orientado os cidadãos a buscarem fontes alternativas de geração de energia e, também, prepararem-se para a necessidade de estocarem alimentos, água potável, entre outros itens básicos essenciais à sobrevivência. A OTAN está envolvida em um impasse entre aceitar ou não parte da Ucrânia como membro.
Enquanto tudo isso acontece, a emergência climática dá sinais de que o tempo está se esgotando. No mundo inteiro, tempestades, inundações, terremotos, ondas de calor, neve em quantidade diminuída, também destruíram vidas e territórios, alterando a dinâmica da Terra em diversos momentos.
O Brasil não escapou disso, pois já vinha sofrendo fenômenos adversos, como ocorreram em Alagoas em 2022 e no Rio Grande do Sul em 2024 enchentes assustadoras, assim como diversos deslizamentos de terra no Guarujá–SP, desmoronamentos por encharcamento em Ibirité–MG, as queimadas por longo período no Pantanal, no Estado de São Paulo e mais de cem dias sem chuvas em Belo Horizonte–MG.
Tudo isso demonstra que o planeta está sofrendo de diferentes maneiras e precisa de ações mais efetivas para não sermos extintos, sem água e com temperaturas acima do habitual. E não é por falta de alerta, pois temos sido frequentemente avisados de que é urgente que se cuide melhor do ambiente em que vivemos. Presenciamos, nestes últimos anos, o crescimento do desmatamento na Amazônia e em outros locais como a cidade de São Paulo. As árvores são derrubadas sem o menor constrangimento.
Não bastassem os fenômenos externos, há uma alteração no comportamento dos seres humanos, que estão ainda mais fora da casinha, lunáticos mesmo, expressando de formas estranhas, até mesmo agressivas, sobre qualquer assunto que interaja, ou seja, perguntado (nem se posso chamar de interação).
Muitos passaram a viver em outros planetas que não a Terra, pois estão tomando atitudes inesperadas. Alguns andam apáticos, não conversam com ninguém, vivem com os olhos grudados nos seus celulares, explorando todas as redes sociais disponíveis ao mesmo tempo. Outros saem de suas bolhas apenas para espiar um pouco o mundo do lado de fora e logo retornam ao isolamento.
Também há os que decidem ser violentos, brigam, batem, quebram, e até matam, sem motivo que justifique tanta agressão. As torcidas organizadas agora marcam seus encontros pelas redes sociais e vão se digladiar com muita frequência, causando graves ferimentos e até mortes. Acabam envolvendo até pessoas que não fazem parte dessas organizações, mas que tiveram o azar de estarem passando justamente no local no momento dos conflitos.
O racismo, o feminicídio, a xenofobia, genocídio, limpeza étnica e outros preconceitos têm sido mais noticiados e, portanto, há maior reivindicação da população afetada direta ou indiretamente por resoluções efetivas e baseadas nas leis já existentes e descumpridas com enorme regularidade, e tudo isso devidamente documentado por meio de imagens, que não deixam dúvidas sobre o ocorrido, de quem são os algozes e de quem são as vítimas.
Os alvos (figurada e literalmente falando) da vez são os palestinos, que têm sido perseguidos e mortos por bombas, de fome, de sede, de medo, de dor, de tristeza, perdendo suas moradias, seus trabalhos, suas riquezas…
Mulheres ainda são desvalorizadas e silenciadas em seus locais de trabalho, sofrendo com a jornada dupla ou tripla e recebendo salários menores, e, interseccionalmente falando, as mulheres negras são as que mais têm sofrido com as piores condições de vida, de trabalho, de atendimento médico e demais lugares onde elas são invisíveis.
São muitos os locais onde não há acessibilidade em pleno 2024: idosos, pessoas com mobilidade reduzida, mulheres gestantes ou com crianças pequenas não estão encontrando facilidades em muitos lugares onde querem ir.
As empresas também não entenderam que agir é algo além do se pronunciar como instituições diversas e inclusivas, mas que em seus quadros funcionais não é possível enxergar os 50+, os 60+, que fazem parte de uma geração com maior longevidade e lutam diariamente para se manterem no mercado de trabalho, sempre buscando adquirir mais e mais conhecimento e capacitação, para o mundo altamente tecnológico.
Sinceramente, eu esperava que, na terceira década do século XXI, fosse capaz de enumerar as evoluções e mudanças que os humanos poderiam ter feito para a promoção de uma vida mais confortável, plena, menos sofrida para um número enorme de pessoas, mas, infelizmente, continuam sem sucesso no cumprimento desta tarefa, onde a solidariedade, a empatia, o calor humano ajudassem a construir uma sociedade melhor… lamentavelmente, o barco não tem sido conduzido dessa maneira…
Não nutro um desânimo, mas entendo que precisamos nos unir mais, pois juntos somos mais fortes e eficientes. Essa história de que “se chover no meu quintal, outros que lutem” não vai nos levar a lugar algum…
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