Provas, notas, disciplinas, séries, trabalhos… Tudo isso faz parte da vida escolar. E convenhamos, pode ser muito maçante para crianças e adolescentes que estão no ensino fundamental e médio, não é? Mas será que isso tudo pode ser diferente? Será que é possível desenvolver uma alternativa?
Foi isso que fez a Escola Básica da Ponte, mais conhecida como somente Escola da Ponte, que fica localizada no Porto, em Portugal. Eles desenvolveram um método alternativo de ensino que subverte esse sistema escolar tradicional, padrão em quase todos os lugares do mundo. Conheça essa escola tão diferente!
Conheça uma das escolas mais revolucionárias que existem e as suas ideias
O que é a Escola da Ponte?
A Escola da Ponte é um projeto do pedagogo português José Pacheco, um grande crítico do sistema tradicional de ensino. De acordo com ele, a educação é uma invenção do século 19, com professores do século 20 e alunos do século 21. Então é preciso se atualizar e mesclar todas essas experiências.
Além disso, ele acredita que ser menos restrito e dar mais liberdade aos alunos é o caminho correto para desenvolver uma educação que seja realmente transformadora. Foi daí que surgiu o projeto da Escola da Ponte, profundamente influenciado pelas ideias do pedagogo brasileiro Paulo Freire.
O próprio José Pacheco sempre cita uma fala de Freire, que diz: “Aprendemos uns com os outros, mediatizados pelo mundo”.
Na Escola da Ponte, não existem séries, disciplinas ou currículo restrito, e os alunos participam ativamente da organização do colégio. Confira todos os detalhes sobre ela nos tópicos a seguir!
Sem séries
Enfim, esqueça o ensino baseado em 1ª série, 2ª série, e por aí vai! Apesar de receber alunos entre 11 e 17 anos, a Escola da Ponte aboliu o sistema de aprovação por séries, porque acredita que o desenvolvimento de cada aluno é individual, portanto deve ser tratado dessa maneira, com individualidade e atenção em relação às necessidades de cada um, não segundo uma classificação por séries.
Adicionalmente, não existem disciplinas estabelecidas, como horários específicos para aulas de Matemática, Física, Biologia etc. Os alunos é que escolhem aquilo que desejam estudar e se reúnem em grupos e com os professores para explorar os temas escolhidos e quais atividades vão fazer.
É claro que a escola, que é pública, segue o currículo exigido pelo governo português e tem como objetivo, como qualquer outro colégio, entregar estudantes formados e capazes de encarar um vestibular. Mas ela permite que eles trilhem seus próprios caminhos para chegarem a esse final.
Democracia escolar
Outro conceito muito importante para a Escola da Ponte é o ensino não somente das disciplinas acadêmicas, mas também o preparo do aluno para o mundo. E a escola manifesta isso por meio de uma espécie de democracia envolvendo o corpo estudantil.
Em vez de tomar decisões e impor essas definições aos alunos, a escola convida todos os estudantes a debaterem as questões e chegarem, todos juntos, a um consenso que seja aceitável. Isso é feito, segundo Pacheco, para demonstrar a importância do diálogo e preparar os estudantes para exercerem sua cidadania em nossa democracia.
Dispositivos pedagógicos
Segundo José Pacheco, a Escola da Ponte usa dispositivos pedagógicos alternativos para acompanhar o desenvolvimento e as necessidades de cada aluno. Em resumo, dispositivos pedagógicos são modelos, formatos e atividades que compõem o ensino. Aulas, disciplinas e avaliações, por exemplo, são dispositivos pedagógicos.
Ou seja, os dispositivos pedagógicos da Escola da Ponte são diferentes, e, entre eles, estão: um jornal publicado pelos alunos; um jardim de poesia, em que os alunos publicam os poemas que escrevem ou leem; uma lista chamada “Preciso de ajuda”, em que os próprios estudantes identificam suas dificuldades e pedem ajuda; entre outros.
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Enfim, para muitos, a Escola da Ponte é um sonho possível, uma prova de que é factível ensinar sem necessariamente recorrer aos dispositivos pedagógicos atuais, que limitam e cerceiam o aprendizado dos alunos, a exemplo de provas e aulas específicas. E você? O que acha do ensino revolucionário dessa escola portuguesa?