Certamente, você já viu aqueles livros de pintura, indicados para o alívio do estresse e da ansiedade, ou então ouviu falar que algumas atividades artísticas podem ter finalidade terapêutica. Entre elas, existe uma modalidade curiosa que une psicologia e criatividade e ainda resulta num material concreto e de muita beleza: a mandalaterapia.
Que tal se aprofundar no assunto e entender como desenhar mandalas pode ajudar você a lidar melhor com os próprios sentimentos? Leia o artigo que preparamos e aprenda sobre essa e outras formas de arteterapia!
Direto ao ponto
O que é mandalaterapia?
Mandalas são figuras geométricas, circulares, de perfeita simetria. A criação de uma mandala é demorada e detalhista, o que requer muita atenção e paciência. Existem mandalas feitas de materiais diversos: lã, areia, cerâmica, tinta etc. O processo terapêutico envolvendo essas figuras, porém, acontece com pintura ou desenho e é denominado mandalaterapia.
A mandalaterapia é uma técnica terapêutica que utiliza o ato de desenhar mandalas para acessar conteúdos inconscientes do indivíduo. Esse ato, por si só, já tem potencial relaxante e meditativo, servindo como uma ótima atividade para quem passa por muito estresse ou ansiedade no dia a dia. É um exercício criativo para desenvolver a paciência e o foco.
Não existem contraindicações em relação à realização dessa terapia, que pode ser feita por pessoas de quaisquer idades. Os profissionais que trabalham com essa modalidade terapêutica a consideram um ótimo caminho para o autoconhecimento e costumam analisar as simbologias expressas nas mandalas de seus pacientes.
Benefícios da mandalaterapia:
– estimula a criatividade;
– melhora o foco e a atenção;
– reduz o estresse e a ansiedade;
– treina a paciência;
– favorece o autoconhecimento;
– estimula a expressão de ideias e sentimentos.
Como é o tratamento de mandalaterapia?
Sem o auxílio de um terapeuta, já é possível desfrutar dos benefícios da mandalaterapia, seja pintando mandalas prontas, seja criando as suas próprias com lápis coloridos. Isso ocorre porque o exercício de pintar ou desenhar mandalas é relaxante. Por causa disso, ele pode servir como uma meditação ativa, auxiliando quem passa por situações de estresse (ou ansiedade) ou mesmo aqueles que têm dificuldade com foco e atenção.
Com a ajuda de um profissional do ramo, porém, os resultados e o processo terapêutico se desdobram de outra maneira, já que um psicólogo é capaz de analisar o material desenvolvido pelo paciente, interpretando a simbologia contida nas mandalas criadas. Conversando com o paciente sobre seus sentimentos, históricos, medos, traumas e pensamentos, o terapeuta alia o exercício artístico à psicologia.
Geralmente, uma sessão de mandalaterapia com um profissional dura até 60 minutos e é realizada de uma a duas vezes por semana.
Outros tipos de arteterapia
Caso você não se identifique com a atividade da mandalaterapia, saiba que existem outras modalidades terapêuticas envolvendo exercícios artísticos e expressivos. Sempre vale a pena tentar e descobrir o que mais funciona para você… então veja, abaixo, algumas delas e surpreenda-se!
Pintura e desenho
Embora a mandalaterapia se encaixe na linha da pintura e do desenho, existem outros modos de pintar e desenhar com finalidade terapêutica. O desenho, por exemplo, é uma técnica muito utilizada por profissionais da psicologia com pacientes infantis e deficientes.
Expressar-se, num papel ou numa tela, por meio de símbolos, cores, formatos e elementos diversos, além de desenvolver a criatividade, ajuda a pessoa a elaborar aquilo que se passa dentro de sua mente. Além disso, a atividade por si só pode ser um recurso para o relaxamento, como uma meditação ativa.
O famoso ator Jim Carrey já relatou, em entrevistas, que tem a pintura como hobby e mecanismo de terapia em sua vida pessoal.
Dança
Uma especificidade da dançaterapia é o fato de essa modalidade terapêutica exigir o movimento de todo o corpo de uma pessoa. Isso já aponta benefícios até para a própria saúde física, porque se trata de uma atividade que gasta energia. Além disso, esse é um caminho de reapropriação e descoberta da linguagem corporal pessoal, por meio de estímulos criativos.
Aliada à música, a movimentação da dança tem potencial de relaxamento e também é uma ferramenta e tanto para a autoestima e o desenvolvimento do amor próprio, porque é um exercício no qual as pessoas se conectam consigo mesmas, por meio do corpo físico e das possibilidades que descobrem nele.
Música
Muito utilizada para o auxílio em tratamentos de pacientes com doenças físicas, como pessoas em estado de coma ou outras situações de internação em hospitais, a musicoterapia serve também para promover a comunicação, a expressão e o aprendizado.
Apenas o ato de ouvir música já ajuda a melhorar as frequências cardíacas e respiratórias de um ser humano, e tocar ou cantar são atividades que podem trazer ainda mais benefícios a quem pratica.
No filme “A música nunca parou”, de 2011, é contada a história de um pai que encontra conexão e, assim, consegue se comunicar com seu filho (que perdeu a memória por causa de um tumor cerebral) por meio da música. Nessa trama, é mostrada, portanto, a musicoterapia na prática.
Escrita
Quem já teve um diário quando criança consegue imaginar a importância e os efeitos da escrita como prática terapêutica. Anotar, ao fim do dia, num papel, tudo o que aconteceu, com as suas próprias palavras, retomando cada detalhe ou registrando apenas aquilo que importou para você, é um ato maravilhoso para a elaboração dos próprios pensamentos e sentimentos.
É nesse sentido, portanto, que a escrita funciona como terapia. Passar para uma folha o que está se passando pela sua cabeça é aprender a desenvolver o que habita a sua mente. Fazendo isso, você pode até mesmo ler o que escreveu depois de um tempo e ter uma outra interpretação e uma nova percepção sobre seus próprios pensamentos.
Há quem goste de praticar essa modalidade escrevendo em forma de poesia ou música, também. O válido é expressar-se e botar para fora o que existe dentro de você.
Principais livros sobre arteterapia
Se você se interessou pelo assunto da arteterapia, que tal se aprofundar nesse tema com algumas obras literárias? Confira, a seguir, importantes produções escritas sobre esse universo e mergulhe nessa modalidade terapêutica.
“Terapias expressivas”, de Liomar Quinto de Andrade
O livro desse psicólogo e acadêmico discorre sobre o pensamento de que a arte não é apenas um recurso estético, mas, sim, simbólico, capaz de revelar a interioridade do ser humano.
“Arteterapia e mandalas – uma abordagem junguiana”, de Irene Gaeta Arcuri e Monalisa Dibo
Nessa publicação, estudiosas da abordagem junguiana tratam da importância da aplicação de mandalas para o desenvolvimento harmonioso do ser humano.
“Arte como terapia”, de Alain de Botton e John Armstrong
Ao se questionarem para que serve a arte, os autores desse livro desenvolvem uma jornada a defender que a arte cumpre um propósito muito maior do que a transmissão de ideias: ela pode nos ajudar em nossos dilemas mais íntimos e cotidianos.
“170 técnicas arteterapêuticas”, de Beatriz Acampora e Bianca Acampora
Como via de acesso para o crescimento de pessoas, essa obra traz 170 técnicas de diferentes modalidades artísticas para o processo terapêutico, incluindo, entre outras, atividades relativas a escrita, música, dança, teatro e fotografia.
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Envolver-se num processo terapêutico é um ato de suma importância para o bem-estar e para a saúde mental. A mandalaterapia, nesse sentido, é uma alternativa ótima. Como algumas pessoas podem enfrentar dificuldades realizando essa atividade, o ideal é conhecer variadas modalidades de terapia e investir naquilo com que mais a pessoa se identifica.