Hoje, por meio da leitura e interpretação da história, as crianças conseguem entender a importância de falar e discutir sobre diversidade. É imprescindível proporcionar às crianças, em especial às meninas, referências sobre diversidade e empoderamento feminino.
Por isso, o Eu Sem Fronteiras separou sete obras infantis que farão suas filhas, primas, sobrinhas, afilhadas ou qualquer menina que você conheça sentirem que são capazes de tudo e, o melhor, que têm o direito de ser o que elas quiserem.
- Matilda
A história de Matilda foi adaptada para o cinema em 1996 e foi nesse momento que se tornou ainda mais famosa – no caso do Brasil, muito famosa. Mas, a história na verdade origina-se de um livro de autoria de Road Dahl.
Dahl consegue, por meio de uma garota de quatro anos de idade, dar muitas lições de empoderamento infantil – para as garotas. A trajetória de Matilda mostrou que cada menina pode ser o que quiser. Afinal, o autor faz da criança um ser independente, confiante, inteligente e, claro, empoderado.
Matilda vive em uma casa onde seus pais valorizam apenas seu irmão mais velho, enquanto ela é sempre deixada de lado. Escondida, a menina vai à biblioteca da cidade para encontrar nos livros a companhia que nunca teve. E, por fim, descobriu uma grande paixão.
Autodidata, a garotinha lê sobre tudo. E, com a leitura e sua confiança, Matilda foi ganhando ainda mais autonomia e, com o tempo, descobre que tem um poder muito especial – o que, na verdade, nos revela a importância da imaginação e de acreditar em si próprio. Depois, quando começa a frequentar a escola, descobre um mundo de possibilidades a sua volta.
- Alice no país das maravilhas
Alice no País das Maravilhas é um dos maiores clássicos de todos os tempos. Alice é uma menina doce, segura de si e muito curiosa, que não deixa de seguir seus instintos e o que pede seu coração.
Ao seguir um coelho branco que está atrasado e com muita pressa, a menina cai em um buraco gigantesco, que a transporta para outro mundo, o País das Maravilhas. Lá, ela vivencia situações que não existem em nossa realidade. Enquanto está neste mundo encantado, Alice, sozinha, mostra muita coragem e inteligência para superar todos os desafios de forma íntegra, honesta, racional e criativa.
Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, foi publicado em 1865 e, desde então, encanta gerações. O livro, assim como o filme, mostra que não precisamos nos aprisionar no que a realidade nos mostra e não devemos deixar nossas opiniões de lado.
Devemos sempre ouvir o nosso interior e a nossa mente e acreditar que tudo é possível. Além disso, a protagonista mostra que não é preciso ter medo em meio às adversidades. Ela foi muito corajosa, inteligente e perspicaz durante toda a história.
Além disso, Alice é um clássico que mostra uma menina que não precisa de um príncipe – aliás, na verdade, ela nem pensa nisso. Ela é feliz sozinha, com seus amigos e em meio à natureza.
- O Mágico de Oz
A história O Mágico de Oz nos apresenta Doroty, uma menina que foi criada pela tia porque não tem pais. Mesmo assim, a pequena garota continua em busca de realizar todos os seus sonhos e, em sua trajetória, encontra bruxas, magos e outras criaturas, tanto do bem quanto do mal, que a acompanham por todo seu caminho.
Doroty é uma menina de 11 anos, muito astuta, de personalidade forte e que sabe o que quer, mesmo tão nova. O autor, L. Frank Baum, fez com que a menina mantivesse sua personalidade forte durante todo o enredo.
O livro, assim como o filme, faz com que as crianças, principalmente as meninas, acreditem que tudo é possível se você for perseverante e lutar por aquilo que deseja. Além disso, mostra a força de uma garota de 11 anos que, assim como Alice, de Alice no País das Maravilhas, e Matilda, não tem medo de enfrentar o que for preciso, encara todas as adversidades e supera os problemas com muita criatividade, coragem e fé em si própria.
- Minha mãe é negra sim!
Minha mãe é negra sim! é uma obra de Patrícia Santana, de 2008. Apesar de o livro ter como protagonista um menino, a história é uma ótima lição e inspiração para todas as crianças, sejam meninos ou meninas. Por isso, também é uma lição de empoderamento.
Afinal, o livro conta a história de Enzo, menino negro que sofre racismo na escola e, além disso, ele se vê em uma situação muito complicada ao retratar sua mãe em uma atividade artística escolar.
Sua professora o questiona para pintar sua mãe de amarelo, cor que, de acordo com ela, deixaria o desenho mais bonito do que se o garoto retratasse sua mãe da forma que ela realmente é, ou seja, negra, assim como ele.
Enzo fica desolado com essa situação, afinal sua mãe é a mulher que ele mais admira no mundo e a professora é a pessoa que o ensina muito. Como lidar com essa situação?
O garoto, então, pega um dicionário e procura a palavra preconceito. Mesmo assim, continuou confuso e indeciso sobre como agir em situações como essa. Até que seu avô dá todo o apoio que o menino precisa para lidar com essa situação.
O menino entende que as pessoas são como são, únicas cada um à sua maneira. Ele entende que o preconceito, seja ele qual for, precisa ser vencido e que é nosso dever fazer com que isso aconteça.
- Eu sou Malala – A história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã
O livro Eu sou Malala é baseado na história verídica de Malala Yousafzai, menina que exigiu e lutou pelo direito à educação, tirado da população do vale do Swat (norte do Paquistão) após o Talibã ter tomado controle do local.
Em outubro de 2012, porém, Malala foi atingida por um tiro na cabeça, enquanto estava dentro de um ônibus a caminho de casa, após sair da escola, e quase morreu. Porém, a menina não só sobreviveu, como, depois, saiu do Paquistão e foi para a ONU (Organização das Nações Unidas), aos dezesseis anos, e se tornou símbolo global da luta pelo direito à educação igualitária para todos. Além disso, ainda com a mesma idade, Malala Yousafzai recebeu a indicação ao Prêmio Nobel da Paz.
O livro conta a história de Malala e sua família, desde a infância da garota, em que ela sofre as consequências da desigualdade social e da falta de direitos das mulheres, até sua trajetória na luta à educação e aos direitos femininos na sociedade.
Essa obra mostra uma heroína real que, ainda na adolescência, revolucionou o mundo ao exigir o direito de ir para a escola e quase morrer por isso. Malala é corajosa e não tem medo de dizer o que pensa, sempre de forma muito honesta e absolutamente embasada em fatos e fundamentos.
O livro, ou melhor, a história de Malala em si, é uma verdadeira inspiração. Afinal, uma menina do Paquistão reivindicou tantas coisas e conseguiu chamar a atenção do mundo inteiro para algo muito importante. Atualmente, ela tem 19 anos e segue na luta pela educação das mulheres no ocidente e pela educação igualitária no mundo.
O livro foi editado pela Companhia das Letrinhas em 2015 e ganhou uma versão infantil.
- O mundo no black power de Tayó
O mundo no black power de Tayó é um livro infantil que aborda estereótipos e como lidar com eles durante a infância. Tayó, a personagem principal, é uma menina negra, que adora seu cabelo black power, tanto que o enfeita de várias maneiras e realmente se diverte com ele.
Na escola, muitos colegas a insultam, citando principalmente seu cabelo, que ela tanto ama. Porém, Tayó é uma personagem com autoestima elevada e muito segura sobre o que pensa e de si própria. Por isso, se alguém diz que seu cabelo é ruim, ela responde falando que o cabelo dela, na verdade, é fofo, lindo e cheiroso.
Tayó adora seu cabelo e defende esse posicionamento. Ela não liga para o que os outros dizem. Ela é muito feliz com seu black power, até porque ele carrega uma história cultural muito bonita, e ela sabe disso.
O livro é de autoria de Kiusam de Oliveira e Taisa Borges. Lançado em 2013, a obra ganhou o prêmio ProAC Cultura Negra de 2012 e foi selecionado para o acervo básico da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) em 2014.
- Cada um com seu jeito, cada jeito é de um
Lucimar Rosa Dias, autora do livro, escolheu contar a história de Luanda, menina negra e brincalhona. Por ser muito vaidosa, sempre escolhe penteados diferentes para ir à escola. Seu nome foi dado por seu pai, que achou que sua filha era tão linda quanto a cidade africana que leva o mesmo nome.
O livro, de maneira lúdica, traz discussões sobre a valorização das diferenças, sejam étnicas, físicas, no tipo de cabelo, modo de falar, ou de qualquer outro tipo. As diferenças devem ser valorizadas, e não o contrário.
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Estereótipos devem ser esquecidos para que cada um consiga se expressar da forma que realmente quer e de fato é, como Luanda, a menina do livro. A história é contada por meio de muitos momentos de brincadeira da protagonista, para a leitura ficar de fácil acesso para as crianças menores.