A consciência cósmica é um conceito muito antigo, presente em diversas culturas. Somente no século passado é que pesquisadores começaram a tentar estabelecer, de modo científico, a realidade do fenômeno.
A Psicologia Transcendental é um ramo da Psicologia especializado no estudo dos estados de consciência, mais especialmente com a experiência cósmica ou estados “ampliados” de consciência. Ela recebeu influência de diversos ramos da psicologia ocidental (behaviorismo, gestalt, psicanálise…) e de métodos orientais (Yoga, Zen, Sufismo, etc).
Outras disciplinas também a influenciam, por exemplo: Física (especialmente os conceitos da Física Quântica), Biofísica, Genética, Farmacologia, Sociologia, Antropologia, Parapsicologia.
Basicamente, a consciência cósmica vai além da consciência comum, estabelecida pelos cinco sentidos, e nos dá acesso instantâneo a Realidade, de modo direto. Os místicos de várias religiões se referem a esse tipo de compreensão total utilizando diversas denominações: êxtase místico, experiência cósmica, experiência transcendental, Nirvana, Samadhi, Satori, Reino do Céu, etc.
A consciência cósmica vai além da consciência comum.
Consciência Cósmica seria, pois, uma forma de consciência mais elevada do que a normalmente possuída pelo homem comum. Aos 35 anos de idade o psiquiatra canadense Richard Maurice Bucke passou por uma experiência que mudou sua vida e o levou a escrever o livro “Cosmic Consciousness” (“Consciência Cósmica”) onde descreve três formas, ou graus, de consciência.
A primeira seria a consciência simples, comum aos animais e ao homem. Em seguida, temos a autoconsciência, que o ser humano tem de ser uma entidade distinta, separada do restante do universo. E, por meio dela, pode tratar seus próprios estados mentais como objetos de consciência.
A terceira forma de consciência seria a cósmica, entendida por Bucke como o próximo passo da evolução humana. Com a consciência cósmica, ocorre uma iluminação intelectual e moral que eleva o ser humano a um novo plano de existência, despertando a consciência de vida eterna. Ao conceito darwiniano de evolução, Bucke o estende ao desenvolvimento espiritual.
O psiquiatra mostra que as experiências cósmicas têm uma variada gama de características, embora nem todas ocorram em todos os casos. A partir de suas pesquisas, Burke enumera as principais:
- Luz subjetiva: o indivíduo tem a sensação de estar imerso em uma nuvem luminosa.
- Elevação moral: sensação de júbilo e êxtase.
- Iluminação intelectual: uma clara compreensão do todo.
- Senso de imortalidade: o medo da morte desaparece, deixa de ter sentido.
- Instantaneidade: a experiência ocorre de maneira súbita, total.
- Imprevisibilidade da experiência.
A duração da experiência é geralmente curta, da ordem de poucos segundos ou minutos. Algumas raras vezes, podem durar por horas. Porém, para quem a vivencia, o tempo deixa de ter qualquer significado.
Para algumas pessoas (como para o próprio Bucke) a experiência cósmica ocorre uma única vez na vida. E, na maioria dos casos que ele estudou, a idade do indivíduo em que a experiência se manifesta tende a ser em plena maturidade, entre os 30 e 40 anos.
Freud chamava esta vivência de “experiência oceânica” e emitiu a hipótese de que esses estados seriam uma regressão ao seio materno. Várias suposições têm sido examinadas em torno dessa tese regressiva.
Tudo indica que existem esses tipos de estados místicos nos níveis pós-uterino, intrauterino e pré-uterino. As provas de existência de memória celular (DNA, RNA) e de continuidade de vida orgânica e inorgânica levam a pensar que a experiência cósmica seria uma regressão ao nível de potencialização de energia.
Você também pode gostar
Outros estudiosos estimam que, ao contrário de uma regressão, a consciência cósmica seria um estágio superior de evolução, como o descrito por Bucke. A realidade desta experiência tem sido hoje comprovada por meio de controles eletrocardiográficos e eletroencefalográficos, indicando que algo diferente se passa na fisiologia nervosa dos indivíduos em estado de êxtase, a tal ponto que se pode acompanhar, através do monitoramento do ritmo alfa, o início e o término da experiência (embora o conteúdo escape totalmente a este tipo de medida).